quarta-feira, junho 30, 2010

Segundo dia da travessia de Fiji para Vanuatu

Conforme previsto, lá pelas seis e meia da manhã entrou vento forte, entre vinte e cinco e trinta e cinco nós, e com o vento, o mar encrespou e cresceu. Passamos o dia todo chacoalhando e ajustando velas. Quando o vento passou dos vinte nós, risei a mestra no primeiro riso e logo em seguida no segundo. Aos vinte e cinco nós, recolhi a genoa e abri a staysail e aos trinta nós risei a mestra no terceiro riso e abri o burro e a retranca para deixar o vento passar. Mesmo assim, mantínhamos acima dos sete nós de velocidade. Quando as ondas aumentaram muito e começaram a estourar no barco, assumi o leme, e toquei durante a pior parte do dia, para economizar no piloto e para evitar as ondas maiores, que o Jarbas não consegue ver antes de bater no barco. O barco passou o dia meio que submerso pelas ondas, e ficamos felizes de constatar que os vazamentos foram corrigidos. O pior problema era a emenda do deck com o casco. E isso porque eu pedi para eles capricharem no meu barco, pois eu ia dar uma volta ao mundo! Hum...
Fizemos cento e quarenta e oito milhas durante as primeiras vinte e quatro horas.
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At 29/6/2010 16:47 (utc) our position was 17°51.94'S 175°32.03'E

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terça-feira, junho 29, 2010

Uma ilha chamada Vanu Levu

A ilha de Vanu Levu em conjunto com a ilha de Navadra, ambas desabitadas, formam um V apontando para o mar aberto de Oeste, portanto a ancoragem balança desde um pouco até muito, mas, estou dando um outro nome para esse conjunto de ilhas, ilhas do Robinson Cruzoé, pois foi nessas ilhas que vivi dias que acredito serem até hoje o máximo que consegui regredir à uma vida selvagem em um lugar selvagem. Ficamos mais na Vanu Levu, e não encontramos pestes tipo carrapatos, moscas ou borrachudos, somente uns poucos pernilongos, algumas galinhas selvagens e muitas cabras. Talvez até mais cabras do que o espaço e a vegetação permitam. Tem bastante côco, então se poderia sobreviver bebendo água de côco, e também encontramos uma área que poderia ter água doce, mas não experimentamos para confirmar.
Na saída do navio, com as ilhas somente para nós, fui mergulhar com o Manu do QoVop e matei um tubarão galha branca de tamanho suficiente para alimentar nosso grupo. Mais no final da tarde, fomos caçar cabras novamente, eu em parceria com o Manu e o William com o Baptista, e eles conseguiram cercar um grupo e atiraram em um filhote, que limparam antes de trazerem para a praia.
À noite, preparei o cabrito ensopado em vinho e temperos, e cozido na panela de pressão por quarenta e cinco minutos, acompanhado por batatas, cenouras, cebolas e arroz. Convidamos também o Helge, um Norueguês navegando em solitário que conhecemos em Fiji e veio se despedir da gente em Navadra. O Canela e o Sedna 1 ficaram de vir também mas não apareceram. A comida estava deliciosa! Só sobraram mesmo os ossos. Minha primeira vez cozinhando cabrito, nada mal.
Para o dia seguinte, combinamos um churrasco na praia, só que, só tínhamos o tubarão, então, de volta a caçada... Passamos o dia todo andando para baixo e para cima na ilha, cercando daqui e dali, mas as cabras levam a vantagem de subir penhascos, e de conhecer bem os caminhos. Já no final da tarde, eu e o Manu cercamos um grupo com umas dez cabras contra um paredão. Elas começaram a subir rocha acima, e eu, escolhi outro caminho, um que interceptava o caminho que elas estavam subindo, e escalei uns oito metros. Fui só vendo o bando passando por onde eu queria chegar então escalei mais rápido. Isso com um arbalete armado na mão direita, o facão pendurado no pescoço, back-pack nas costas e sapatilhas de recife! Quando cheguei a uma distancia de uns cinco a seis metros do caminho delas, parei ofegante, e fiquei apontando o arpão para o caminho, e deu sorte, pois o Manu vinha atrás da ultima cabra pelo caminho que elas subiram e ela teve que passar por onde eu estava.
Atirei, acertei, o arpão atravessou e segurou a cabra pela linha, mas ai a coisa engrossou para mim, pois a cabra começou a puxar e eu estava com pouca área de suporte na parede de pedra. Fui dando linha, e nisso aparece o Manu. Pedi para ele dar o segundo tiro, mas quando tentou o arpão dele estava travado, e a cabra se sentindo cercada, tentou descer a parede, escorregou, e caiu de la de cima, levando o arpão, a linha e o arbalete, e quase me leva junto! Cheguei a escorregar uns dois metros pedra abaixo, mas consegui me segurar, tendo que soltar o arpão.
Limpamos e preparamos a cabra para o churrasco, e fizemos nosso churrasco de cabra e tubarão á noite, no escuro da praia, antes do nascer da lua.
Sempre tive vontade de fazer algo assim, para mim um dia inesquecível... um pouco selvagem para alguns, mas sempre mais uma experiência adquirida.
O QoVop saiu para a travessia ontem a noite depois do churrasco na praia, e eu esperei para hoje ao meio-dia, com o sol a pino e melhor visibilidade para atravessar a área de rasos entre as ilhas e o mar aberto.
Estamos no nosso primeiro dia de travessia para Vanuatu, ilha de Tana, onde vamos ver um vulcão em erupção. O vento esta fraco, então estamos ajudando no motor. Estimamos chegar lá na sexta-feira pelo meio do dia. A previsão sugere ventos fortes para os próximos dois dias, então podemos desligar o motor e ir no silêncio...
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At 29/6/2010 16:40 (utc) our position was 17°51.75'S 175°32.67'E

Posição 2010-06-29 09:32Z

sábado, junho 26, 2010

Partimos para Vanuatu:

Depois de vinte dias em Fiji, hoje as sete da manha partimos de Lautoka para Vanuatu, mas primeiro paramos em um conjunto de ilhas, as ultimas antes do abismo oceânico entre Fiji e Vanuatu. Ontem fizemos a emigração em Lautoka, e como já estava no final da tarde, achamos melhor dormir e acordar cedo para partir. Estamos viajando junto com o Qovop, com três garotos franceses espetaculares, daqueles que topam de tudo. O Manu foi aquele garoto que conhecemos em Balboa, que, por sua atitude de fazer o que for preciso, me incentivou a partir para Galapagos também, e hoje, aqui estamos.
Acabamos não conhecendo muito de Fiji, mas tivemos a oportunidade de cruzar a ilha de sul a norte, com o 4x4 que alugamos. Nada muito diferente de outros interiores, com as melhores cenas a aldeia de Navala, a mais típica fijiana da ilha, e um belo rio que cruza o interior da ilha. Parece um pouco com as montanhas do Colorado, sugeriram o Mike e a Marnie que foram conosco. No dia seguinte fomos ate Suva, a capital, uma cidade com muitas características indianas (da India). Lá fomos visitar o museu de historia natural de Fiji, e vimos alguns artefatos usados na época do canibalismo. Pela primeira vez ao vivo, vimos alguns templos indianos e comemos comida típica indiana.
Na quarta-feira finalizei o conserto da transmissão, na quinta-feira o da geladeira nova que chegou da Nova Zelandia, e, com tudo funcionando, partimos de Port Denarau para Lautoka na sexta-feira, antes parando na Vuda Marina para pegar nossos queijos e carnes que estavam na geladeira do Too Much, do Jean e da Marcia, ela brasileira.
Como disse, paramos nas ilhas de Navadra e Vanu Levu, umas ilhas desabitadas, que formam um V de frente para o Oeste. O ancoradouro balança um pouco, pois o vento é de Leste e o swell de Oeste, então o barco fica de lado para o swell. Ontem demos uma mergulhada, e vimos alguns tubarões galha branca e galha preta, mas muito tímidos. Eles ficavam de longe e toda a vez que eu descia, eles chegavam perto para ver se ia sobrar alguma coisa para eles. Não vimos muitos peixes, algumas sororocas ou primas próximas delas, um badejo tipo quadrado, mas com os quadrados coloridos, e algumas garoupinhas pintadas. Peguei um badejo de uns dois quilos mas escapou do arpão e entrou em um coral inacessível. Depois do mergulho fomos para uma das ilhas e la encontramos um bando de cabras selvagens. Como a única arma que tínhamos era o arbalete, fomos caçar cabras de arbalete mesmo! E não é que quase pegamos uma?! Cercamos a cabra em três, e fomos fechando o triangulo até chegar a ponto de tiro. Atirei mas achei que o arpão ia descer muito, por não estar na água, e não foi isso que aconteceu, então atirei muito para cima e o arpão passou raspando pelas costas da cabra, com a linha roçando as costas dela, que saiu em disparada, com o William correndo como um verdadeiro Robinson Crusoé atrás dela, com um facão na mão. Ele chegou muito perto e acho que não sabia bem o que fazer se conseguisse alcançá-la, então diminuiu a velocidade. A noite nos reunimos no Qovop para uns aperitivos e ficamos discutindo como iríamos caçar no dia seguinte, e como prepararíamos o banquete de caça na própria praia.
O Domingo chegou, e com ele um navio carregado de turistas! Então, nossa caçada fica para outra hora. Estou postando o blog pelo SSB, pois de agora em diante não tem mais muito de internet por uns tempos.
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At 26/6/2010 22:21 (utc) our position was 17°27.52'S 177°02.61'E
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sábado, junho 19, 2010

Continuamos de castigo em Port Denarau, Fiji:

Na sexta, com a ajuda do Mike do Shellete, desmontamos a transmissão e tiramos o cilindro onde fica o famigerado cone, mas não conseguimos substituir o cone pois a porca de cima do cilindro não abriu. Como não quis machucar os componentes da transmissão, preferi entregar para a BaoBab (Yanmar) para eles fazerem a troca na oficina deles em Vuda. Essa segunda fica pronto e vamos remontar.

A geladeira chega nessa segunda e vamos montar também. Resolvendo essas duas pendências, ficamos prontos para partir para Vanuatu.

Conforme prometido, o polvo ao estilo Fijiano estava ótimo! Ele é cozido normalmente, e depois eles fazem um tipo de sopa de leite de côco, com o caldo do polvo, com um tipo de couve refogada e jogada dentro também, com um pouquinho de gengibre. Muito saboroso!

Enquanto esperamos, estamos conhecendo melhor Fiji. Juntos com o Mike e a Marnie do Shellete, que conhecemos em Moorea no ano passado, alugamos um 4x4 para amanha e depois, e vamos conhecer o interior da ilha, onde as aldeias usam ainda a cultura Fijiana. Vamos também de carro até Suva, para visitar o museu de Historia Natural de Fiji. Lá eles têm exibições da época quando os costumes Fijianos incluíam o canibalismo.

Os garotos do Qovop estão com um problema na rabeta, pois entrou água salgada para dentro. Eles precisam tirar o barco da água para poder trocar o retentor e trocar o óleo. Para ajudar, arrumei um trabalho para eles no Shellete do Mike. Eles passaram dois dias dando uma polida geral no barco. O Mike gostou muito e hoje, dia dos pais nos EEUU, estamos fazendo um churrasco no Shellete e convidamos os garotos do Qovop para participar.

Os Canela e o Zazoo estão chegando de Opua amanha, e junto com os Qovop que já estão por aqui, estamos planejando uma visita a uma ilha deserta que tem uma população de cabras selvagens. Vamos tentar a sorte com o arco e flecha... Entre cabras e mergulhos, acho que vamos ter o suficiente para um churrasco na praia.

Depois disso, partimos para Vanuatu.


quarta-feira, junho 16, 2010

Port Denarau Marina, Fiji

Viemos da Vuda Marina para essa marina com o intuito de conhecer, mas
também porque é uma marina muito mais chique e, portanto com mais
recursos do que a de Vuda Point. Aqui temos uma grande variedade de
restaurantes, bancos, ATMs, serviços, lojas, etc.
Temos dois problemas para resolver e estamos de castigo ate
conseguirmos soluções. Estamos completamente sem geladeira, e perdemos
de novo uma boa parte do que já havíamos estocado para a travessia
para Vanuatu. Além disso, estamos sem tração avante no hélice, pois
os cabos da transmissão foram instalados errados pelo estaleiro, com
1,5cm curtos nos dois sentidos (avante e ré), e o problema não foi
identificado pela inspeção de entrega feita pela Yanmar em Joinville,
antes da entrega do barco para mim. Esses dois serviços mal feitos
causaram um gasto maior num componente chamado cone, dentro da rabeta,
que é o engate entre o eixo do motor e a transmissão para o hélice na
rabeta. Esse cone só existe no Japão, então estamos procurando uma
forma de importar o cone do Japão. Contratei o representante Yanmar
local para fazer a troca, e estou usando o representante Yanmar da
Nova Zelândia (Lowes Marine, Opua) para instruções e a importação da
peça do Japão. A Yanmar do Brasil se simpatizou com o nosso problema,
mas se eximiu de qualquer responsabilidade ou auxilio na solução do
problema. Pena, grande motor, mas com problemas sérios que causam
danos e custos altíssimos aos proprietários que não conhecem mecânica
e não conseguem identificar essas falhas de serviço ou de material
antes dos problemas acontecerem. A Yanmar Fiji disse que eu tinha que
comprar outra rabeta! No final, ainda não sei quanto vai me custar o
cone, e concordei com seis a oito horas de trabalho da Yanmar Fiji
(BaoBab) para trocar o cone. Isso não vai ser fácil, pois temos que
desconectar o motor da rabeta, e empurrar o motor para trás uns dez
centímetros ou mais. Para tanto, tenho que mandar fazer um trilho para
instalar por baixo do suporte do motor e empurrar o motor em cima
desse trilho, pois o suporte de fibra onde o coxim do motor é
parafusado não tem espaço suficiente para a distância que precisamos
para desencaixar o eixo do motor de dentro da rabeta. Complicado? Pois
é, ninguém merece! Aos interessados, e preocupados com seus próprios
motores Yanmar, procurem os muitos fóruns sobre o assunto (Yanmar Sail
Drive Slipping). O problema é de grande extensão, e nos EEUU estão
sendo consideradas ações contra a Yanmar por conta desse problema.
Hoje vamos almoçar em um restaurante Fijiano que acabou de abrir, onde
encomendamos um polvo feito conforme o costume de Fiji. Depois comento
como foi...

sábado, junho 12, 2010

Musket Cove, Fiji:

Já estamos na Musket Cove a quatro dias, um lugar diferente dos que a gente em geral procura, pois é muito comercializado e preferimos os lugares mais nativos. Mas, bom para descansar e curtir o sol e as outras coisas disponíveis por aqui.

Ficamos sócios do Iate Clube de Musket Club, assim temos descontos de sócio em tudo que fazemos por aqui. Para se tornar sócio, é mandatório ter vindo para cá de barco, partindo de portos estrangeiros, e sair novamente para portos estrangeiros. Nossa sociedade com o Iate Clube é vitalícia a partir desse momento, o que torna a situação muito interessante para o Matajusi. Não sendo associado a nenhum Iate Clube no Brasil, e sendo associado ao Iate Clube de Musket Cove em Fiji. Eu bem que sugeri a alguns Iate Clubes nos fazerem sócios honorários, assim poderíamos nos registrar em outros iate Clubes ao redor do mundo como já associados a um iate Clube, mas, não colou. Bom, agora somos.

Ainda estou dividido a respeito de Fiji, mas minhas primeiras impressões sobre o lugar não são positivas. Explico. Não gostamos de lugares muito turísticos, preferimos lugares com água bem clara e bom de pescaria, com muita vida nativa, e onde podemos nos envolver com os povos nativos, mas aqui, ainda não vi água limpa, é cheio de regras para se ir de um lugar para outro, sempre muita burocracia, e cheio de procedimentos apropriados para se fazer isso ou aquilo. Como nos vestimos para ir à uma aldeia, ou visitar o chefe local, levar kava (raiz que se usa para fazer um chá meio entorpecente que se toma com ele, assim podemos pedir sua permissão para mergulhar nos arredores. Muitas regras para meu gosto.

Não devemos ficar mais dias por aqui. Vamos logo partir para Vanuatu pois lá é o oposto de Fiji, muita natureza, poucas regras, água limpa, etc.

Enquanto estamos por aqui temos aproveitado o que eles tem para oferecer. Banhos de piscina de água salgada, voltas pela ilha, danças nativas a noite no hotel, e os churrascos todas as noites feito pelos cruzeiristas que por aqui passam. Ótima idéia! Cada um leva sua própria comida, e compramos a bebida do hotel. Eles preparam as churrasqueiras e nós cozinhamos nossa própria comida nelas, assim confraternizamos com os outros barcos por aqui ancorados. Aí vai uma idéia para os lugares de boas ancoragens no Brasil.

Em geral temos ficado com o Bob e a Bel do Bicho Vermelho, mas também vamos conhecendo outros cruzeiristas de vários lugares do mundo.

segunda-feira, junho 07, 2010

VudaPoint Marina, Fiji


O Matajusi na VudaPoint Marina. Lilian em um papo com a Bel, do Bicho Vermelho. Atrás, o novo bote Caribe. O botinho Flexyboat foi para o porão e está a venda.
No final, o único problema com a geladeira foi o gas que estava fraco. Na tentativa de aumentar a rotação do compressor, acabei por desconectar um fio sem perceber, e isso parou o funcionamento correto da geladeira. Aqui na marina, baixei da internet o manual do compressor e notei o erro. Aproveitei para fazer uma manutenção e limpeza, tirando o gas anterior, secando o compressor e adicionando novo gas, Agora funciona 100%. Notem o monte de furos de parafusos mal colocados na madeira preta, base da geladeira. Nesta madeira é parafusada a parede que da apoio para as almofadas do sofá. Cada uma dessa marcas é um parafuso que quebrou a madeira ao invés de parafusar as costas do sofá. Hum...

E mais manutenção...

Na foto a esquerda, as mangueiras e conexões que tirei do poceto de proa. Nove conexões onde so seriam preciso cinco. Três diametros de mangueira, onde so precisaria um. De novo fica em evidência a construção de partes do meu barco com restos de material disponível no estaleiro.

Nessa foto, a saida do esgoto  do banheiro de proa, DESCARADAMENTE na frente da entrada de agua, ou seja, com o barco em movimento para a frente, o esgoto retorna pela entrada de agua!!!Hum... Eliminei o problema trocando a entrada de agua pela saida do esgoto do tanque interno que fica mais a frente do barco, assim, agora a agua que vem para o toilete não recebe mais a agua suja da saida do esgoto. Agora, esses dois registros ficam para saida de esgoto. O mais grosso vem direto do toilete, e o mais fino passa pela bomba de masseração do tanque de aguas negras do barco.

sábado, junho 05, 2010

Agraciados em Fiji...

Depois de sete dias, 1083 milhas navegadas,primeira vista de terra.

Ancoramos logo dentro do passe pelos recifes para dormir, e, de manha cedo fomos agraciados com esse nascer do sol, o mais bonito que já vi!

Hasteando a bandeira de quarentena

sexta-feira, junho 04, 2010

quinta-feira, junho 03, 2010

Dia 7, Travessia Nova Zelandia a Fiji

Estamos a 47 milhas da entrada do passe de Navula, entrada da área de recifes de Lautoka, Fiji. Devemos entrar para dentro dos recifes por perto das 14h e vou ancorar por perto da entrada pois se tentar ir até Lautoka vou ter que entrar no escuro.
Hoje acordei com um pulo da cama quando ouvi uma voz que parecia fora do barco, mas vinha do VHF. Depois, um daqueles barcos pesqueiros engraçadinhos, acelera tudo para interceptar a minha rota, onde ele deveria fazer o contrario, passar pela minha popa (trás), pois eu estou na vela e tenho preferência de passagem. Chamei pelo radio, mas sem resposta, e como estávamos falando na Rag-Of-The-Air (8173 USB) SSB net as sete da manha, a Lilian reportou sobre o pesqueiro muito próximo. Logo ele passou e se foi, mas me deixou com a boca seca.
Ajusto velas, checo rota e aproximação da ilha, e venho escrever.
Abaixo um foto da nossa aproximação, vista pelo RayTech com cartas CMAP.

Acompanhe o Matajusi no site Sailwx

Dia 6, Travessia Nova Zelandia a Fiji

Amanha devemos chegar na costa oeste de Fiji. Talvez não de claridade para seguir dentro da barreira de recifes até Lautoka, e se não der, vamos ancorar em uma das enseadas do caminho. Isso não é permitido, mas a segurança do barco e tripulação vem acima de qualquer regra, e não vou navegar no meio dos recifes a noite, nem vou esperar no meio do mar para entrar no dia seguinte.
Esses últimos dias foram meio cansativos, pouco vento, mar calmo, ajudando no motor. Ainda bem que entrou vento hoje, pois não agüentávamos mais o barulho do motor e do exaustor do motor!
Estamos com vento Leste/Nordeste de quinze a vinte nós, o suficiente para andarmos na media de sete nós. Estou com as duas velas de frente armadas, pois parece dar mais potencia quando batemos nas ondas, que estão entrando na mesma direção de onde está vindo o vento. Algumas passam por cima do barco, molhando tudo. Os vazamentos estão 98% melhores, mas ainda temos alguns pingos aqui e ali. Vamos tentar consertar chegando na marina Vuda-Point em Lautoka, onde talvez tenhamos que tirar o barco d'água, pois está fazendo um barulho que parece um rolamento da rabeta.
A geladeira pifou hoje e já jogamos uns cem dólares de carnes e legumes fora. Mais um pouco vai amanha, com os queijos e patês! Mais uma coisa para consertar na marina. Vamos ver se achamos algum especialista em fogões Plastimo, pois o forno não esta funcionando.
Estamos preocupados com dois barcos amigos que estão em apuros. O Alicia Ann, com o Gwen e a Pat que conhecemos em Galapagos e nos falamos sempre no SSB. Eles pegaram uma tempestade no Norte de Fiji, a caminho de Lautoka, e rasgaram muitas velas alem de apagar o motor. Eles estão tentando consertar o motor, mas não conseguiram entrar para Lautoka, então seguiram para Vanuatu, pois com mar aberto por uns cinco dias, eles tem tempo de trabalhar nos problemas do barco antes de aterrarem em Port Vila, Efate. Outro é nosso amigo John, um velejador em solitário de setenta e dois anos de idade que conhecemos em Opua e ficamos muito amigos. Ele foi caçador de arco e fecha além de piloto de corrida de motos, com mais de vinte mil quilômetros rodados em pistas nos EEUU. Sempre temos conversas muito animadas sobre esses tópicos. Ele pegou uma tempestade vindo atrás da gente e rasgou sua vela da frente, então esta navegando somente com a mestra. Falamos todos os dias com ele via SSB.
Estamos levando uns equipamentos do Bicho Vermelho para eles em Fiji, pois o Bob teve problemas bem na saída e deixou em, Opua para consertar. Devemos nos encontrar amanha ou Sábado em Lautoka. Lá vamos rever muitos amigos que partiram nas primeiras levas de veleiros de Opua, como o Cat Mousses, o Alexander VI, o Too Much, o catamaran PuraVida, que salvei de um naufrágio em Huahine. Ontem eles bateram, em um recife e estão retornando para Vuda-Point para arrumar o leme que quebrou um pedaço. Enfim, de volta para o sol, os amigos do mar, as aventuras, e tudo o mais que faz essa vida ser bem vivida.