Ainda em PaoPao, Moorea:
Posição S17 30.203 W149 49.385 27/08/2009
A ancoragem em PaoPao tem sido confortável, pois ventos estão de Noroeste. Ouvi que os ventos por aqui rodam a cada dez dias e hoje o barco virou, querendo dizer que os ventos viraram. Previsão é de ventos até dez nós. Estou com cinquenta metros de corrente e a Bruce de vinte quilos. Com vinte metros mais no paiol, não esquento mais com ancoragens, pago mais corrente e deve agüentar até nível de tempestade. E sempre tenho a Fortress com mais quinze metros de corrente e sessenta de cabo de nylon de dezesseis mm.
Ontem alugamos uma Scooter 125cc e demos a volta completa na ilha. Tiramos muitas fotos e assim que conseguir transmitir para meu irmão Sergio, vocês vão poder ter uma boa idéia de como é bonito por aqui. Mas, para o meu gosto, muito povoado... estou só esperando o vento certo para ir à Huahine, dito um lugar mais selvagem.
Os picos do passeio de moto ontem, além de matar um pouco da saudade de tocar uma moto, foram ir até a cachoeira, montanha acima e cheia de barro, o que deu para treinar um pouco de derrapagens... A cachoeira é simplesmente uma corredeira com um laguinho de captura de água, e aproveitei para tomar um banho frio e lavar minha roupa. Colhemos um punhado de "pipitio" uma semente vermelha muito usada por aqui para se fazer bijuterias.
Outro destaque foi parar na Tiki-Village, pois com o contrato de aluguel temos entrada franca. Eles designam um guia autêntico polinésio e o nosso guia, o Tihoni, um garotão alto, forte e muito bonito que mereceu várias fotos da Lilian... foi nos ensinando muito da cultura e história da Polinésia, que segundo ele é formada pelo triangulo das ilhas de Páscoa, Hawai e Nova Zelândia. Aproveitei num momento que estávamos sozinhos dentro de uma das cabanas de construção autênticas da cultura Polinésia, e perguntei se era verdade que somente o primeiro filho era tratado como homem, que os outros eram tratados como mulher e tinham um comportamento afeminado, não necessariamente gay.
Ele explicou que os Mahus, conforme são chamados, são filhos homens que assumem o papel de filha mulher, ou seja, fazem os trabalhos domésticos, cozinham, e ficam mais com as mulheres do que com os homens. Explicou que isso não necessariamente quer dizer preferência sexual, e que os Mahus são muito respeitados dentro da cultura polinésia. Disse também que os outros, gays, cujo nome não memorizei, não tem o mesmo respeito que tem os Mahus.
Visitamos várias cabanas, construídas em estilos diferentes, mais a praça de alimentação, um lugar coberto que acomoda mais de cem pessoas e onde a comida é feita em cima de uma fogueira cheia de pedras em um buraco no centro, depois que o fogo para e as pedras continuam quentes. Depois nos levou a beira mar, onde o Terootae, outro polinésio autêntico, cheio de tatuagens nos levou de barco a remo até uma imitação de fazenda de pérolas, que mereceu várias fotos da Lilian também... além de um filme... No retorno da visita à fazenda de pérolas de imitação, fomos levados para uma área de venda de pérolas já montadas, e muito bem montadas. Tivemos mais idéias de como montar as pérolas que compramos em Apataki. Depois fomos ver um show consistindo de uma banda polinésia e um grupo de dançarinos homens e mulheres. Muito bonito, sempre com um destaque sensual. Vale notar que todos os polinésios que trabalham no Tiki-Village estão sempre vestidos em costumes autênticos polinésios, ou seja, com pareos (nossa canga). O Tihoni tirou a Lilian para dançar, e pela primeira vez ela dançou uma dança polinésia. Depois da dança, um homem e uma mulher do grupo fuçaram para demonstrar como se pode usar o pareo de diversas formas diferentes. Ficamos na vila para almoçar e depois continuamos nosso passeio de scooter.
Próxima parada foi o Belvedere, que fica alto em uma das montanhas e da vista para as duas baias no norte da ilha, uma delas onde estava ancorado o Matajusi. A estradinha era asfaltada, muito parecida com a estradinha que leva ao pico do Jaraguá em São Paulo, e aproveitei para acelerar um pouco mais a motinho para matar a saudade de umas curvinhas...
Do Belvedere fomos à uma loja que vende produtos alcoólicos feitos de frutas locais, onde tem uma área de degustação, e foi licor em cima de licor, até a hora de decidirmos que era melhor ir entregar logo a scooter, antes de todo aquele álcool nos tirar do sério.
No caminho vimos uma van que vendia frango assado com batatas feito na hora, e ficamos de voltar de botinho, que havíamos deixado no hotel do outro lado da baia onde estávamos ancorados e em frente ao Albert Rent A Scooter, para comprar um para o jantar. Uma vez no bote e a caminho da van dos frangos assados, fizemos uma parada no Charisma, um barco de San Diego, cujo capitão parecia estar tocando um violão. Sempre tento achar um parceiro para tocar flauta juntos.
Não anotamos o nome dele então fica como Capitão do Charisma. Ele nos disse que haveria uma dança no hotel as 18h, e nos convidou para uns drinks antes no barco dele. Agradecemos e fomos comprar o frango assado, que levamos ao Matajusi e estava uma delícia!
Acabamos nos atrasando para os drinques no Charisma e para a dança e quando chegamos ao hotel já estava terminando, mas, lá conhecemos outro grupo do barco Sheilette, um catamaran americano com o mesmo itinerário que o nosso daqui até a Nova Zelândia. O Mike e a Marnie nos convidaram para uns drinques no barco deles no dia seguinte. Estávamos mesmo querendo mudar de ancoradouro e conhecer a bahia de Opunohu mais a oeste de PaoPao, então estamos indo para lá.
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