quinta-feira, setembro 30, 2010

quarta-feira, setembro 29, 2010

Continuamos a caminho de Bali!

Parece interminável! Pouco vento, ajudando no motor, agora somente com a genaker montada, somente a segunda vez que tentamos usar essa vela. No passado, era sempre dor de cabeça, mas aprendemos muito com nossa experiência, e nos sentimos mais preparados para usar o genaker. Ainda deu um pouco de confusão na montagem, pois enquanto eu segurava o genaker para subir na proa, notei uns golfinhos a nossa volta, e mostrei para a Lilian, que saiu correndo para tirar fotos, e deixou a adriça do balão solta. Resultado, a vela caiu metade na água e podia ter passado por baixo do barco, batendo no hélice, que continua ligado para ajudar no pouco vento... mas, no final, fora os gritos, a vela ficou bem, e deve ficar por lá uns dias, pois a previsão é para ventos mais fracos ainda. Demos um descanço para a mestra, merecidamente...
Nos primeiros quatro dias de travessia depois de passarmos pelo estreito de Torres, a superfície da água estava completamente tomada por óleo! Foram mais de trezentas milhas de óleo derramado na água, de horizonte a horizonte, dia e noite. Que os deuses cortem a mão do homem que causou esse desastre! E nós, ficamos sem fazer água todos esses dias, pois óleo é mortal para o dessalinisador. Relatei o incidente para o avião do Customs Australiano, que finalmente sobrevoou a gente, nos chamando pelo VHF 16 para confirmar os dados do barco. De lá para cá, eles passaram todos os dias e nos chamaram no radio. Em geral, me encontram despido no cockpit, pois não usamos roupas nesses lugares, por serem muito quente e não termos outro ser humano a dias da gente. Eles me pediram para reportar o incidente do óleo via email para a autoridade devida na Australia e me passaram o email que eu deveria usar. Mandei o email mas ainda não recebi nenhuma confirmação de que receberam e foram trabalhar no problema e na causa.
Nossa única companhia tem sido um pássaro ou outro. Um pássaro lindo pousou no bote pendurado na targa, o qual tiramos muitas fotos. Ele era muito colorido, com um bico comprido e torto para baixo, e ficou cantando para nós e limpando e arrumando suas penas. Um tempo depois, passou outro pássaro da mesma espécie, e o nosso passageiro voou para se juntar ao seu irmão, voando na direção da costa Oeste da Australia.
Na área de manutenção do barco, consertei um cabo do guarda-mancebo que quebrou, lubrifiquei as alavancas de descarga dos dois toiletes, e mudei mais uns cabos para facilitar o manuseio do barco de dentro do cockpit. A gente vai percebendo algumas modificações que facilitam as manobras com velas de dentro do cockpit, e vamos alterando a montagem original para incorporar essas novas melhorias.
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At 29/9/2010 13:28 (local) our position was 10°29.95'S 129°24.26'E, our course was 270T and our speed was 6.0.
No dia 29/9/2010 as 13:28 horas (local) nossa posição era 10°29.95'S 129°24.26'E, nosso curso era 270T e nossa velocidade era 6.0.
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domingo, setembro 26, 2010

sábado, setembro 25, 2010

Varios marcos conseguidos:

Cruzamos nosso primeiro oceano, o Pacifico, por enquanto, o melhor dessa viagem. Cruzamos o Estreito de Torres, e a maior parte, à noite, para não ter que ancorar em algum lugar e esperar pela maré mais propícia, que chega aos cinco nós! Entramos no Oceano Indico! Agora só falta cruzar o Indico todo, e mais o Atlantico todo, e voltamos para casa pelo lado contrário por onde saímos...
Agora, o Murphy judiou da gente na travessia do Estreito de Torres!
Um combinado de incidentes, quase se tornam em acidente. Para começar, a Lilian estava dormindo em um mar muito grosso, e veio uma onda que jogou o barco de lado, atirando a Lilian da cama armada na sala quando estamos em travessia e a atirou no chão, dando uma capotada no ar. Caiu de costas no chão, e ainda meio que dormindo, precisou da minha ajuda par achar o Norte de novo! Ganhou um belo inchaço na lombar.
Depois, de novo a Lilian, agora preparando panquecas para o café da manhã, depois q eu encheu o liquidificador de farinha, ovos, açúcar e o que mais vai, veio outra onda enorme, que jogou o barco de lado de novo, jogando o liquidificador a correr pelo chão da cabine, deixando tudo merlado de farinha com ovos!
Para termninar, a noite, bem no meio da travessia do Estreito de Torres, de repente, tudo desaparece da carta da Navionics, a principal do barco, pois é a que o sistema Raymarine usa. Temos também CMAP 93 e Blue Chart, mas no notebook ou no GPS portátil Garmin, sempre carregado em duplicidade com a rota que estamos seguindo. Em rápida analise, cheguei a conclusão que a carta do Pacífico carregada no sistema havia acabado, mas, NÂO NO MEIO DO PASSE!!! Corri para tirar do sistema a carta do Pacifico e carregar a da Austrália, a US$250 cada uma! Voltei a ver os recifes a nossa volta, mas não mais os que acabamos de passar, ou seja, NENHUM OVERLAP entre as duas cartas, só por segurança!!! Mas, não para por aí, já volto com mais ABUSOS da Navionics...
Retorno à cabine, pois o sistema que fica com a carta está no cockpit, á noite, com água passando por cima, e todo o cuidado para não deixar entrar água salgada na área do cartão de cartas do sistema E80... e assim que retorno à cabine e sento novamente na frente da tela do monitor que mostra a tela do E80 que fica no cockpit, tudo apaga!!! Em rápida análise, conclui que poderia ser um pane na carta nova, ou, algo mais, e testei o nível de bateria, que estava muito baixo. Corri de volta para o cockpit para ligar o motor, apaguei o sistema inteiro, toquei o barco a mão por uns dez minutos, religuei o sistema, e tudo voltou a funcionar perfeitamente...
UFA!!! Será que isso podia acontecer no meio do mar ao invés de no meio das milhares de ilhas, recifes, bancos de areia do Estreito de Torres, que além disso tem corrente transversal de cinco nós, que empurra o barco de lado para fora do rumo e na direção de todos os perigos à navegação que existem por lá? E isso sem mencionar os navios, que passam a metros do nosso barco!!!
Amanheceu, terminamos de atravessar o Estreito de Torres, escolhendo o passe de Prince of Wales para não passar nem perto da Austrália, embora estando em território australiano, com o registro de não ter falado pelo rádio com nenhuma autoridade australiana, ou ser sobrevoado por aviões australianos, e ser abordados por barcos de patrulha da Austáalia, que estavam por todos os lados, disfarçados atrás de ilhas, mas que eu podia ver pelo AIS...
Entramos no Indico, direto de Port Moresby na PNG, sem parar para descansar ou dormir, preparei o barco para a rota de Bali, usando a sugestão do Jimmy Cornnel, e aí, outra surpresa da Navionics! Ainda na costa norte da Austrália, e dentro de território australiano, ACABA de novo a carta da Austrália!!! E pior, quando carrego a próxima carta, a da Asia (Outros US$250!), ela só começa em mais umas 100 milhas mais ou menos, deixando um buraco sem registro de ilhas ou outras marcações navais!!! Está certo que a Navionics muito provavelmente sabe de tudo isso e simplesmente usou de uma forma forçada para vender mais cartas, mas, segurança dos navegadores, seus usuários, deveria estar acima das suas políticas de Marketing! Eu gosto das cartas Navionics, mas deixo aqui minha sugestão para uma mudança que muito beneficiaria os clientes da Navionics.
Não estamos navegando sem carta, pois como disse, tenho as Blue Charts e CMAP 93 do mundo todo, então, enquanto o sistema da Raymarine não vê nada, uso o Raytech com a Navionics World, sem detalhes, as CMAP 93 com o MaXSea, e as Blue Chart com o Mapsource e o GPS Garmin.
Esse é nosso quarto dia de travessia, agora ajudando no motor, pois os ventos abaixaram muito, além de estar dissalinizando água para gerar água doce, carregando as baterias e os notebooks. Vento de quinze nós entrando pela popa, com velas armadas em asa de pombo e com a trinqueta caçada no meio. Depois de oito dias de travessia de Banks a PNG, com três dias em terra, partimos para outros doze dias de mar, com previsão de chegada a Bali entre dias quatro e seis de Outubro. Sei não se não vamos desenvolver guelras...
Agradeço a todos pelas muitas mensagens de feliz aniversario!...
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At 25/9/2010 11:35 (local) our position was 10°35.87'S 139°45.68'E, our course was 271T and our speed was 6.8.
No dia 25/9/2010 as 11:35 horas (local) nossa posição era 10°35.87'S 139°45.68'E, nosso curso era 271T e nossa velocidade era 6.8.
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sexta-feira, setembro 24, 2010

Matajusi entrando no Oceano Índico

Matajusi entrando no Oceano Índico às 00:50 de 24 de setembro (Hora Brasilia)

quinta-feira, setembro 23, 2010

Cruzamos a grande barreira de coral:

Hoje as 9:52h (local) entramos dentro da grande barreira de coral da costa da Australia, e estamos navegando nela para cruzar o estreito de Torres e entrar no oceano Indico.
Nossa passagem de 4 dias por Port Moresby na Papua New Guine teve altos e baixos. Um dos altos foi conhecer o Brian Hull ( o Jimmy Cornnel já havia me dado ele como referencia em P. Moresby), dono da Century 21 local, que nos ajudou muito com seus conhecimentos da area, inclusive nos disponibilizando um carro com motorista para fazermos provisionamento e encontrar partes para alguns reparos que fizemos no barco. Ele também nos convidou para um almoço em um restaurante asiático em comemoração do meu aniversario no dia vinte e um de Setembro.
Já a parte baixa foi ter que tratar com o pior oficial de Customs que já encontramos pelo caminho. De ao homem inculto uma farda e o transforme em animal! Batemos boca no meio da rua, pois como o Customs não havia ido no Iate Clube para nos registrar, nós fomos ao escritório central do Customs, que nos mandou para uma divisão no porto, onde encontramos esse animal. A proposta dele era que deveríamos ficar dentro do barco por tantos dias quantos ele achasse conveniente, esperando um oficial do Customs ir registrar a nossa entrada no pais... Nossa comida e água estavam acabando e isso não era possível. Bom, para encurtar, entrei em uma reunião com muitos executivos e políticos da PNG e falei abertamente sobre esse mal tratamento sem justificativa, e voltamos ao barco para partir imediatamente, dentro das 72 horas de Force Majeure que temos para abastecer ou reparar o barco. A reclamação funcionou e ao retornarmos ao barco já tinha um agente do Customs esperando pela gente. Fizemos toda a papelada de entrada e saída, e legalizamos nossa situação por lá.
Os reparos consistiram em cortar um pedaço do trilho quebrado do pau de spinaker no mastro e emendar com a peça de baixo, que estava intacta, que deu trabalho mas funcionou. Faço uma ressalva para dizer que os parafusos do trilho haviam sido preparados com sica na colocação no mastro. Depois troco tudo de novo por peças novas. Outro conserto foi a troca da antena de GPS do AIS, pois alem de não estar funcionando, ainda "roubava" o sinal das outras antenas de GPS do barco (deixo para os entendidos discutirem como e porque!). Era só ligar o AIS, e o GPS portátil e o GPS Raymarine do Barco paravam de funcionar! Acabei achando por sorte uma excelente antena da Garmin ( a minha antiga era xingling!), que instalei, testei, deixando tudo em perfeita ordem.
O Royal Yate Clube é um bom lugar, mas meio cheio de frescuras tipo camisa de colarinho, sem chapéu, para entrar na sede, e um sistema antiquado e injusto de se comprar diesel e gasolina, pois eles só vendem um cartão com credito para os litros que você precisar, só que eles só tem números redondos, então, ou você acaba não pondo todo o combustível que caberia nos tanques, ou acaba com um credito no cartão que não consegue utilizar, que foi o meu caso. Eles também cobram dia calendário e não de vinte e quatro horas, ou seja, você chega as onze e meia da noite e paga por aquele dia inteiro...
Bom, não é um, lugar que eu me esforçaria muito em retornar.
Partimos ontem as três da tarde, depois de encher os tanques e lavar todo o barco com água doce, e logo na saída da barreira de coral já começamos a ver o que nos esperava lá fora! O pior mar que já pegamos! Ondas vindas pela popa, altas (algumas, dois metros acima da targa na popa do barco, que está a quatro metros da água), curtas, fortes, com vento de popa entre vinte e quarenta nós. Sai com a mestra no segundo riso e colada na cruzeta, para deixar o vento passar quando o barco rabeava, a genoa inteira, mas bem frouxa, e como sempre, a trinqueta bem caçada entre as outras duas velas, para pegar o vento quando o barco rabeia por conta das ondas ou rajadas mais fortes, trazendo a proa de volta para o vento.
Apanhamos das ondas a noite inteira e temos uma coluna do guarda-mancebo torta para demonstrar a força da água entrando e saindo do cockpit (a que segura a saia de respingos).
Agora estamos chegando à entrada do North Channel, que vamos seguir até o Prince of Walles pass, que vai nos levar para o oceano Indico. Estamos muito cansados, mas confiantes no barco, que demonstrou quanto foi guerreiro essa noite...
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At 23/9/2010 06:32 (local) our position was 09°25.38'S 145°18.39'E, our course was 279T and our speed was 6.9.
No dia 23/9/2010 as 06:32 horas (local) nossa posição era 09°25.38'S 145°18.39'E, nosso curso era 279T e nossa velocidade era 6.9.
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sábado, setembro 18, 2010

Estamos chegando em Port Moresby...

Depois de oito dias de navegação que teve de tudo, sol, chuva, vento fraco, vento forte, mar calmo, ondas altas, e alguns problemas de manutenção do barco. O mais complicado foi o trilho do carrinho do pau de spinaker que quebrou. Por sorte não rasgou a vela mestra pois ficou preso nas adriças dele próprio.
Avaliando o problema, cheguei a seguinte conclusão: Aparentemente os parafusos de inox que prendem o trilho ao mastro de alumínio não foram preparados com graxa ou outro químico qualquer que evite a corrosão entre esses dois metais. Por uma infelicidade, o carrinho estava apoiado exatamente em cima da emenda de dois trilhos, e com os trancos de vento na genoa, provocaram a quebra de dois parafusos, por estarem oxidados, o que provocou a quebra de parte do trilho, arrancando um terceiro parafuso do mastro. Ficou mais complicado usar o pau, pois a parte de cima do trilho, usado para subir o pau no mastro quando não esta sendo usado, entortou e o carrinho não passa, e a parte de baixo, que não tem qualquer problema fora a possibilidade de ter os parafusos oxidados também, deixa o pau muito para a frente, tornando difícil passar de um bordo para outro. Fora isso, continuei usando o pau, pois estamos com vento de popa desde o principio dessa travessia, deixando a genoa escondida atrás da mestra. Poderia usar o genaker, mas o vento tem variado entre quinze e trinta nós, sem muito aviso de que vai soprar mais forte. Mesmo agora, as duas e meia da manha, estamos no riso três da mestra e somente um metro de genoa aberta, segura pelo pau, e andamos entre seis e dez nós. A noite não gosto de exceder os sete nós, no caso de bater em alguma coisa, tipo uma baleia dormindo ou um contêiner.
Encontrei também uma coluna quebrada da targa, exatamente a que segura o suporte do motor de popa. Essa vou ter que estudar como consertar. Muito provavelmente vou ter que levantar a targa desse lado, soltando os parafusos dos pés, retirar esse pé quebrado e mandar soltar outro parafuso passante para dentro do casco. Foi bom ter descoberto isso, pois quando entrei no sub-mundo (buraco dentro da popa) para ver o problema, descobri água entrando por outro pé, e vou ter que vedar e refazer.
Estamos com visita a bordo, uma gaivota que pousou primeiro no Duo-Gen, mas tive que descê-lo para a água para gerar energia a noite, e ela voou, e pousou de novo em cima dos painéis solares. Com certeza vai deixar presentinho para eu limpar amanha...
Estaremos chegando amanha até umas quatro horas em Port Moresby e vou tentar ficar no Iate Clube. Ficaremos apenas dois a três dias, pois estamos perdendo a janela de travessia do Indico e vamos ter que pular algumas paradas agendadas, alem de ficar menos tempo em outros lugares. Gostaria muito de parar em Chagos. O Marçal Ceccon sempre enfatizou que foi o lugar mais bonito que parou na sua viagem de volta ao mundo, então vamos ver se conseguimos parar lá também. Quero também chegar cedo na África, pois quero aproveitar e fazer alguns safáris por lá enquanto espero a janela boa de travessia do Cabo da Boa Esperança, quem sabe uma caçadinha de arco e flecha...
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At 19/9/2010 03:02 (local) our position was 10°25.13'S 147°55.25'E, our course was 298T and our speed was 7.1.
No dia 19/9/2010 as 03:02 horas (local) nossa posição era 10°25.13'S 147°55.25'E, nosso curso era 298T e nossa velocidade era 7.1.
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segunda-feira, setembro 13, 2010

Iniciamos o caminho de volta para casa...

Depois de avaliar muitas opções, como ir com o Patrick para as Filipinas, ir com o Manu para a Asia, ou ir para casa, decidimos por ir para casa, pois esta em cima da hora para atravessar o Indico e chegar na Africa do Sul, então, na manha do dia onze de Setembro, zarpamos de Waterfall Bay rumo a Port Moresby, uma perna de mil, duzentas e quarenta milhas, que devemos cobrir em oito dias. Estamos já no nosso quarto dia de travessia, agora com ventos de popa entre doze e dezesseis nós, armados em asa de pombo, com a staysail aberta caçada no meio para ajudar a equilibrar o balanço promovido por esse tipo de armação de vela. Nossa velocidade media esta por volta dos seis e meio nós, com ondas de um a dois metros entrando pela popa. Estamos com a linha na água para tentar um peixinho para a janta. Para o almoço hoje, Lilian esta preparando uma comida árabe, incluindo quibe, babaganuch, húmmus, e pão sírio feito na hora, hum!!!
Em Port Moresby vamos provisionar para mais uma travessia longa, as mil e setecentas milhas até Bali, e vamos também pegar o cruizing permit (CAIT) para a Indonésia, mas, no final, não vamos fazer todas as ilhas que pedimos no CAIT por falta de tempo. Nossa prioridade agora é passar um bom tempo em Bali, e ainda atravessar o Indico dentro de Outubro.
Com longas travessias e muito tempo para refletir, o Pacifico definitivamente foi o melhor dessa meia volta ao mundo e Vanuatu, um dos lugares que mais gostamos. Em Vanuatu, todo mundo torce para o Brasil na copa do mundo, e parece mais um estado do Brasil, cheio de brasileiros, então, muito fácil de se sentir em casa. Sem preocupações com piratas e assaltantes, mas também, o único lugar onde tivemos alguma coisa roubada do barco, pelo Etiene e Andres, filho do policial de Fatu-Hiva, que roubaram a minha lanterna de cabeça que uso para ajustar velas a noite, mas em nenhum lugar nos sentimos ameaçados ou inseguros.
No Indico, vamos ter grandes travessias e pequenas ilhas, depois que deixarmos Bali para trás, e depois, a travessia do Cabo da Boa Esperança, o maior cemitério de navios do mundo, dado o número de acidentes causados pela corrente quente das agulhas descendo a costa contra o vento frio do Sul, o que provoca ondas de até vinte metros de altura. Mas, vamos tratar disso quando estivermos por lá, por enquanto vamos continuar aproveitando todos os lugares por onde passamos.
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At 14/9/2010 13:30 (local) our position was 13°04.90'S 159°36.32'E, our course was 286T and our speed was 6.5.
No dia 14/9/2010 as 13:30 horas (local) nossa posição era 13°04.90'S 159°36.32'E, nosso curso era 286T e nossa velocidade era 6.5.
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Posição 13 de setembro de 2010

Posição em 12 de setembro 2010

sábado, setembro 11, 2010

Partimos para Lousiades

Posição do Matajusi em 2010-09-11 08:06Z (05:06 Brasilia). Primeira noite de uma travessia estimada em cinco dias.

quinta-feira, setembro 09, 2010

Solas, a capital de Vanua Lava:

Depois do fim das festividades ficamos mais uns dias esperando o vento e o mar acalmarem, com isso não acontecendo, tivemos que ir a pé para Solas, a Capital de Vanua Lava e ultimo porto de saída, para fazer os papeis de saída de Vanuatu. Foram mais de vinte quilômetros de florestas montanhosas! A Lilian foi a única mulher a ir junto, ganhando o titulo de Miss Hicking e só nós dois fomos de crock, todos os outros estavam com botas de caminhada, com meias e bastões para ajudar no equilíbrio. Na ida mostramos nossa forma, sempre na frente do grupo. A cada rio que atravessávamos, eles tinham que tirar botas e meia, atravessar, secar os pés e continuar. Nós simplesmente atravessávamos e continuávamos caminhando, levando vantagem no tempo de percurso. Como o chão é de barro escorregadio, acabamos patinando muito, e forçando os pés e joelhos. O resultado foi que na volta meu joelho esquerdo doeu muito, e para compensar eu usei mais a perna direita, o que provocou dores nela também. Aí cortei dois bambus e usei como bastão, ajudando as pernas com as mãos. No final, fiquei com dores no joelho esquerdo, pé direito, as duas mãos e os dois braços, mas nada serio. Passei Calminex quando chegamos e no dia seguinte, estava quase novo. Acho que foi a primeira vez na vida que andei tanto dentro de florestas montanhosas!
Na despedida do pessoal da aldeia de Veruas Bay, deixamos um monte de presentes. Uma faca inox para o Steve, o filho mais velho do chefe Godfry e futuro chefe, muitas camisetas, bonés, cordas, brincos, prendedores de cabelo, e para o Welsom, meu parceiro de demonstração de tiro de arco e flecha, deixei a flecha que ele tinha usado no meu arco. Eles todos retribuíram com côcos, vegetais e frutas, e o Steve me deu uma faca de cortar LapLap, a comida típica de Vanuatu, em madeira rosa, esculpida por ele mesmo, com o símbolo de chefe na empunhadura. Eu ainda reproduzi varias fotos nossas junto com eles e deixei para eles pendurarem na aldeia.
Com ventos de popa entre vinte e cinco e trinta e dois nós, usando somente a vela nova do Staysail, saímos da baia de Veruas para ir para a Waterfall bay, uma baia do lado Oeste da ilha de Vanua Lava onde existe uma cachoeira que cai de uns seis metros quase dentro do mar, uma linda vista de quem vem por água. Éramos sete barcos navegando juntos e explorando essas áreas juntos e eu fui a caça submarina para suprir o pessoal de peixes. O chefe dessa área da ilha nos convidou para um almoço comunal, onde eles fariam a comida deles e nós a nossa, e experimentaríamos todas as comidas. Eu preparei uma garoupa à moda Polinésia, crua, picadinha com leite de côco natural (ralando e coando o côco), limão, cebola e cebolinha, pimentão verde, pimenta e sal, que foi eleito e melhor prato do dia. A mulher do chefe preparou varias comidas típicas, incluindo um tipo de laplap que eu ainda não tinha visto, que parecia a nossa panqueca enrolada com carne moída, mas feita de tapioca e com uns vegetais temperados dentro, uma delicia!
Continuamos em Waterfall bay, com partida programada para depois de amanhã rumo a um recife ao Norte daqui onde dizem estar abarrotado de lagostas.
Vanuatu foi definitivamente um dos pontos fortes dessa nossa viagem.
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At 3/9/2010 17:56 (local) our position was 13°55.37'S 167°26.83'E, our course was 260T and our speed was 0.1.
No dia 3/9/2010 as 17:56 horas (local) nossa posição era 13°55.37'S 167°26.83'E, nosso curso era 260T e nossa velocidade era 0.1.
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sexta-feira, setembro 03, 2010

As festividades de Vureas Bay:

A nova ancoragem segurou bem, mas continua balançando muito quando o vento não mantém o barco alinhado com as ondas. Não tem outro jeito, a gente se acostuma com o balanço.
Todos os dias, das nove da manha até as quatro da tarde temos assistido ao festival proporcionado pela aldeia de Vureas Bay. Eles tem apresentado muitos tipos de dança, a rotina de elevação de um novo chefe a um nível maior na hierarquia de chefia, que inclue a execução de um porco com porretadas na cabeça e varias danças com outros chefes, danças que somente chefes podem dançar, também a encenação de varias lendas da cultura deles, como uma viúva que se casa novamente e o marido retorna na forma de um diabo e a toca, terminando com sua vida, depois revivida pela curandeira da aldeia, mas com a lição de que se o marido morre a mulher deve permanecer sem marido. Eles tiveram uma exibição de tiro ao alvo com os arcos nativos deles, e isso me deu a idéia de oferecer demonstrar o meu arco. Eles gostaram da idéia e marcamos para o dia seguinte na hora do almoço. O almoço custa 200 vatu por pessoa (dois US dólares) e é servido em uma oca improvisada em restaurante. Incrível a organização das festividades! A área dos cruzeiristas, que pagam mil vatu por pessoa pela semana inteira de festividades, inclui um palanque coberto e com tapumes no chão para sentarmos, uma banheiro improvisado, com uma tampa velha de privada montada em cima de um quadrado de madeira e com um buraco na terra, em uma bacia com água doce para se lavar.
Como combinado, no dia seguinte eu levei meu arco com vários tipos de flechas e fiz uma demonstração de tiro ao alvo, que consistia de uma bananeira que eles cortaram e fincaram onde sugeri, para que as flechas acertassem um barranco de areia depois de passar pelo alvo. Não precisa dizer que em aldeia semi selvagem, esse tipo de apresentação, como de um caçador, gera muita atenção, então formaram uma fila enorme de nativos e cruzeiristas para ver a demonstração de tiro. Convidei o melhor atirador da aldeia para participar com seu arco e flechas, como demonstração, e usei uma folha de bananeira como referencia, similar em tamanho e forma a um porco selvagem. O primeiro tiro sempre é meio que de teste, para ver se o arco esta calibrado. Meus tiros ficaram sempre em um diâmetro de dez centímetros do centro alvo, mas com muito mais força do que os tiros do arqueiro da vila, o que impressionou a todos. Sugeri tiros a dez, vinte e trinta metros, para mostrar a potencia do arco, e a diferença era notável, pois com flechas muito pesadas com ponta de ferro longas, feitas mais para um tiro de perto, as flechas do arqueiro acabam caindo antes de chegar ao alvo, nos tiros mais longos, então sugeri que ele usasse uma das minhas flechas de alumínio, que funcionou perfeitamente no arco dele. Demos uns vinte tiros, e no final, trocamos de arco, eu usando o dele e ele usando o meu, e quase deu desastre! Ele atirou muito para cima, com a flecha passando por uma arvore, ricocheteando e caindo no meio do povo, ficando fincada no chão! Sem duvida ganhei a atenção dos nativos, pelos parâmetros deles, o de um bom caçador!
Devemos ficar por aqui até o fim das festividades na segunda-feira, depois partindo para uma ancoragem mais ao Norte, onde uma cachoeira cai de uma boa altura direto no mar! Estou amando Vanuatu!
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At 3/9/2010 17:56 (local) our position was 13°55.37'S 167°26.83'E, our course was 260T and our speed was 0.1.
No dia 3/9/2010 as 17:56 horas (local) nossa posição era 13°55.37'S 167°26.83'E, nosso curso era 260T e nossa velocidade era 0.1.

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quarta-feira, setembro 01, 2010

Wunpuko e travessia para Vanua Lava, em Banks:

Levantamos ancora de Hog Harbor as seis e quarenta da manhã e zarpamos na direção de Wunpuko, uma navegada de cinquenta e duas milhas, onde ancoramos as duas da tarde, ancoragem em areia grossa e negra, ou seja, preocupação constante com o barco! No final, com muita corrente na água, a ancora segurou bem e não tivemos problemas.
Fomos o segundo barco esse ano a visitar Wunpuko, e o primeiro barco brasileiro a pisar naquelas terras. Como a maioria dos cidadãos de Vanuatu, os de Wunpuko também adoram brasileiros e nos receberam muito bem. Por sorte, o primeiro nativo que conheci, o Gaspar, era o filho mais velho do chefe da aldeia, então ele organizou uma seria de eventos para a gente. Chegamos, desembarcamos a remo, pois queria chegar logo à escola onde ia dar os livros do Projeto VEO que carregamos desde a Nova Zelandia enquanto as crianças ainda estavam lá, mas soubemos que a escola estava de férias , então combinei com o Principal da escola para as nove da manha do dia seguinte, onde as crianças da vila viriam para a entrega dos livros e para uma apresentação minha sobre a nossa volta ao mundo. Eles me convidaram para um almoço no dia seguinte depois da apresentação, preparado pela Momy, a cozinheira chefe da escola, e ainda combinei uma caçada com o Frelix, um garoto sobrinho do Gaspar. Depois da conversa com o Principal, caminhamos pela aldeia e retornamos ao barco, para eu preparar a apresentação do dia seguinte, uma tarefa que se estendeu até as dez da noite.
Ontem acordamos cedo e logo recebemos a visita do Principal, dizendo que tinha que ir para Joinville e que a apresentação começaria as sete e meia! Corremos com os dois computadores (um de backup) e fomos a remo para a praia. Logo estávamos na sala de aula que eles haviam aberto para a apresentação, e umas vinte crianças do primário e secundário já estavam por lá, todas vestidas em uniforme da escola. As sete e quarenta comecei a apresentação, que se estendeu até as nove horas, quando o Principal tinha que ir embora. Tiramos muitas fotos e retornei ao barco para imprimir em papel fotográfico uma foto minha com todas as crianças, que levei de volta, juntamente com um pacote de macarrão e um quilo de arroz, para contribuir no almoço.
O Gaspar trouxe dois galos selvagens que ele caçou com o estilingue, que foram juntados no almoço, incluindo nosso arroz e mais arroz deles, nosso macarrão, mais uns pacotes de um tipo de miojo, uma folha que eles chamam de repolho e inhame branco e amarelo. Estava uma delicia!
Depois do almoço, enquanto a Lilian visitava a aldeia acompanhada pela filha da Momy e a mulher do Gaspar, eu fui caçar com o Gaspar. Levei o revolver de chumbinho que comprei na Nova Zelandia e consegui pegar uma Nawambi, uma pomba parecida com a nossa pompa selvagem, que ficou para o Gaspar. Ainda fui dar uma mergulhada e peguei três peixes de uns dois quilos cada, que dei para o Gaspar e para a Momy. Retornamos ao barco para prepará-lo para a nossa partida agendada para as cinco da manha de hoje.
Hoje as quatro e quarenta levantamos ancora de Wumpuko, e tivemos a travessia mais molhada que já experimentamos. Foram oitenta milhas debaixo de onda e de chuva, com ventos de través entre quinze e trinta nós, e ondas de um a quatro metros. Com o swell entrando pelo través, ficamos de lado para as ondas, que passavam por cima do barco o tempo todo. A água estava morna e aproveitei para dar uma folga ao Jarbas, tocando o barco com a mão. Com isso aproveito melhor as ondas e ganho velocidade na travessia.
Chegamos as treze horas n a baia de Vureas em Vanua Lava, uma ilha do arquipélago de Banks no Norte de Vanuatu, ancorando em sete metros com quarenta metros de corrente, mais uma ancora Fortress de popa, com quarenta metros de cabo para evitar o swell, mas, acordamos agora com o barco balançando muito e percebi que uma das ancoras havia garrado (arrastado), então recolhemos as duas ancoras e ancorei somente com a Bruce de proa, com setenta e cinco metros de corrente em sete metros de fundo de areia.
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At 2/9/2010 03:33 (local) our position was 13°55.42'S 167°26.75'E, our course was 003T and our speed was 0.1.
No dia 2/9/2010 as 03:33 horas (local) nossa posição era 13°55.42'S 167°26.75'E, nosso curso era 003T e nossa velocidade era 0.1.
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