segunda-feira, agosto 31, 2009

Ancorados em Fare, Huahine


Posição S16 42.727 W151 02.387 31/08/09
Saímos de Moorea as 18h do dia 29, com previsão de ventos de SE de quinze nós. Assim que saímos da sombra de Moorea, os ventos apertaram para vinte nós com rajadas de até trinta nós, vindos do sul. Com esse vento, mais o céu coberto de nuvens de chuva e o mar com ondas entre dois e três metros, eu já sabia que íamos padecer na travessia para Huahine. São só oitenta e duas milhas e eu precisava de media de cinco e meio para chegar com dia claro, mas mesmo com mestra reduzida ao terceiro riso, e somente um terço da genoa aberto, andávamos entre seis e nove nós, pois as ondas nos empurravam para frente. Nada que pudéssemos fazer, e considerei entrar em capa na sombra de Huahine para aguardar o dia chegar. Mas, no meio do caminho resolvi mudar rota e entrar pelo norte ao invés de pelo sul como havia planejado. Isso me punha com vento a zero graus da popa, e indo na direção das ondas. Mesmo assim, algumas ondas maiores se chocavam contra o barco e espirravam água por todo lado, e uma dessas pegou a Lilian distraída, e foi um banho de água salgada no meio da noite! Ele não gostou nem um pouquinho!

Nessa altura, posicionei radar para captar aproximação da ilha e entrei na cabine também, deixando o barco andar no piloto. Acordei com as velas batendo e sai para fora para ver. O piloto havia soltado. Ajeitei melhor a mestra para não forçar o barco a orçar, e isso resolveu o problema. Fomos assim até o radar acusar a aproximação da ilha a seis milhas.

Ainda escuro, sai, ajeitei as velas e rumo, e fiquei monitorando até entrarmos na sombra da ilha. Daí para frente foi mais confortável e entramos sem problema na baia de Fare. Demos uma boa volta pelo local procurando um bom ancoradouro, mas acabamos voltando para a entrada da baia onde estavam ancorados os outros veleiros. Lá reconhecemos três barcos conhecidos, o PuraVida dos americanos que nos convidaram para um drinque na nossa ultima noite em Papeete, o Spica, uma barco alemão que conhecemos pela net em Galapagos, e o Seacodelick francês. Ancoramos juntos a eles, preparamos o barco, tomamos café da manha e fomos dormir.

Ainda não saímos do barco pois esta chovendo e ventando muito, e ficamos o dia todo de ontem fazendo pequenos trabalhos dentro da cabine. Eu fiquei trabalhando nos filmes que estou fazendo pelo caminho e reorganizando os arquivos no computador, e a Lilian descongelando a geladeira pois acumulou muito gelo. À noitinha assistimos um filme antes de ir dormir e passamos uma noite relativamente confortável, pois o vento esta muito forte e o barco da uns trancos quando atravessa no vento. Isso sempre me preocupa um pouco, pois a ancora pode soltar. Ainda não mergulhei para ver como ela está no fundo, o que pretendo fazer hoje. Estamos ancorados em oito metros de profundidade, fundo aparentemente de areia e paguei quarenta e cinco metros de corrente, pois a previsão é para ventos fortes na casa dos trinta nós que podem ser acelerados pela passagem pelo topo da ilha. Refiz o cabo de náilon que prende na corrente para não dar tranco ou forçar o guincho, e pus um com seis metros e em dobro, isso para evitar os trancos, pois o náilon cede um pouco e a corrente não cede nada.

Muita chuva por aqui hoje, então um péssimo dia para ir conhecer a vila de Fare, mas eu bem que gostaria de um pão fresco! Vamos ver...

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