segunda-feira, julho 08, 2013

Custo de manutenção de motor Yanmar que pode ser evitado!

Vou dedicar essa matéria a alguns dos problemas de manutenção que tive com o motor Yanmar do Matajusi.

Tudo começou, e só foi preciso isso, com uma instalação mal feita pelo estaleiro que fabricou o Matajusi e montou o motor no barco, seguida por uma vistoria mal feita pelo representante Yanmar da região, que não percebeu a montagem errada, e pronto, como “uma coisa leva a outra”, o problema foi aumentando e se agravando até a situação de hoje.

Na instalação inicial do motor feita pelo estaleiro, o cabo de acelerador e engate da transmissão foi montado muito curto. Com isso, todas as vezes que o engate a frente era acionado, não acionava corretamente a transmissão, faltando mais de um centímetro para a transmissão ser acionada na forma como devia, e isso, com o tempo, foi provocando um desgaste desnecessário do cone da transmissão.
Esse problema poderia ter sido evitado, se, primeiro, o estaleiro tivesse montado corretamente o cabo, segundo, se a inspeção da Yanmar tivesse reconhecido o erro e promovido o acerto, mesmo antes de eu receber o barco e motor novos, e terceiro, se eu entendesse alguma coisa sobre isso quando recebi o barco, e por isso escrevo essa matéria, pois muitos serão os novos proprietários que poderão reconhecer esses problemas e ajustarem o cabo de engate antes do problema piorar.
Um problema que na pratica pode ser identificado e corrigido, tendo-se o conhecimento para tal, acabou gerando um custo enorme e desnecessário, acumulado com o risco do motor nos deixar na mão,  e pior ainda se em uma hora onde isso não pode acontecer, ou seja, quando a gente realmente estiver precisando contar com o motor em bom funcionamento. Não adianta o motor ligar e funcionar bem, a transmissão tem que engatar e funcionar bem também para o barco poder ter algum seguimento a motor.

Lembro que em algum momento na nossa travessia pelo Pacifico, comecei a perceber que a velocidade do barco não mais correspondia com a velocidade do motor, ou Rotações Por Minuto do motor (RPM). Primeiro pensei que o hélice ou o eixo estavam soltos, pois não conhecia o sistema o suficiente para poder diagnosticar o que estava acontecendo. O que eu percebia era que o hélice girava mais lento do que deveria estar girando. Para entender melhor, eu olhava no volume de água que era empurrado para trás pelo hélice, para empurrar o barco para a frente, e aquilo não parecia corresponder com o RPM do motor.
Como em travessias usamos o motor somente ajudando o seguimento à vela, sempre em baixa rotação, algo entre 1.200 e 1.800 RPM, pois nessa velocidade o consumo é bem menor  e a distancia que podemos percorrer aumenta bastante. Com os três tanques de diesel do Matajusi, com um total de 330 litros de diesel, consigo fazer algo em torno de mil milhas ajudando o seguimento à vela com o motor.

Minha experiência mostra que o consumo seria na ordem de vinte e cinco litros por vinte e quatro horas de motor, ou seja, pouco mais de hum litro por hora, o equivalente a  um quarto de tanque por dia, o que me daria na ordem de doze dias de ajuda com o motor, que a uma media de cem milhas por dia, ou seja, muito pouco vento a favor ou talvez vento ou  corrente contra, me daria as mil milhas iniciais. Mas, o problema com usar o motor nessa baixa rotação, é que não se percebe quando a transmissão esta patinando, pouco ou muito, pois o barco continua com algum seguimento com o vento ou corrente, dai a importância de se conhecer esse problema para podermos identifica-lo antes do problema piorar a ponto de perdermos qualquer possibilidade de seguimento á motor.

No meu caso, a situação ficava mais complexa pois o barco usava um hélice Kiwi Prop, que se alinhava à agua para diminuir o arrasto quando o seguimento era a vela. Primeiro pensei que o hélice não estava armando corretamente, e cheguei a mergulhar  seguro a um cabo amarrado à proa, com o barco e motor em seguimento, para ver o que acontecia e foi aí que percebi que o problema era que o hélice não girava na velocidade que deveria girar em relação à rotação do motor, somente quando o motor era acelerado, e ai percebia-se um “tum” em algum lugar do sistema,  com o barco voltando a se comportar como deveria.

Sem conhecer ainda o sistema, ficava difícil identificar de onde vinha o  “tum”, e até chegarmos na Nova Zelândia, quando tirei o Kiwi Prop e re-instalei o hélice original do barco, de bronze com duas pás, que percebi, mais isso somente depois de voltar o barco para a água, então resolvi deixar ainda com o “tum” até Fiji, onde tinha outro representante Yanmar.
Em Fiji, conversando com outro navegador que já tinha tido esse problema, aprendi sobre os cones do sail drive da Yanmar, como funcionavam, e os problemas que davam, mas isso, mais comum nos sail drives anteriores ao do Matajusi,que tem o SD50. Escrevi para o David, um amigo da Yanmar de Opua na Nova Zelandia e ele me mandou copia do manual do SD50, com instruçoes de como consertar o problema da derrapagem do cone das rabetas Yanmar (Sleepering Cones). O problema era tão grave nos sail drives anteriores que a Yanmar desenhou um sistema onde o eixo pode ser desacoplado da caixa de transmissão, com um simples soltar de quatro parafusos e empurrar  o eixo para fora do cone, muito simples, e permite que se retire a caixa de transmissão, agora sem o eixo espetado no meio dela. Dentro da caixa de transmissão, fica esse cone, parecido com um ioio de bronze. 

Uma vez retirada e limpa a caixa de transmissão dava para ver o desgaste no cone original, de ficar patinando, e de dar e tomar o tranco ( “tum”) quando a transmissão engatava em maiores rotações do que a de marcha lenta.  Feito isso, levei a caixa inteira para a BaoBab, representante Yanmar em Lautoka, Fiji, e pedi para eles trocarem o cone, pois havia conseguido um novo com meu amigo Mike Dawson do Shellette, que tinha dois de reserva, pois ja tinha passado por esse problema também. Lá eles desmontaram a caixa, trocaram os cones, e me devolveram para eu re-instalar no barco.
Feito tudo isso, a transmissão voltou a funcionar normalmente, ou seja, engatava e não dava o “tum”. Mas, o problema não estava lá, somente a consequência, o problema continuava a ser a do cabo de engate, mas eu não conhecia o suficiente para saber disso. Resultado, não demorou muito e a patinação começou de novo! 

Pensei ter sido um serviço errado na montagem da caixa de transmissão pela BaoBab, mas, resolvi estudar mais profundamente o sistema. Escrevi novamente para o David de Opua explicando a nova situação, e ele então sugeriu olhar no cabo de engate, e dito e feito, foi ai que descobri que eles não estavam ajustados corretamente. Não deu muito trabalho ajustar, foi desmontar os cabos no engate e acelerador no motor, acionar o engate com a mão mesmo, e acionar o cabo em paralelo, fora do engate, para ver se o cabo e o engate acabavam no mesmo lugar, e não acabavam! Faltava pouco mais de um centímetro para o cabo chegar onde o engate chegava! Se eu soubesse disso antes?!  Teria economizado muito dinheiro, tido muito menos problemas, menos preocupações e dores de cabeça, tudo por causa de um centímetro de cabo!

Bom, ajustei o cabo, chequei bem, e o engate voltou a funcionar corretamente, mas, e sempre tem um mas,  como ele havia funcionado errado por um tempo, provavelmente desgastou o novo cone também, pois no meio da travessia do Atlântico, a transmissão começou a patinar pela terceira vês na minha volta ao mundo!

Cheguei em Angra, contratei o pessoal da Náutica Porto Novo, representantes Yanmar para fazer uma revisão completa no motor do Matajusi, e aí vieram as novas surpresas! O acoplador do motor, uma peça que fica entre o volante e a transmissão, estava quase que derretido pelos “tums” que teve que aguentar durante essas trinta e duas mil milhas e mais de quatro mil horas que levaram para eu dar uma volta ao mundo! Isso ia me custar mais uma revisão do motor, não fosse o fato de que, meu motor Yanmar veio com um defeito de fabricação onde o retentor de óleo que fica atras do volante vazava desde novo. Na época, a Yanmar tinha autorizado a troca, mas não tinham tempo de fazer a troca antes de sairmos com o Cruzeiro Costa Leste de 2008 a caminho do norte do Brasil, a acabou ficando sem fazer. Quando separamos o motor da transmissão, para trocar esse retentor, descobrimos o acoplador destruído pelos “tums”.


Moral da historia, tivesse o cabo sido instalado corretamente, ou, tivesse a inspeção de entrega da Yanmar identificado o problema, ou, tivessem todos os outros distribuidores Yanmar ao redor do mundo devidamente reconhecido a origem do problema, ou, tivesse eu todo o conhecimento que tenho hoje sobre esse assunto, e não teríamos tido todo esse custo desnecessário na manutenção do motor do Matajusi. Tomara que essa matéria ajude outros navegadores a reconhecer e sanar esse problema antes de terem o custo por não fazê-lo.

domingo, março 03, 2013

Travessia do Atlantico, dia a dia

terça-feira, janeiro 29, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 1/29/2013 a essa hora 16:42 (utc),
nossa posição é 33°23.96'S 017°40.44'E,
no rumo 308T,
velocidade de 4.7 nós,
vento de NNW de até 10 nós,
ressaca tripla (S, SW, NW) de até 2 mts.
Saímos hoje as 09:00 (UTC+2) de Cape Town
com destino a Sta Helena.
quarta-feira, janeiro 30, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 1/30/2013 a essa hora 12:05 (utc),
nossa posição é 32°09.59'S 015°45.34'E,
no rumo 313T,
velocidade de 6.3 nós,
vento de SW de até 15 nós,
ressaca SW de até 2 mts,
138 milhas percorridas no dia 1 de travessia.
quinta-feira, janeiro 31, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 1/31/2013 a essa hora 09:37 (utc),
nossa posição é 30°43.68'S 013°27.88'E,
no rumo 307T,
velocidade de 6.9 nós,
vento de SW de até 25 nós,
ressaca SW de até 2.5 mts,
164 milhas percorridas no dia 2 de travessia.
sábado, fevereiro 02, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/2/2013 a essa hora 07:09 (utc),
nossa posição é 27°07.52'S 010°04.78'E,
no rumo 324T,
velocidade de 6.6 nós,
vento de S de até 20 nós,
ressaca SSW de até 4 mts (estourando na popa!),
145 milhas percorridas no 4 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
Noite bem dormida para mim, Lilian levou uma onda que molhou tudo!
domingo, fevereiro 03, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/3/2013 a essa hora 06:31 (utc),
nossa posição é 25°12.80'S 008°50.84'E,
no rumo 329T,
velocidade de 6.2 nós,
vento de SE de até 20 nós,
ressaca SSE de até 3mts,
133 milhas percorridas no 5 dia da travessia de Cape Town para Sta Maria Helena Perrelli
segunda-feira, fevereiro 04, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/4/2013 a essa hora 06:45 (utc),
nossa posição é 23°22.66'S 007°06.08'E,
no rumo 304T,
velocidade de 6.7 nós,
vento de SE de até 30 nós,
ressaca SSW de até 5mts,
148 milhas percorridas no 6 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
terça-feira, fevereiro 05, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/5/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 06:32 (utc),
nossa posição é 21°51.58'S 005°07.40'E,
no rumo 276T,
velocidade de 5.3 nós,
vento de SE de até 20 nós,
ressaca (tripla) S/SE/SW de até 7mts,
150 milhas percorridas no 7 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
700 milhas para Sta Helena,
quarta-feira, fevereiro 06, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/6/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 04:52 (utc),
nossa posição é 20°48.96'S 003°16.60'E,
no rumo 299T,
velocidade de 5.3 nós,
vento de SE de até 12 nós,
ressaca SE de até 2mts,
140 milhas percorridas no 8 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
590 milhas para Sta Helena,
quinta-feira, fevereiro 07, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/7/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 06:32 (utc),
nossa posição é 19°36.21'S 000°57.55'E,
no rumo 298T,
velocidade de 5.8 nós,
vento de SE de até 15 nós,
ressaca SE de até 2mts,
140 milhas percorridas no 9 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
435 milhas para Sta Helena,
sexta-feira, fevereiro 08, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/8/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 08:32 (utc),
nossa posição é 18°14.54'S 001°30.40'W,
no rumo 300T,
velocidade de 6.2 nós,
vento de SE de até 15 nós,
ressaca SE de até 2mts,
140 milhas percorridas no 10 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
273 milhas para Sta Helena,
sábado, fevereiro 09, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/9/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 08:50 (utc),
nossa posição é 17°00.64'S 003°42.85'W,
no rumo 300T,
velocidade de 5.6 nós,
vento de SE de até 12 nós,
ressaca SE de até 1,5mts,
143 milhas percorridas no 11 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
134 milhas para Sta Helena, chegamos amanha cedo.
Tudo bem a bordo.
segunda-feira, fevereiro 11, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/11/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 03:52 (utc),
nossa posição é 15°55.55'S 005°43.57'W,
no rumo 008T,
velocidade de 0.0 nós,
vento de E de até 12 nós,
ressaca E de até 0,2mts,
147 milhas percorridas no 12 dia da travessia de Cape Town para Sta Helena.
Chegamos a Sta Helena.
sexta-feira, fevereiro 15, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/15/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 09:08 (utc),
nossa posição é 16°03.74'S 007°59.58'W,
no rumo 265T,
velocidade de 5.7 nós,
vento de SE de até 12 nós,
ressaca SE de até 2 mts,
133 milhas percorridas no 1 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
sábado, fevereiro 16, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/16/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 09:01 (utc),
nossa posição é 16°36.75'S 010°10.34'W,
no rumo 252T,
velocidade de 4.5 nós,
vento de SE de até 15 nós,
ressaca SE de até 2 mts,
133 milhas percorridas no 2 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
domingo, fevereiro 17, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/17/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 08:34 (utc),
nossa posição é 17°12.23'S 012°25.25'W,
no rumo 264T,
velocidade de 6.3 nós,
vento de SE de até 15 nós,
ressaca SE de até 2 mts,
136 milhas percorridas no 3 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Conectar no Sailmail esta cada dia mais dificil.
Estamos no SSB 8143 todos os dias as 08:00 e 18:00 UTC.
segunda-feira, fevereiro 18, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/19/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 03:10 (utc),
nossa posição é 17°41.89'S 016°58.20'W,
no rumo 265T,
velocidade de 6.2 nós,
vento de SE de até 32 nós,
ressaca SE de até 2.5 mts,
144 milhas percorridas no 4 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
terça-feira, fevereiro 19, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/19/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 15:52 (utc),
nossa posição é 17°48.34'S 018°18.97'W,
no rumo 266T,
velocidade de 5.7 nós,
vento de SE de até 32 nós,
ressaca SE de até 2.5 mts,
153 milhas percorridas no 5 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
quarta-feira, fevereiro 20, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/20/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 09:50 (utc),
nossa posição é 17°58.05'S 020°14.02'W,
no rumo 265T,
velocidade de 6.0 nós,
vento de SE de até 18 nós,
ressaca SE de até 2 mts,
148 milhas percorridas no 6 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/21/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 13:10 (utc),
nossa posição é 18°28.96'S 023°19.58'W,
no rumo 244T,
velocidade de 7.6 nós,
vento de SE de até 35 nós,
ressaca SE de até 3 mts,
159 milhas percorridas no 7 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Noite mal dormida, muitos pirajas.
Quebrou o suporte do Duo Gen... Gambiarrado! Vamos ver se aguenta.
quinta-feira, fevereiro 21, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/21/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 19:12 (utc),
nossa posição é 18°44.16'S 023°59.68'W,
no rumo 251T,
velocidade de 5.3 nós.
Algo errado na transmissão... engata mas derrapa na frente e na ré.
Se não for uma cabo no hélice, possível que fiquemos sem transmissão.
Motor funciona OK.
Parece que vai ser mais uma noite mal dormida, vejo 3 CBs vindo para cima.
Gambiarra no suporte do Duo Gen por enquanto funcionando.
sexta-feira, fevereiro 22, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/22/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 12:34 (utc),
nossa posição é 19°22.98'S 025°43.13'W,
no rumo 252T,
velocidade de 5.4 nós,
vento de SE de até 15 nós,
ressaca SE de até 1 mts,
155 milhas percorridas no 8 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Hoje ultrapassamos a marca de 30.000 milhas navegadas no Matajusi!
200 milhas até Trindade onde vamos parar para verificar hélice, 1100 milhas até o Bracuhy.
sabado, fevereiro 23, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/23/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 08:51 (utc),
nossa posição é 19°51.03'S 027°37.46'W,
no rumo 256T,
velocidade de 5.3 nós,
vento de SE de até 15 nós,
ressaca SE de até 1 mts,
137 milhas percorridas no 9 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Um dos barcos do BRally (Cat's Pawn IV) parou em Trindade pois estavam sem água e foram muito bem recebidos pela Marinha lá, que levou 100L de agua para eles.
Seguiram viagem para o Bracuhy e as 20:30H (Brasil), na pos: 20 40s 29 58w foram abordados por um
BARCO MILITAR CAMUFLADO com aprox 100mts e sem identificação, que chegou MUITO próximo (20mts),
pois holofote dos dois lados do veleiro, e NÃO respondeu radio contato no 16VHF.
Peço ao pessoal de terra informar a Marinha sobre os barcos do BRally se aproximando.
sábado, fevereiro 23, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
At 2/23/2013 21:16 (utc), Position was 20°10.67'S 028°44.44'W, Direction was 250T, Speed was 5.7
Primeira terra brasileira avistada!
Hoje as 19:12 (UTC) avistamos Martins Vaz. Mais um pouco e Trindade também já estava a vista! Pena que vamos passar por essas duas ilhas à noite! Eu queria parar, dar uns mergulhos, conhecer o pessoal da Marinha, mas com a transmissão com problema, corro risco na ancoragem em caso de precisar sair rápido.
Quem sabe um dia voltamos...
domingo, fevereiro 24, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/24/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 08:27 (utc),
nossa posição é 20°31.87'S 029°49.24'W,
no rumo 249T,
velocidade de 6.0 nós,
vento de SE de até 8/12 nós,
ressaca SE de até 2 mts,
144 milhas percorridas no 10 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Motor sailing a 1200RPM.
segunda-feira, fevereiro 25, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/25/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 09:24 (utc),
nossa posição é 21°12.29'S 032°06.22'W,
no rumo 254T,
velocidade de 5.4 nós,
vento de E de até 8 nós,
ressaca E de até 2 mts,
145 milhas percorridas no 11 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Motor sailing a 1200RPM.
Pino do braço do piloto quebrou durante a noite! Pus o barco em capa
e fui fazer um pino novo. Fiz com parafuso um pouco mais fino pois não tenho
reserva desse pino, que mandei fazer em Curaçao. Vamos acompanhar...
Cansados, mas tudo bem a bordo.
terça-feira, fevereiro 26, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/26/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 09:32 (utc),
nossa posição é 21°53.25'S 034°29.53'W,
no rumo 253T,
velocidade de 5.6 nós,
vento de NE de até 15 nós,
ressaca NE de até 1.5 mts,
138 milhas percorridas no 12 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Continuamos motor sailing a 1200RPM.
Pino do braço do piloto segurando (knock, knock, knock na madeira!). Ainda sem muito vento, que chega forte entre hoje e amanhã. Previsão de chegada do BRally ao Bracuhy para esse domingo! Chegam os primeiros 3 barcos, Cat's Pawn IV, Matajusi, Milo One. Dois outros a caminho, Mr Curly e Prynee. Os outros ainda estão em Sta Helena ou Namíbia
Falamos as 08:00 e 18:00 UTC todos os dias no SSB 8143 USB. Vamos ver se alguém de terra se coneta com a gente!
quinta-feira, fevereiro 28, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 2/28/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 09:51 (utc),
nossa posição é 23°11.32'S 039°19.05'W,
no rumo 262T,
velocidade de 6.4 nós,
vento de SO de até 15 nós,
ressaca NE e de até 1.5 mts,
135 milhas percorridas no 13 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Velejamos bem, mas continuamos motor sailing a 1200RPM para garantir chegada. Queimou o ventilador do motor (blower). Segundo da viagem. Sem reserva a bordo.
Velas mostrando sinal do esforço de 30 dias no mar.
Motor vazando óleo por vários lugares. Transmissão com barulho forte em baixo RPM. Passamos por todos os tipos de tempo, chuva e vento esse ultimo dia! Parece que a Natureza quer nos lembrar de quem manda no pedaço, antes da nossa chegada de volta ao Brasil!
Pino do braço do piloto re-ajustado e ainda segurando.
Previsão de chegada do BRally ao Bracuhy para esse domingo!
Falamos as 09:00 e 18:00 UTC todos os dias no SSB 8143 USB. Vamos ver se alguém de terra se conecta com a gente!
sexta-feira, março 01, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 3/1/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 08:59 (utc),
nossa posição é 23°19.70'S 041°53.01'W,
no rumo 275T,
velocidade de 5.4 nós,
vento de SO de até 10 nós,
sem ressaca,
150 milhas percorridas no 14 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil.
Ao través de Cabo Frio! Pouco vento, ajudando no motor...
Previsão de chegada do BRally ao Bracuhy para esse domingo!
Falamos as 09:00 e 18:00 UTC todos os dias no SSB 8143 USB. Vamos ver se alguém de terra se conecta com a gente!
sabado, março 02, 2013
MATAJUSI Navegation Information:
Nesse dia 3/2/2013 (mm/dd/yyyy) a essa hora 00:23 (utc),
nossa posição é 23°09.92'S 043°32.52'W,
no rumo 269T,
velocidade de 6.0 nós,
vento, teve de tudo, pelas divergências na convergência (!).
Completando a circunavegação nesse 15 dia da travessia
de Sta Helena ao Bracuhy, Angra dos Reis, Brasil, onde estamos chegando
em mais algumas horas.
Ao través da Restinga de Marambaia, ajudando no motor...
Tudo bem a bordo.
Previsao de chegada dos três primeiros barcos do BRally ao Bracuhy para esse domingo!

segunda-feira, janeiro 28, 2013

Port Elizabeth a Cape Town, Africa do Sul:

Ficamos uma semana em Port Elizabeth, sempre muito preocupados com a famosa ressaca que quando  entra pode danificar barcos no Iate Clube. Lá passamos o Natal, primeiro com uma ceia com amigos novos que moram em Durban e conhecemos durante nossa estada lá, que estavam fazendo um passeio de férias que coincidia com as cidades que íamos parar a caminho de Cape Town. Depois, para o almoço de Natal, preparei um coelho ao molho de vinho tinto e comemos com nossos amigos do Ainia. Nos próximos dias, contratamos um motorista e fomos visitar o Addo Elephant Park e o Wild Cat’s World, uma fazenda de criação de Guepardos. No Addo, vimos mais de cem elefantes e um particularmente com as maiores presas que já vi em um elefante, simplesmente enorme e magnifico, e depois, na fazenda de guepardos, pudemos acariciar uma fêmea já adulta que foi criada no parque e era muito confortável com a presença e toque de humanos, além de ver muitos tipos de felinos africanos, inclusive com dois filhotes de leopardo, lindíssimos  três filhotes de leão que deixavam a gente tocar neles e lambiam as nossas mãos, uma experiência inesquecível.


Knysna:

Com o vento, o mar, e a previsão propícios para a travessia entre Port Elizabeth e Knysna, e calculando a maré em Knysna para chegarmos uma hora antes da maré cheia, partimos de Port Elizabeth, acompanhados pelo Ainia. Eles são um barco mais pesado que o Matajusi então foram ficando para trás, e como nós tínhamos hora de chegada na barra de Knysna, seguimos ajudando com o motor para garantir a entrada. Quer dizer, garantia não tínhamos nenhuma pois se a ressaca estiver do lado errado ou com a altura errada, também não iríamos poder entrar, só se sabe quando se chega lá. Chegamos na barra de Knysna na hora, maré, e vento corretos, mas a ressaca estava um pouco alta, e para não errar, ligamos para um voluntario lá que ajuda barcos a entrarem. Ele foi ate o penhasco na frente da barra para olhar a ressaca e disse que podíamos entrar, mas que deveríamos seguir as luzes de alinhamento à risca, mesmo passando a poucos metros de recifes rasos com ondas arrebentando em cima.

Nessa altura, nossos amigos do Mr Curly ja estavam no penhasco e nos ligaram no celular para nos orientar na entrada da barra. Fiquei parado fora da arrebentação para me familiarizar com a barra, ver onde as ondas arrebentavam, ver onde estavam as luzes de alinhamento, e, na hora que achei correta, decidi entrar. Na primeira tentativa, quando estava já passando por cima da primeira barra, de fora e mais funda, percebi uma onda bem maior do que as outras que haviam passado enquanto observávamos a barra e decidi abortar a entrada, virando cento e oitenta graus e encarando a onda de frente. Nossos amigos gritavam no telefone que não devíamos virar e ficar de lado para a arrebentação, mas, como quem manda é o capitão, virei, encarei a onda, subi alto e desci rápido do outro lado, mas sem bater o casco, perfeito!

Ficamos mais um tempinho observando a barra, e na hora que achei que dava, arremeti a frente, logo atras da maior onda de um grupo de ondas. Demorou para o barco ganhar velocidade, mas logo estávamos entrando no meio de duas ondas. 

Passamos a primeira barra, depois o recife que fica a alguns metros do barco, e tudo isso com os nossos amigos gritando que eu devia ir mais para a esquerda, mas como eu estava perfeitamente alinhado com as luzes, segui nessa rota mais segura. Passamos assim pela segunda barra com fundo a dois metros e oitenta, ondas estourando dos dois lados, e logo estávamos dentro. A partir desse ponto seguimos as boias de sinalização de meio de canal, e chegamos na área de ancoragem na frente do Iate Clube. Lá, ancorei e re-ancorei cinco vezes, pois a ancora não firmava. No final, não forcei muito na ré e deixei a ancora com quarenta metros de corrente em fundo de três metros, ou seja, mais do que o suficiente, fomos tomar banho e se arrumar para a ceia de Ano Novo com o Mr. Curly, jantar que a Kathy preparou e estava somente esperando nós chegarmos para celebrarmos juntos a passagem.

Knysna, dita a cidade mais bonita da Africa do Sul, realmente é uma joia, com muitos restaurantes e lojas de artesanatos africanos. Enquanto o Mr Curly estava lá, curtimos Knysna junto com eles, depois, quando eles sairam para Cape Town, pusemos as bicicletas para fora e fomos curtir Knysna de bicicleta, aproveitando para fazer algum exercício, antes da grande travessia do Atlântico de volta para o Brasil.

Uma manha, enquanto a Lilian havia saído com a Kathy do Mr Curly e eu continuei dormindo no barco, fui acordado com uma sacudida do barco, que virou de lado para um vento acima de trinta nós que entrou, e percebi que estávamos correndo soltos na ancoragem. Sem um segundo a perder, pois logo atras do barco tinha um lugar muito raso e ainda de pijamas e meias, corri para o cockpit, liguei o motor e já acelerei tudo para virar o barco contra o vento. Estávamos a apenas alguns metros do raso! Com a ancora ainda na água  e o cabo de nylon que prende a corrente para evitar trancos no guincho ainda instalado na corrente voltei contra o vento e fui no motor contra o vento que já passava dos trinta e cinco nós. Sem instrumentos, pois não tive tempo de liga-los, com o gancho do cabo de nylon prendendo a corrente, não conseguia recolher a ancora e fiquei em situação desesperadora, mas, temos que encontrar a saída  então  no final da corrente, quando senti que o barco queria virar, virei o barco, engatei a ré, e fui de ré contra o vento, arrastando a ancora. A situação era agravada pelo fato da nova coberta do cockpit estar totalmente instalada, pois além de não me deixar ver bem, ainda expunha uma grande área velica ao vento.  Enquanto arrastava a corrente e ancora contra o vento, mas sem poder largar o leme, pois não tinha o piloto ligado, fui tirando a que alcançava da lona de cobertura. Eventualmente, cheguei ao máximo que conseguia ir, pois tinha outro raso na direção que o vento me permitia ir de ré. Lá, resolvi virar o barco de novo e ir soltando corrente. Com o sobe e desce, consegui tirar o gancho que prendia a corrente que agora corria solta, mas sempre com o risco de prender de novo no gancho. Peguei todos os sessenta e cinco metros de corrente, segurando a velocidade do barco no motor e evitando um tranco no final da corrente para ver se a ancora firmava, mas quando a corrente esticou, segurou somente por uns segundos, e soltou de novo, com o barco novamente correndo solto pela ancoragem! Passei mais uma vez por cima da corrente e ancora deixei esticar a corrente, virei de novo o barco e fui recolhendo a ancora pelo comando do guincho do cockpit, conseguindo finalmente recolher completamente a ancora. Ufa! Ainda estava em meus pijamas e de meia, que nessa altura já estavam completamente molhados de água salgada que respingava com o vento forte.

Passei perto de outro veleiro na ancoragem com o capitão olhando minhas manobras, e perguntei se estava tudo bem com a minha ancora, pois do cockpit não conseguia ver. Ele disse que sim, então perguntei se ele tinha alguma sugestão sobre onde parar o barco e ele recomendou uma ancoragem logo depois da entrada da barra que disse ser protegida do vento sudoeste, e para lá me dirigi. 

Sem instrumentos e com rasos pela área  resolvi achar um lugar onde conseguia por o barco em capa (arrastando de lado para o vento) e em três manobras de ir contra o vento, soltar o barco em capa e enquanto isso, tirar o pijama e meias, ligar os equipamentos, tirar completamente a cobertura do cockpit, abaixar o dog-house para reduzir o atrito com o vento, preparar uma segunda ancora com corrente de quinze metros e cabo de nylon de sessenta metros, beber um copo de água  pois minha garganta estava completamente seca da adrenalina e esforço do momento, consegui estar pronto para tentar ancorar o barco novamente.

Decidi por ancorar na baia antes da ancoragem oficial de Knysna, pois alem de não ter nenhum barco, ainda tinha uma área onde, se a ancora garrasse (largasse) eu tinha como manobrar o barco. Com tudo preparado, fui na área escolhida, lancei ancora pagando sessenta metros de corrente, e finalmente o barco parou, isso depois de quase duas horas de combate entre natureza e experiencia! Ufa!

Sem parar para descansar e por maior segurança, preparei a segunda ancora para posiciona-la com o botinho,  em V com a primeira ancora, mas, quando amarrei o cabo na proa, parte dele caiu na água e a forte corrente de maré carregou ele por baixo do barco, agora prendendo o leme e o hélice  Sem vacilar, tirei completamente a roupa e mergulhei nas águas geladas da baia para soltar o cabo. 

Com a corrente forte, não consegui desvencilhar o cabo completamente, então voltei ao barco, soltei a ponta do cabo da proa e deixei ele correr solto na corrente de maré, com a outra ponta com corrente e ancora já no botinho, voltei a mergulhar e consegui soltar todo o cabo, deixando ele solto na corrente de maré e preso ao botinho.

Voltei para o barco, tomei uma banho de água doce, vesti a bermuda de novo, tomei mais dois copos de água  e fui posicionar a segunda ancora em V com a primeira, operação que correu sem incidentes. Voltei ao barco, sentei re-lembrando o incidente todo  analisando o que eu poderia ter feito melhor, até acalmar e descansar bastante, e assim, com o barco integro para seguir com a circunavegação.

Depois disso, resolvi parar na parede de dentro da marina de Knysna e por lá ficamos ate nossa partida. Lá conhecemos novos amigos, o Wayne e Tracy do Margaret Anne, que gostaram muito da ideia do Brally e se juntaram ao grupo de amigos cruzeiristas que estão indo para o Brasil juntos. Fizemos alguns passeios juntos, pois eles tem carro e nos levaram para conhecer lugares interessantes a volta de Knysna, isso enquanto esperávamos a condição de vento, maré e ressaca corretas para sair de Knysna.

Chegado o dia com condições corretas, preparamos o barco, soltamos amarras e partimos de Knysna, não sem antes passar por mais algumas preocupações  enfrentando algumas ondas com mais de três metros de altura que estavam entrando pela barra. De novo, fiquei dentro até a hora correta, e ajudado pelo Wayne no penhasco avisando a gente pelo celular das condições das ondas la fora, saímos, passando muito bem e sem arrebentação pela primeira barra, encontrando uma onda alta na segunda barra, que atravessamos com uma bela subida e descida sem bater o casco, e depois disso, mar grosso pelas primeiras vinte e quatro horas, depois uma travessia tranquila de dois dias até Cape Town, passando pelo famoso e temido Cabo das Agulhas, que decidi passar a vinte milhas ao largo evitando dois bancos de areia que ficam tenebrosos durante ressaca e vento forte, depois passando pelo Cabo da Boa Esperança, que não pareceu oferecer qualquer perigo e passando do oceano Indico para o Atlântico.

Cape Town:

Chegamos pela manha do terceiro dia em Cape Town e pelo telefone confirmamos onde o Mr Curly tinha atracado, nos dirigindo para a V&A Waterfront Marina, uma marina com apartamentos com fama de caríssima, mas onde conseguimos negociar um preço compatível com as outras opções em Cape Town. Essa marina fica no meio de uma área de elite de Cape town, com restaurantes, shoppings, supermercados, cinemas, enfim, tudo a uma distancia compatível para se ir a pé então nem tiramos as bicicletas do barco.

A Lilian se divertiu com as lojas de roupas da área  e curtimos muito os restaurantes e mercados de comidas típicas locais. Alugamos um carro para fazer algumas compras em lugares mais distantes, ir no passeio do carrinho que sobe a montanha que fica no meio da Cidade de Cape Town,  e fazer uma visita à área das fazendas de vinho perto de Cape Town, onde fizemos uma excelente compra de bons vinhos da Africa do Sul, sempre acompanhados do Richard e Kathy do Mr Curly.

Aproveitamos o carro e fizemos a documentação de saída da Africa do Sul e estamos esperando a janela certa para sair. Íamos sair ontem mas o vento passou dos quarenta e cinco nós nos últimos dois dias então decidimos esperar um pouco para a ressaca acalmar. Estamos provisionados, e prontos para sair, mas quando fiz uma ultima revisão no barco depois de um sonho que o estai de proa havia quebrado, achei que o pino que segura o enrolador da genoa no deck estava inchado na área do pino de segurança, então passei o dia, primeiro tentando encontrar um pino mais longo, o que encontrei com um especialista em mastros trabalhando em um barco na mesma marina e depois soltando os brandais e estais de popa para caçar o mastro para a frente usando as duas adriças de balão, soltando o estai de proa para soltar o pino inchado, trocando-o pelo pino maior.

Pronto, barco revisado, pronto para sair e devemos estar saindo amanha cedo, esperando ter uma noite melhor dormida porque na de ontem o vento passava dos quarenta e cinco nós, sacudindo muito o barco dentro da marina.