Nossas andancas em Papeete:
Posição: Atracado ao píer da Marina Taina, 23/08/09
Dormimos bem nossa primeira noite em Papeete, mas fazia tempo que não ouvíamos barulho de carro, buzinas, ou seja, barulhos de cidade. No mar só ouvimos barulhos do mar. Acordamos cedo e fomos fazer a documentação de entrada, sempre um estresse! Atracado na minha frente tinha um catamaran de charter e quando sai para fora da cabine, estava saindo uma mulher do catamaran. Perguntei para ela em inglês se ela sabia onde ficava a Gendarmeria, e ela tentou me explicar num Inglês/Francês que entendi pouco. Percebendo que não havia sido compreendida, ela se ofereceu para nos levar lá. Saímos correndo, sem café da manhã, um item de alto valor na agenda da Lilian, e pegamos uma carona até a Gendarmeria. Agradecemos e entramos no quartel general da Gendarmeria na Polinésia Francesa... e ninguém sabia nos dizer onde tínhamos que ir para fazer a emigração e registro do barco. Nos mandaram para outro prédio a um quarteirão de lá, e também não era lá, mas eles se ofereceram em achar na lista telefônica o lugar certo. Procuraram por um bom tempo e ligaram para muitos lugares, até que finalmente tínhamos a resposta correta. A Emigração e Registro de barcos de Papeete ficava, ... do lado de onde tínhamos atracado no píer!
Bom, voltamos a pé, mas aqui isso não é problema, pois as distâncias não são muito grandes, e aproveitamos para ir notando coisas no caminho que queríamos ver. Chegamos à Emigração umas deis e meia e apresentamos os papéis do barco. A primeira coisa que eles pediram foram as passagens de volta ao Brasil, ou o comprovante do depósito do Bond, no caso de não se ter a passagem física.
Tivemos que voltar até... do lado da Gendarmeria, onde ficava a sede do Banco Socredo, onde fomos fazer o bond... Pegamos uma filinha, e quando chegamos ao caixa, não era aquela fila, era a fila do lado... Eventualmente chegamos ao caixa, e fizemos o Bond. Decidi fazer pelo cartão de crédito para saber exatamente o custo daquela transação. O preço é de 115.000 francos polinésios para qualquer residente das Américas, ou seja, 230.000 para nós dois, e adicione a isso o custo que seu banco vai cobrar para pagamentos em moeda estrangeira. Esse valor nos será restituído no nosso último porto da Polinésia Francesa, no nosso caso Bora Bora, só que eles nos restituirão em moeda local, e depois nos cobrarão para converter em outra moeda, que no caso deve ser dólares da Nova Zelândia, pois será a nova moeda de gasto nas ilhas que temos pela frente.
Com o Bond pago, retornamos para a Emigração, parando no caminho para um excelente almoço em um restaurante local, pois a Emigração fecha das doze às catorze horas. Escolhemos ir pelo caminho que passa do lado do mercado, para conhecer e ter uma idéia do que precisávamos e podíamos comprar no mercado.
Fizemos toda a documentação, agendamos nossa saída de Papeete para o dia vinte e quatro, pois queremos incluir Moorea e Huahine na nossa rota, e não gosto de cidades grandes, então fizemos rapidinho o que tínhamos que fazer em Papeete, ou seja, mercado, visita ao museu de pérolas de Robert Wan, a catedral, uma caminhada geral, e retornamos ao barco para um banho.
Tem água no píer da cidade, então aproveitei para jogar uma água nas áreas do barco onde a chuva não molha, para tirar o sal. Descansamos um pouco, e saímos a noite para jantar em um restaurante local, o Moana, que tem uma atmosfera excelente, e comida melhor ainda. O melhor da noite foi a salada com frutos do mar que a Lilian pediu... muito bem servida e deliciosa. Com som ao vivo e vinho à vontade, ficamos até mais tarde no Moana.
Interessante notar que o píer onde atracamos tem porta de segurança com chave, que diga-se de passagem, não temos, então, toda vez que retornávamos ao barco era aquela ginástica para atravessar todas as barreiras pontiagudas que puseram lá para proteger o píer. Acho que atracamos no píer errado, o dos barcos charter, mas, por outro lado, essa porta trancada melhora a segurança à noite. O outro píer, onde tinham outros barcos de cruzeiro, tinha a porta quebrada, com livre acesso.
No dia seguinte cedo, partimos para a Marina Taina, que fica depois do aeroporto. Tem-se que chamar o Harbor Control no canal 12 do VHF para pedir autorização para passar na frente (encostado) à pista de aterrissagem, o que eu fiz cinco minutos antes de atravessar, conforme instrução nos sinais postados do canal, com resposta de que eu podia seguir em frente. E não deu outra, assim que estávamos na frente da pista, escuto o barulho e lá vem um avião para cima da gente! Pena que a Lilian não tirou uma foto do avião pousando quase no nosso mastro, pois ela se assustou e travou. Fiquei na boa, fingindo que nada havia se passado e continuei caminho. Acho que a operadora na Harbor Control fez o mesmo...
Chegamos à marina e procuramos por uma bóia ou lugar para ancorar. Não achei nada que me contentasse, e depois de procurar uma boa meia hora, resolvi chamar a marina e pedir um lugar dentro, o que eles consentiram. No caminho passamos pelo Samba, trimarã amarelo brasileiro que já vimos fotos por vários lugares por onde passamos.
O Flô, gerente de operações da marina veio nos receber e dar instruções de atraque, e ajudou a amarrar o barco no píer. Ficamos em um lugar muito confortável, na frente do restaurante, que tem música ao vivo à noite, então ouvimos de camarote, quando não vamos lá para jantar ou tomar uns drinques.
Ontem fizemos supermercado Carrefour, que fica a uns quinhentos metros da marina. Compramos dois carrinhos grandes de provisões, e trouxemos de volta a pé mesmo, empurrando os carrinhos. Como as quatros rodas permitem virar, dá um trabalho incrível manter o carrinho na calçada quando tem qualquer declive e precisou de muita coordenação para não atropelar nenhum carro na auto-estrada que passa ao lado.
Temos que sair amanhã para Moorea, pois agendei com a Emigração para essa data, então vamos soltar amarras cedo, reabastecer o barco com diesel e gasolina para o gerador e o motor do botinho e voltar ao píer de Papeete registrar nossa saída. Moorea fica a poucas minhas de Papeete, então espero que em menos de duas horas estejamos ancorados ou atracados por lá.
Toda a documentação que tenho a bordo não especifica as novas condições de atracagem na Polinésia Francesa, mas pegamos um folheto para velejadores no Office Du Tourisme, ao lado do píer de Papeete, e através desse folheto, temos planejado nossas rotas e ancoragens por aqui.
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