domingo, junho 28, 2009

Posicao 28 de Junho:


Posição 28/06:
07°21S 118°16W
Conforme esperávamos, o vento que causava o swell chegou, e veio forte, entre 18 e 28 nós e com ele, as ondas que já estavam altas, aumentaram. Posicionei o barco de uma forma tal que deslizamos de lado nas ondas, assim fica mais confortável dentro, mas algumas ondas mais altas acabam passando por cima do barco.

A nossa bolha de sobrevivência esta se comportando bem, mas o barulho dentro é infernal o tempo todo. A maior parte do barulho vem do sofá da sala, que em formato de U, acaba ficando exposto aos movimentos do casco, e, mais uma vez, dado ao serviço porco do estaleiro, foi preso com pouquíssimos parafusos, e todos sem arruelas, o que esta causando a madeira a furar com o esforço, e o sofá inteiro ficando livre. E por falar em serviço porco do estaleiro, aqui vai mais um, o barco fazia água pelo piso do banheiro de boreste, quando adernado a boreste, que é uma constante nessa viagem, com ventos quase que sempre vindos do sul-sueste. Quando fui ver, notei que a mangueira entre o ralo para fora e o pedal que tira a água do piso, onde tem um buraco que serve para captar a água dos banhos, estava ligada ao pedal em linha direta, ou seja, com inclinação diretamente para baixo e portanto, com o barco adernado, a água tinha passagem livre para dentro do barco. Tirei fotos do antes e do depois, pois só o que tive que fazer foi trocar a mangueira por uma maior, que dá a volta por cima, encostada à pia, um padrão obrigatório na construção de barcos e que deve fazer parte da lista do padrão ISO afirmado em documentação ser usado pelo estaleiro. Varias outras mangueiras nas conexões dos banheiros estão também sem essa curva acima da linha d'água. Venho trocando todas na medida que tenho o material necessário para isso. Outro padrão no ISO é o uso de duas braçadeiras em todas as conexões abaixo da linha d'água. O meu barco não tinha nenhuma conexão com duas braçadeiras, as que tem agora foram todas eu que pus. Continuamos com a nossa saga de acertos desses serviços desqualificados do estaleiro.

Nesse mar de popa (que vem por trás), algumas ondas acabam entrando no cock-pit, então estou usando a tampa do assento que quando baixado serve para acesso ao barco, virada de uma forma tal a receber o impacto da onda e segurar a maior parte da água, assim, diminuiu bastante o volume de água que entra no cock-pit com essas ondas.

Ontem a pesca rendeu outro wahoo, mas o perdi quando tentei prendê-lo com a bicheira. Acho que dei um tranco muito forte, pois o peixe pulou um metro no ar, e o anzol saiu da boca. Bom, queria mesmo um dourado... Sem peixe para hoje (por enquanto), então atacamos os presuntos congelados que compramos em Galapagos, e comemos mais queijos para suprir o corpo com proteína.

Calculo que ja emagreci alguns 10 kilos, estando o mais leve que ja pesei desde os meus 20 anos de idade, mas vou conferir em uma balança quando chegarmos a alguma terra.

Hoje completaremos 2/3 da viagem, faltando depois, somente mil milhas para chegar a Fatu-Hiva. A expectativa é de se ter vento forte e mar ruim para o resto do caminho, então, a semana promete ser punk! Estamos bem mais rápido hoje e acredito que vamos ter uma singradura na ordem das 175 milhas navegadas. De ontem para hoje singramos 158 milhas, pois começamos com ventos fracos e só mais tarde os ventos aumentaram. À noite tive que levantar duas vezes para risar as velas, pois estávamos andando a 11 nós! O barco estava bem, mais eu fico pensando que se bater em uma baleia o estrago deve ser bem maior a 11 nós do que a 6!

Consegui uma pessoa em Atuona para receber um pacote da minha staff em SP com meu remédio de fibromialgia, pois as dores estão começando a incomodar.

Só por hoje,

Abração,
Silvio

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sábado, junho 27, 2009

Posicao 27 de Junho


06° 49S 115°44W
Passamos da metade do caminho, com 1.547 milhas navegadas, e 1.382 milhas pela frente até Fatu-Hiva nas Marquesas. Isso nos dá uma média de 141 milhas/dia, e extrapolando dariam mais nove dias e meio até Fatu-Hiva, mas, os barcos à nossa frente pegaram ventos (e mar) mais fortes a partir dessa área onde estamos agora, então...

Interessante os pássaros por aqui. Tem uns que parecem umas andorinhas grandes, quase do tamanho de uma gaivota, que voam rasante, muito rápido, com guinadas entre as ondas. Percebo que eles assim conseguem caçar alguns peixes voadores que acontecem de voar na mesma hora que o pássaro esta passando por aquela vaga. A pouco vi um outro que evoluiu dessa forma anterior, para voar dando patadas na superfície da água. Isso espanta os peixes voadores que por lá estejam, e eles os pega quando levantam vôo. Notei também as albacoras caçando os peixes voadores. Elas nadam rápido na direção deles, que levantam vôo. Ela então nada pulando para fora da água, para ver que direção eles tomaram, e acaba no mesmo lugar onde alguns caíram na água, ai percebe-se que tudo para, querendo dizer, ela parou para saborear seu almoço.

Lembramos que não vimos um sequer golfinho por essas águas e somente duas vezes vimos baleias.

Os alimentos perecíveis começam a escassear. Ainda temos melancia, melão, tomates, cebolas e repolhos. Acabando temos laranjas e limões, e acabaram as tangerinas e toranjas (grape-fruit). Tem tido peixe todos os dias. Hoje é dia de pescar de novo, tomara que seja um dourado, pois a carne dele é realmente superior.

Surreal é a gente assistindo Jaques Cousteau no DVD portátil que comprei no Panamá, sentados no cock-pit à noite! À nossa volta, um mundo cheio de perigos e desconfortos, mas dentro do barco, a nossa bolha de sobrevivência, o sentimento de conforto e segurança. Não é muito diferente de um avião. Só que o avião esta no ar e nós no mar.

Ontem o Sailmail cortou o email do Independence por excesso de uso. Eu escrevi para o Jim, criador do Sailmail e intercedi para que eles perdoassem o Independence pois eles tinham crianças pequenas a bordo, que recebiam lição de casa por email, e que as previsões de tempo e mar dessa área eram muito grandes e tomavam muito do tempo disponível de noventa minutos por semana de uso do Sailmail. O Jim resetou o email do Independence, mas disse que eles haviam passado dos 230 minutos!

Hoje, pesquisando nos muitos arquivos que tenho sobre padrões de tempo, mar e correntes, percebi, tarde demais, que a corrente South Equatorial passa na latitude seis sul, e eu já estou perto da sete sul. Poderia ter ficado um pouco mais na latitude seis e assim ganharia de um nó a um nó e meio de velocidade. Avisei ao Alethea Ann que vem atrás e ainda esta acima do seis, sobre essa corrente.

O mar esta ficando mais bravo, com ondas de até 3 metros, mas o vento não esta empurrando bem, então ficamos meio que ao sabor das ondas, o que torna a viagem desconfortável. Mas, atrás do swell sempre vem o vento que causou aquele swell, então estamos esperando aumento dos ventos para os próximos dias.

Bom, vou pescar um pouco.

Abração,
Silvio

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sexta-feira, junho 26, 2009

Posição 26 de junho


06°20.628S 113°19.518W

Hoje completaremos 1.500 milhas navegadas, ou seja, metade da viagem entre Galapagos e Marquesas e podemos começar a contar os dias ao contrario, um dia a menos todos os dias, até chegar. Bom, algo para se fazer...

E por falar em algo para fazer, divagando no meio desse mar imenso, penso, quais são os positivos e os negativos de estarmos aqui, e noto que são muito mais positivos do que negativos. Os negativos são estar longe dos entes queridos, e num mar agitado sacudindo tanto... Já os positivos, contamos muitos ontem a noite. Aqui não tem pó nem fumaça, sem mosquitos e outros pestes, não tem chato nem urtigão, alias, não tem ninguém! Há nove dias não temos nenhum outro ser humano por perto. Imaginamos os seres que estão por perto, mas só vimos alguns, como pássaros, peixes, lulas e baleias.

Preciso achar mais coisas para fazer, pois sinto que minhas dores estão chegando...

Uma preocupação é com o acesso ao email, pois estamos a mais de 1.900 milhas do servidor Sailmail mais próximo. Hoje mudou do Panamá, para Manili e tive mais dificuldade em acessar. Sem email vai ser punk!

Ontem estourou a tira que prende a mestra à retranca (amura). Na minha vistoria, eu tinha visto em Galapagos que ela estava meio desgastada, então pus um cabo de reserva prendendo a amura na retranca, no caso da tira estourar, e não deu outra. Por aqui, definitivamente, prevenir é melhor do que remediar. Temos ouvido no radio nos contatos por SSB dos problemas que alguns barcos estão tendo, com velas arrebentando, cabos presos no topo do mastro, e afins. Aqui no meio do nada, não é muito fácil subir ao topo do mastro para soltar um cabo!

Tenho conferido sempre a Genoa, pois, com a ajuda por email do Gunther, ajustei o estai de proa, pois a genoa balançava muito e todo o barco balançava junto. Deu algum trabalho, mas consegui tirar 1 ½ cm do estai, ajustando o parafuso embaixo do enrolador que prende o enrolador no deck. Agora é ver se segura, pois fiz uma extensão para levantar o enrolador, onde o Teles teve que cortar um pedaço do estai, e pode ser que o Norseman esteja soltando. Tomara que não, pois nunca mexi com isso. Mas, também nunca tinha mexido com motor a diesel, velas, mastros e estais, guinchos e afins, e não estou me saindo muito mal. O pedaço de cano que pus como rolamento no guincho continua lá e trabalhando bem! Comprei tudo novo no Panamá, mas só vou trocar quando se fizer necessário.

Estamos com um vento esquisito, que varia entre Leste até Sul, e entre 6 nós até 14 nós. Isso quer dizer que temos que estar constantemente ajustando as velas, então inventei um jeito de deixar as velas onde não preciso ficar mudando tanto. A genoa esta montada com o pau de spinacker do mesmo lado que a retranca, só que risada pela metade, e esticada para fora e para frente, então ela capta o pouco vento que escapa da mestra. A mestra esta toda para cima, de cara para o centro do vento, ou seja, ESE.

Para café da manha hoje, torta de banana feita pela Lilian, com queijo americano deslactosado que comprei no Panamá.

A previsão sugere aumento de mar e ventos... vamos ver como ajustamos o barco para isso.

Abração,

Silvio

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quarta-feira, junho 24, 2009

Posição 24 de junho


05°27s 108°52w, com ventos de SE entre 8 e 12 nós, média últimas 24 horas de 6.6 nós, rumo 249° Mag.

Como acabou o dourado, pus as varas para pescar ontem, e no meio do dia pescamos um wahoo de uns 4 kilos. Lindo peixe. Virou sashimi imediatamente, não tão saboroso quanto o dourado, mas muito bom. Ceviche para hoje e filés para amanhã... Por um lado muito bom, pois vamos comendo um bom peixinho, por outro, pescar ajuda com o tédio. À oito dias no mar, não se tem muita coisa para fazer. Para me auto ajudar, eu considero que continuo morando no barco, mas que o ancoradouro está meio agitado esses dias. O mar estáva mais grosso ontem e hoje e a estimativa é de piorar.

A capacidade de mandar e receber emails do barco foi a melhor coisa que eu fiz, pois além de me manter próximo dos filhos, parentes e amigos, ainda toco os negócios e por cima disso ainda tenho acesso à toda informação de mar e tempo. Recebo todos os dias pela manhã um arquivo (grib) com ventos, mar, ondas e chuva para o dia e mais vinte e quatro horas. Com isso vou acertando um pouco a rota para evitar mar grosso e procurar por ventos melhores, além de irradiar aos barcos próximos as previsões.

Estamos a 300 milhas da metade do caminho e isso nos conforta. Nossa média diária tem sido abaixo do nosso normal, pois os ventos estão fracos, mas a previsão é que da metade da viagem para frente os ventos vão ficar pelos vinte nós, e aí vamos andar bem. Por enquanto a previsão de chegada em Fatu-Hiva é entre dias cinco e sete de Julho, mas acho que vamos baixar um dia ou dois.

Com ventos entrando pela aleta de bombordo, fica difícil ajustar a genoa a toda hora, então, firmei ela do mesmo lado da mestra com o pau do spinaker e melhorou muito. Pega bom vento e não fica batendo solta. Outra inovação, essa recomendada pelo Gram do Red Herring, foi instalar uma segunda escota de sota na genoa. Muito bom para quando se quer modificar a posição do carrinho, pois evita a vela ficar batendo quando se solta para esse ajuste. Outra vantagem que notei, é que em ventos de aleta como estamos agora, eu solto um pouco a escota e seguro pela escota-preguiçosa, essa segunda escota que agora uso, e isso faz a vela abrir mais para fora do barco, aumentando a captação desse tipo de vento. Fica parecido com uma genaker, cuja escota fica para fora do barco.

Levei um susto muito grande no primeiro dia de viagem, pois com três semanas de mar pela frente, descobrimos que havia acabado meu remédio para fibromialgia. Esse remédio foi minha salvação para essa viagem de volta ao mundo, pois eu sofro, ou sofria até tomar esse remédio, desde os 40 anos de idade, e ficava só pensando como ia lidar com isso durante a viagem. Lembro dos problemas que o Marçal Ceccon teve de colunas. Mas, aí veio a meu primo Marco Antonio Pinotti, reumatologista em Campinas, e me salvou da dor, prescrevendo esse Cizax. Bom, a primeira coisa foi saber se eu teria problema de abstinência do remédio, e a resposta veio que provavelmente. Isso não melhorou o quadro. Cheguei a ficar muito down nos quatro primeiros dias, com um dia em particular onde parecia que ia pirar de vez. Mas, conforme recomendado pelos médicos consultados, um deles meu irmão Sergio, dobrei a dose de Frontal, e isso parece que ajudou.

Minhas dores vem aumentando, mas ainda gerenciáveis, e a ansiedade está controlada. Mas que hora para acabar o remédio! Fomos rever nossos cálculos de remédios e estava tudo certinho. Calculamos certo e compramos certo, mas está faltando exatamente uma cartela de 30 comprimidos, os quais tomo metade de um a cada dois dias, o que seria o suficiente até nossa visita ao Brasil estimada para Novembro. Vai saber o que aconteceu com essa cartela! Já reviramos o barco várias vezes, mas sem encontrá-la.

Bom, vamos tocando em frente, com email umas quatro vezes ao dia, SSB duas, e o resto do dia, procuramos por algo para fazer. Tenho tocado muita flauta nessas horas vagas, e tenho dormido durante o dia, algumas vezes até por três horas.

Obrigado aos que tem escrito, temos recebido muitos emails e isso nos estimula e escrever mais, além de saber notícias de outros barcos e amigos.

Abração

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terça-feira, junho 23, 2009

2070 milhas de Fatu-Hiva nas Marquesas


04°32s 104°28w
Estamos na nossa proa (pela frente) a 2070 milhas de Fatu-Hiva nas Marquesas; ao norte, 1417 milhas de Colima, no Mexico; Talara no Equador a 1318 milhas pela popa (para tras), e a 918 milhas de San Cristobal em Galapagos, de onde partimos a 6 dias atrás.

Estimamos aterragem nas Marquesas entre os dias 5 e 7 de Julho.
A dois dias em calmarias, hoje ajudando com motor, esperando vento chegar amanhã, segundo previsão.

Sem muito a relatar, com mar calmo, algumas baleias piloto no visual hoje, um peixe que mordeu a isca de cor laranja, mas não segurou. Deu uns pulos altos e conseguiu se soltar.

Uma penca inteira de banana madurou no mesmo dia, então fizemos torta de banana hoje. Acumulando a vitamina de banana, banana amassada com aveia, banana ao natural e a torta, devemos ter contabilizado umas 15 bananas cada um só no dia de hoje.

Falamos no SSB 8143 USB as 16 e 23 UTC.
Temos sete outros barcos descendo para as Marquesas, com distancias do Matajusi entre 30 milhas o mais proximo e 1100 milhas o mais distante. O mais proximo é o Alethea Ann, e o mais distante o Taloo. Entre eles estão o Red Herring, Green Coral, Independence e Val. Formamos uma network entre nós e trocamos informações sobre posição, velocidade, rota, vento, mar e tempo, duas vezes por dia.

Nosso dourado acabou hoje, mas rendeu quatro dias. Sashimi e seviche (peixe cru com limão, cebola e alho) no primeiro dia, seviche com batata cozida no segundo, arroz com feijão preto e file no alho no terceiro, e arroz com cenoura no alho e file no alho no quarto. Nada mal para quem esta a mil milhas da terra mais proxima...

A agua que bebemos ja é 50% natural e 50% feita pelo dessalinizador. Passo duas vezes no dessalinizador e consigo chegar a 120PPM (partes por milhão). É considerada potavel a partir de 750 PPM.

Abração,
Silvio

domingo, junho 21, 2009

735 milhas navegadas, 2.252 milhas para chegar a Fatu-Hiva, Marquesas.


03° 46s 101°32w
735 milhas navegadas, 2.252 milhas para chegar a Fatu-Hiva, Marquesas.
Ventos de SE entre 8 e 14 nós, media das ultimas 24h de 6.2 nós, mar crespo entre 1 e 2 metros.
Comendo muito peixe, do dourado que pescamos, e muitas frutas que compramos em Galapagos. Tudo e todos bem a bordo.
Outros 7 barcos fazendo o mesmo percurso, com distancias maxima de 900 milhas do Red Herring e de 20 milhas do Alethea Ann.
Barcos falam as 14 e 23 UTC pela frequencia 8143 USB.
Abração
Silvio

sábado, junho 20, 2009

Pescamos nosso primeiro peixe


3°00.588s 97°49.917w
Singramos 165 milhas, media de 7.0 nós, vento ESE entre 10 e 15, mar picado com ondas curtas entre 1 e 2 metros. Dia ensolarado.
Pescamos nosso primeiro peixe, um dourado macho de uns 3 kilos. Muita briga, quase uma hora trazendo o peixe.
Ja rendeu sashime no almoço, vai ter seviche na janta, e filé amanha!
Tudo e todos bem a bordo,
Abração,
Silvio

sexta-feira, junho 19, 2009

Batemos em uma baleia


2°27.170s 095°21.520w
Mar calmo, ventos de SE entre 12 e 16 nós, rumo 250°, velocidade media de 6.8.
Ontem batemos em uma baleia! Depois vimos que tinham mais de 10 na mesma area. Barulho como de uma onda forte batendo chapada no bordo de bombordo, mas não tinha ondas no mar. Vimos o turbilhão na agua, e depois vimos varias subindo na mesma area...
Tudo e todos bem a bordo, não sei dizer o mesmo da pobre baleia!
Abração,
Silvio

quarta-feira, junho 17, 2009

Destino Ilhas Marquesas 17 de junho de 2009


1°38s 92°00w
Ja deixamos a area de Galapagos,
Estamos indo um pouco mais ao sul buscando uma corrente de 3 nós que ouvimos estar por la.
Singramos 160 milhas na media 6.6 nós, rumo 247°, mar crespo mas confortavel, ventos do SE de 10 a 15 nós.
Falamos na freq 8.143.0 USB, as 15 UTC para os amadores que quiseram se conectar com a gente.
Tudo e todos bem a bordo.
Silvio

domingo, junho 14, 2009

Galapagos (San Cristobal):

Galapagos (San Cristobal):
(Fotos por Silvio Ramos e Lilian Monteiro).

Conforme havíamos combinado com o Fernando no dia da nossa chegada a San Cristobal, contratamos (US$60/pessoa) um tour da ilha, incluindo visita à cratera com um lago de água doce no topo, a área de criação em cativeiro das tartarugas gigantes, a praia da loberia com seus muitos lobos do mar e iguanas marinhas, e terminamos com um almoço servido na casa dele.

Lá pelas 8h30min chamamos um taxi marítimo ($.50 por pessoa de dia e $1 a noite), que transporta gente entre barcos e porto, e caminhamos até o lugar de encontro, a quitanda Don Victor, onde trabalha a Carmela, sócia do Fernando.

Não demorou e chegou o Fernando de carro com o Carlos, um guia local. Seguimos com o Carlos para fazer o tour, acompanhados também pela Ann, uma jovem americana do Colorado que estava passando um tempo no Equador e agora em Galapagos.

Fomos primeiro visitar a cratera no topo da ilha, onde se formou um lago de água doce que é de onde se abastece de água a cidade de San Cristobal. Foi minha primeira visita a uma cratera de vulcão. Uma coisa muito interessante foi ver as fragatas virem beber e se lavar na água doce do lago. Como o lago fica em cima do topo da ilha, tem sempre uma corrente forte de vento, e elas conseguem se manter em um meio vôo meio mergulho. Vimos plantas únicas de Galapagos e aprendemos que um fazendeiro há muitos anos atrás, introduziu goiabas e amoras na ilha, e que numa certa ocasião, massacrou um menino que apanhou uma goiaba do pé para comer. A lenda diz que a mãe do menino jogou uma praga de que as goiabas iam tomar conta da ilha, e dito e feito, a ilha esta repleta de goiabeiras. Na época da fruta, os pássaros comem os frutos e defecam em outros lugares, aumentando cada vez mais a expansão das goiabeiras pela ilha. Tudo que se vê do topo é goiabeira ou amoreira! Agora, tem-se o maior trabalho para manter algumas áreas da ilha livres das goiabeiras e amoreiras, principalmente onde vivem as galapagueiras, as tartarugas gigantes da ilha, pois as goiabeiras se expandiriam sobre as arvores de manzanillo, a comida preferida das galapagueiras. Essa arvore é nociva aos humanos, parecida com uma urtiga e as vimos em muitas das ilhas por onde passamos. Elas dão um fruto meio no formato de uma maçanzinha, daí o nome.

Do topo da ilha são vistos três moinhos de vento, e hoje, cinquenta por cento da energia da ilha já vem dos moinhos. Isso para evitar a geração do monóxido de carbono, produto das usinas a diesel, assim como evitar um derrame de diesel pelas ilhas, com o transporte de quantidades grandes de diesel dos navios para terra.

Da cratera, fomos para a área de criação das galapagueiras. Existem umas 45 tartarugas adultas soltas nesse ambiente natural cercado, e da primeira cria só sobrou uma, a Genesis, que está agora com 4 anos de idade. Existem quatro grupos de tartaruguinhas apenas, dos 6 anos que eles estão criando os filhotes. A Genesis com quatro anos, um grupo com 1 ano, um grupo com 6 meses, e um grupo com 3 meses. Estas ultimas, o maior grupo, com seis filhotinhos. Eles são alimentados 3 vezes por semana para que cresçam rápido e para que não mordam uns aos outros, um problema para os filhotes dessa idade. Eles comem as unhas dos outros o que os acaba matando.

Em um grupo com umas oito galapagueiras que estavam se alimentando, tinha uma bem agressiva que mordia todas que passavam por perto. Ela até tinha um pouco de sangue que não parecia ser dela, em cima da sua carapaça. Eu peguei uma folha do alimento delas e dei na boca dela. Ela aceitou, mas veio para a sobremesa, meu dedo! Fui surpreendido pela velocidade da segunda mordida dela!

No meio da trilha, encontramos uma enorme, que assim que nos viu tentou desaparecer para dentro dos arbustos, mas chegamos próximos e tiramos muitas fotos com ela.

Na volta da galapagueira, paramos em uma fazenda que tinha um restaurante. Eles penduram um cacho grande de bananas maduras na parede, para os visitantes se servirem a vontade. Como a garçonete estava comendo umas laranjas, pedimos para experimentar. Ela disse que podíamos ir buscar nas arvores no pomar, e para lá fomos. Ficamos um bom tempo experimentando frutas e legumes locais, e colhemos muitas laranjas para levar de volta para o barco. Um dos vegetais foi uma espécie de tomate que eles chamam de tomate de arvore, que dá em uma arvore, é vermelho quando maduro, mas tem o formato de um ovo. Morde-se uma das pontas, tirando a casca que é grossa, e chupa-se o interior, que lembra ao tomate, mas não é a mesma coisa. Por aqui se usa muito para fazer sucos. Suco de tomatillo.

Bebemos água e voltamos para o carro, seguindo para a praia da loberia, uma praia de ondas fortes, onde se podiam ver muitas tartarugas marinhas dentro das ondas. No caminho, paramos em um lugar onde tem uma arvore única em Galapagos, muito grande, onde construíram uma casa em cima, que eles alugam por US$15/dia. Chegando à praia, tinha leão marinho por todo lado, com muitos filhotes mamando. Os iguanas marinhos estavam meio que escassos esse dia, mas fomos procurando mais longe e acabamos encontrando alguns. Eles são totalmente dóceis, permitindo aproximação de até centímetros deles. Tiramos muitas fotos deles nas pedras, perto da arrebentação, e depois dentro dos arbustos, se escondendo do sol.

Com isso completamos o nosso tour pela ilha, e fomos todos para a casa do Fernando, que nos esperava com o almoço pronto. Nada especial, mas deu para se ter uma idéia da comida local. Depois do almoço, o Fernando trouxe muitos cadernos de log de barcos que passaram por San Cristobal, e ficamos deliciados de encontrar uma pagina escrita pelo Aleixo Belov em Junho 1989, durante sua segunda viagem volta ao mundo em solitário. Tiramos fotos das anotações do Aleixo, que nem ele deve ter! Vamos mandar para ele depois. Deixamos nossas anotações para serem fotografadas pelos próximos brasileiros que por aqui passarem.

Da casa do Fernando fomos caminhar um pouco pela cidade. Ficamos maravilhados com a qualidade e quantidade de frutas e vegetais, assim como o tamanho avantajado de muitos deles. Será que foi por isso que as tartarugas cresceram tanto? Nunca vi um mamão tão grande, ou um repolho, e as toranjas, cenouras, cebolinha, entre outros.

A cidade é muito limpa, e demonstra ter uma administração muito bem organizada. Como exemplo podemos citar que todas as latas de lixo são iguais, obrigatório na ilha. Todas as casas tem três latas de lixo, cada uma na sua cor padronizada, a azul para papeis e plásticos, a preta para latas e vidros e a verde para resíduos orgânicos. Eles tem uma área de separação do lixo da cidade, onde todo o lixo é separado por trabalhadores. Os vazilhames, latinhas de alumínio, vidros, papelões entre outros matérias recicláveis são vendidos em Guayaquil. A cidade inteira tem os mesmos bancos de madeira, as mesmas lixeiras de madeira, todas na mesma cor e mesma madeira. Os taxis são todos carros tipo Hilux, na cor branca. Isso tudo nos deixou muito bem impressionados com San Cristobal. Ouvimos que durante Dezembro, muitos brasileiros surfistas vêm à ilha para pegar as ondas enormes que se formam nos recifes da frente do porto.

Os lobos marinhos fazem parte da vista local, e estão por toda parte. Alguns até deitam nos bancos da cidade. A praia na frente da cidade esta repleta deles. Alguns, gostaram muito da hospitalidade do Matajusi, que até serviu peixe, mas começaram a ficar muito folgados, pois durante a noite, entravam no cockpit a faziam a maior sujeira. Éramos mais tolerantes com a Monique, mas ela não vinha sempre. No seu lugar vinha a Vicky, um bebe muito antipático, que rosnava para a gente e fingia nos atacar. Aí instalamos uma mangueira de água salgada sobre pressão, que podíamos ligar de dentro da cabine em cima das focas que estavam na plataforma quando não eram simpáticas. Chegamos a ter três focas dentro do barco. No começo, tudo é novo, mas depois de termos de limpar a sujeirada toda manhã, ficamos meio que adversos a termos focas dentro do cockpit. Dei um jeito no assento que abaixa para dar passagem ao cockpit pela popa, e o pus em uma posição que tapava o buraco que fica quando o assento esta no lugar. Alias, um problema grande dos ROs em mar de popa, pois qualquer ondinha entra para dentro do barco por baixo desse assento, e vai até a portinhola de entrada, que se não estiver com o primeiro acrílico montado, acaba deixando água entrar dentro da cabine. Pretendo construir uma placa de acrílico ou algo similar, com um trilho para descer a placa e tampar esse buraco, um dia desses...

A nossa rotina era dormir até acordar, sem horário, e depois disso, nos preparávamos para ir para a cidade caminhar, fazer compras, comer fora e conhecer mais gente. Ficamos amigos da dona de uma padaria local, com um pão delicioso e pães doces saborosíssimos, que passamos a comer quase todos os dias.

Até então não havíamos conhecido nenhuma tripulação de veleiros no porto, então acenei para o casal do Annete Ann, cujo barco estava mais para fora do que o nosso, e eles pararam para uma introdução. Através deles conhecemos também o Gram e a Caroline, dois kiwis do Red Herring II, que estava ancorado ao nosso lado. Nesse dia fomos fazer uma caminhada por umas trilhas que nos levaram por dentro de um museu da historia de Galapagos, e depois seguiam até uma baiazinha bem mansa, onde todos fomos fazer uma mergulho. Não era meu primeiro contato com a água de Galapagos, pois já havia mergulhado em volta do Matajusi para limpar o costado e verificar aquele espinhel que havia ficado no hélice. A água é fria, mas não desconfortável, mas como estava sem roupa de neoprene, não consegui ficar mais do que uns quarenta minutos na água. Mesmo assim, fui o ultimo a sair. Mergulho interessante, pois algumas focas do local gostavam de assustar os mergulhadores com ataques fingidos, onde chegavam até alguns centímetros da gente, e se desviavam. Filmei esse comportamento para incorporar no meu documentário filmado. Interessante notar que, na mesma semana, aparentemente a mesma foca acabou mesmo atacando um turista que ficou com uma bela dentada nas costelas. Não sei se ele provocou o ataque, mas de qualquer forma agora fico mais esperto com elas por perto. Do nosso lado tinham uns garotos locais mergulhando. Perguntei o que pescavam e eles responderam que procuravam por polvos. Eu procurei polvo por todo canto, mas não distingui nenhum. Quando voltei do mergulho, os garotos já tinham cinco cavaquinhas de bom tamanho, e eu também não vi nenhuma no meu mergulho. Acho que cada lugar tem um aspecto diferente, e até que você se ambiente com o lugar, não vai distinguir os crustáceos.
Aproveitei para tirar muitas fotos submarinas com a câmera que a Tatiana me trouxe. Essa câmera é mesmo ótima! Temos tirado muitas fotos e filmes com ela.

Na volta da área de mergulho, fizemos outra trilha, passando por uma estatua de Darwin, bem onde os mergulhões de pata azul ficavam. Como são bonitos esses pássaros! E os mergulhos que eles dão, nunca vi nada parecido! Vem de muito alto com tudo na água, e vão fundo. No final da tarde, eles vem em bandos e mergulham juntos, sincronizados. Incrível como não se machucam.

A nossa rotina na ilha era ir para terra de taxi marítimo lá pelas 11h, caminhar, procurando por uma coisa ou outra, comer um pão doce na padaria, tomar um suco de frutas, e depois ir para o Muana, um restaurante/bar com internet wireless, e meio que o ponto de encontro dos cruzeiristas. Em uma das visitas a terra, caminhamos até uma praia que vemos todos os dias, pois fica bem ao nosso traves de bombordo. Lá tem uma faculdade que é uma extensão da Faculdade de São Francisco nos EUA. Muitos estudantes jovens, felizardos de poderem estudar aqui em Galapagos.

O Red Herring partiu para Marquesas na quinta-feira, e combinamos de falar as 15UTC todo dia no SSB, freqüência 8.143.0 USB, usada pela Net Pacifico as 14 UTC. Essa rede anota posição de todos os barcos cruzando o Pacifico Leste, e se auto ajudam com informação de mar e ventos. Nós entramos todas as manhas as 8h, ouvimos os relatórios de posições e condições, e esperamos as 9h para falar com o Red Herring.

Depois da saída do Red Herring, levantamos ancora e fomos mais próximos do píer, tentando alcançar as redes sem fio locais. Conseguimos algumas, mas não conseguimos a que queríamos, do bar dos cruzeiristas.

Ancoramos em seis metros de água, com trinta e cinco metros de corrente. A maré aqui varia perto de dois metros.

Íamos partir no Domingo, pois Sábado é dia de feira e faríamos o abastecimento do barco, mas, na sexta-feira começou um desarranjo intestinal em mim, e passei sexta, sábado e domingo de cama no barco, a base de bolachinhas e batata cozida. Próxima estimativa de partida é terça-feira, depois da feira.

Agora algumas dicas sobre Galapagos:

Um barco só pode entrar em um porto de Galapagos, o primeiro que chegar. Ele tem que ficar ancorado ali e só sair para um porto estrangeiro. Toda movimentação entra as ilhas tem que ser feita usando-se os barcos locais. Então é importante se escolher bem onde se quer entrar pela primeira vez.

Todo barco precisa de uma agente. Em San Cristobal existem dois, o Bolívar, e o Fernando. Não trabalhamos com o Bolívar, então não sei como ele trabalha, mas o Fernando tenta tirar o máximo possível de você. Tem que pechinchar. O agente se encarrega de todos os tramites referentes ao barco e à tripulação. Ele registra a entrada na Capitania, e carimba os passaportes na Emigração. Na saída, ele cuida do zarpe e dos passaportes e entrega pronto no barco. Isso tudo nos custou na ordem de US$220. No nosso caso ele também levou nossas roupas sujas para lavar em casa e cobrou US$1/k.

O diesel só pode ser fornecido pelo agente ou pela capitania. Pela capitania, você tem que ir buscar no posto, com um documento da capitania autorizando, e tem que levar ao barco e carregar os galões.
Esse custa US$2.45 o galão de quatro litros. O agente entrega no barco, ajuda a passar para os tanques, mas cobra US$2.60. Como referência, no posto custa US$1.8.

Um taxi para fazer todos os pontos turístico da ilha, cobra US$45, e podem ir ate cinco pessoas. O Fernando nos cobrou US$60 cada.
È proibido fazer pesca submarina, mas se você for com um nativo fica considerado consumo individual. Tem muita cavaquinha. Em geral se pesca a noite, no mergulho, atrás do farol. Elas ficam todas em cima das pedras e são facilmente coletadas.

Eu sempre fui muito curioso no tocante a usar as bandeiras locais e evitar a discussão sobre armas a bordo. Na verdade, nunca nos cobraram a bandeira e simplesmente não temos bandeira para os países que estamos visitando. Na Polinésia Francesa, vou ver se subo uma, pois ouvi dizer que eles são mais severos. Sobre armas a bordo, somente na Guiana Francesa nos perguntaram.

No próximo relato vou contar sobre nossa travessia entre a Ilha de San Cristobal em Galápagos, até Fatu-Hiva nas Ilhas Marquesas.

Convido meus leitores a se comunicarem comigo pelo e-mail matajusi@gmail.com, e a acompanharem notícias sobre o Matajusi no site do projeto, www.matajusi.blogspot.com .
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domingo, junho 07, 2009

De Balboa a Galapagos (San Cristobal)

De Balboa a Galapagos (San Cristobal):
(Fotos por Silvio Ramos e Lilian Monteiro).

O dia 25 foi um daqueles dias estressantes, cheio de tarefas para prepararmos o barco para a travessia para Galapagos, via Ilhas Perlas, o que incluía Lilian indo ao salão, supermercado, abastecimento de diesel e gasolina (gerador e motor de popa), e fazer a emigração. Saímos cedo de taxi e fomos para o shopping Allbrook, onde a Lilian iria ao salão e eu começaria o supermercado. Acostumado com a vida mansa no barco, esses dias já me deixam meio tonto, e acumule a isso o maldito cartão de credito do Bank of America que reservei para custear essa viagem, que a cada alguns dias trava com uma indicação que estão sendo feitas compras em lugares diferentes do habitual e requer uma ligação a meu custo ao Visa para justificar, mesmo eu tendo tido o cuidado de mandar por escrito ao Visa e ao banco o meu itinerário, e a cada vez que tenho acesso ao telefone lhes faço uma ligação informando que vou estar naquele lugar pelos próximos x dias. Agora ele estava travado, eu sem telefone, e com tantas compras para fazer antes de sair. Mais essa para estressar mais o dia.

Antes do supermercado passei por uma loja de produtos de tecnologia e comprei um disco rígido externo (USB) para manter backups dos computadores de bordo, e um CD/DVD read/write com todas as funcionalidades para usar no notebook que comprei para a Lilian que não tinha CD. Assim ela pode ir trabalhando na copia de CDs da minha filha Tatiana que vamos deixando de presente por onde passamos.

Compramos dois carrinhos no primeiro supermercado, mas como não tinham garrafões de cinco ou dez litros de água alem de sucos, fomos a um segundo supermercado e compramos mais dois carrinhos! No taxi de volta tinha pacote até no colo do motorista, e ainda passamos pela lavanderia e pegamos mais três sacos grandes de roupas que tínhamos deixado para lavar!

Toca a carregar todos os pacotes do taxi até o píer e carregar o botinho de brinquedo (vejam meus comentários sobre botes de cruzeiro abaixo) com tudo aquilo, mais eu e a Lilian. Ao todo foram quatro viagens do píer até onde o Matajusi estava ancorado, e isso com vento contra e ondas de frente! Mas essa é a vida de cruzeirista, a que escolhemos viver pelo menos por um tempo, então, sorria e bola para frente.

Com isso, ficou tarde para fazermos a emigração, além de termos que ajeitar tudo que compramos no barco, então tivemos que abortar a saída e zarpar no dia seguinte.

Ficamos até tarde arrumando o barco, e fomos dormir tarde, acordando tarde no dia seguinte. Nisso, perdemos a maré para entrar na área de abastecimento da Marina Flamenco, onde também tem um escritório da emigração. Ancoramos fora da marina e fomos fazer abastecimento por translado, enchendo galões de quarenta litros de diesel, retornando ao barco, transferindo o diesel dos galões para os tanques na base da mangueira, que com o mar balançando é uma manobra sujeita a vazamentos de diesel pelo convés. Depois da primeira viagem, muito trabalho e pouco vazamento depois, acabou que a emigração estava fechada, pois a única funcionaria capaz de carimbar os passaportes estava doente. Então deixamos para completar os tanques no Balboa Iate Clube, onde também tem um escritório da emigração. Quando lá chegamos, desembarquei a Lilian no bote transporte do iate clube e amarrei em uma bóia por perto, pois eles estavam sem combustível, então teríamos que voltar à Marina Flamenco para finalizar o abastecimento.

Acabamos zarpando para Galapagos com uma escala na Ilha San Jose em Las Perlas, lá pelas 16h30min e logo estávamos na nossa primeira travessia no Pacifico! E que travessia! Pelo menos no começo. Com mar de almirante, ventos fracos mas favoráveis, fomos descendo a baia do Panamá em direção à Ilha San Jose. Eu havia trocado a antena do topo do mastro e queria testa-la com o radio Icom e também com meu novo radio Yaeso, pois esse permite potencia até 50W, o dobro dos 25W dos rádios VHF normais. Fomos testando o alcance dos rádios com o Tin Tin e o Ubatuba e passamos das 30 milhas de alcance!

No nosso primeiro dia de travessia no Pacifico vimos muita vida animal, com baleias cortando nosso rumo e se desviando do barco, uma duvida que eu ainda tinha, raias e albacoras saltando para fora d'água, mas o destaque foram os golfinhos a noite acompanhando o barco, uma visão que somente os que se aventuram por esses caminhos irão ver ao vivo. É algo impressionante, pois a noite estava escura, então não conseguiríamos ver os golfinhos e peixes nadando em volta do barco, mas o atrito deles com o plâncton que parece mais abundante e maior em tamanho do que o do Atlântico, isso cria uma ardentia onde podemos definir exatamente a forma do corpo dos golfinhos e peixes que se mexem na volta do barco. Essa é uma visão única a ser vista por quem admira a natureza.

Nosso primeiro encontro de terceiro grau aconteceu enquanto ainda estávamos em contato pelo VHF com o Ubatuba e Tin Tin, quando um barco de pesca, daqueles com os varais pendurados nos bordos veio diretamente ao nosso encontro, pela aleta de boreste. Vi o barco se aproximando, o que não fazia sentido, pois estávamos navegando em um rumo, e ele mudava seu rumo constantemente para nos interceptar. A uma distancia onde já podia reconhecer o tipo de barco sendo de pesca com varais, comentei com o Guillermo do Tin Tin o que estava acontecendo. Todos acharam estranho aquele barco vir diretamente na nossa direção, então o Guillermo sugeriu tentar contato por radio com aquele barco. Como estávamos no 67, nosso canal de conversa entre barcos, mudamos para o canal 16 e tentei contato. O barco continuava vindo e sem resposta de radio, então o Guillermo entrou na freqüência e falou em espanhol correto para aquele barco guardar distancia e identificar sua intenção. Depois de muita gritaria pelo canal 16, eu saindo com potencia de 50W que deve ter sido ouvida até do outro lado do Panamá, onde dei minha posição, descrevi a situação, clarifiquei que não recebia contato de retorno daquele barco pelo canal 16 e que ele continuava na nossa direção, agora a menos de 200 metros. Ouvi dizer que o que alguns desses pesqueiros fazem é passar muito próximo ao veleiro, e com seus varais pendurados, quebrar os brandais e danificar a mastreação do barco. Depois disso eles desaparecem e aparece um barco socorro que vai te cobrar metade do valor do seu barco para te ajudar a sair dessa. Nessa hora, pelas leis do mar, é muito importante que você passe o seu cabo ao barco ajudando, e não o contrario, pois pela lei do mar, se o cabo é dele, o preço é muito maior.

A algum momento, nessa altura com o pesqueiro a uns 150 metros a nosso boreste, ouvi algo irreconhecível em espanhol no canal 16 e ele se emparelhou conosco. Ficou nessa condição por uns minutos, depois acelerou e cruzou a nossa proa. Essa também é uma condição perigosa, pois alguns barcos cruzam a proa do veleiro e lançam a rede para o veleiro bater nela e ficar travado. Depois eles dizem que foi o veleiro o culpado, que não reconheceu que eles estavam na pesca com rede e passou muito perto. No país deles, essa cola!

Eu desacelerei o veleiro e desviei para boreste, alem de ficar observando se ele lançava a rede. Nada de maior interesse se passou, mas a suadeira ficou, com a produção de adrenalina em alta. E eu que vim ser cruzeirista para diminuir a minha adrenalina!

Eventualmente perdemos contato com o Ubatuba e Tin Tin pelo VHF e seguimos nossos diferentes caminhos.

Chegamos à ilha de San Jose lá pelas 3 da manha, e entrei bem devagar pelo caminho da ancoragem, seguindo o guia do Bauhaus, excelente para o Panamá. Sem maiores problemas, ancorei onde havia marcado ancorar, mas cometi alguns erros:

1. Mesmo sabendo pela previsão que havia um swell de SW, fiquei em baia aberta ao SW, o que nos proporcionou um resto de noite bem balançado, com o barco alinhado no vento, mas de lado para o swell.
2. De novo, mesmo sabendo da previsão, passei em frente à enseada da bodega, a oeste da ilha, e não fiquei por ali mesmo, porque ela tinha entrada para ventos do norte, que não estavam na previsão!
3. Na ancoragem, esqueci de considerar que alguns lugares no Pacifico tem maré de cinco metros, ou seja, você entra com calado, e acaba no seco se a maré estava na alta e com cinco metros de calado quando entrou e ancorou. No Atlântico, procuramos uma área na faixa dos cinco metros para ancorar. Na Pacifico tem-se que ter muito mais cuidado.

No final, por sorte, pois não tinha olhado a tabua das mares, acabamos bem. Havia ancorado com oito metros de água e na maré baixa ficamos com três metros de água abaixo da quilha.

Quando acordamos fomos passear de botinho nas praias por perto, e encontramos lagartos e iguanas. Não deu para ficar muito tempo, pois a maré sobe rápido e muito, praticamente encobrindo todas as praias, e a gente tem que ficar puxando o botinho cada vez mais para cima, então decidimos levantar ancora e ir experimentar a Baia da Bodega, protegida do swell de SW. Chegamos ao final da tarde e o lugar era lindo, calmo, e com muita coisa para se explorar, pois sai um rio na baia. Combinamos de explorar no dia seguinte, agora com a certeza de que dormiríamos bem, e estávamos precisando disso. Com nenhuma previsão de ventos nortes, a noite era nossa...

Curtindo o lugar na noite escura, sozinhos nesse paraíso, percebi umas luzes se mexendo em uma das margens da baia. Peguei a luneta infra-vermelha de enxergar a noite e percebi umas quatro pessoas andando pela praia. De repente, um tiro! Eles aparentemente estavam caçando, e esperávamos não ser a caça em lugar tão remoto, mas, não tivemos qualquer incomodo com eles, quem quer que fossem, e fomos dormir.

E não deu outra, o vento rodou, entrou de norte, e fez uma remexida dentro daquela baia de dar inveja a qualquer alto mar! No fim, dormimos melhor, enquanto dormimos, mas não conseguimos explorar o lugar no dia seguinte e partimos para Galapagos, agora com duas noites mal dormidas e umas oito pela frente em travessia. Bom, essa é a vida que escolhemos viver por hora, então, vamos aproveitar.

A descida para Galapagos pode ser de qualquer jeito que dê na hora que você vai descer. Eu tinha três rotas, duas que eu projetei e uma do livro do Jimmy Cornell. Seguia por uma das minhas rotas, a mais curta, quando pegamos uma bela tempestade, com nuvens vindo de três cantos opostos, que foi nos cercando até cair em cima da gente. Eu a acompanhava pelo radar, e notei um ponto que vinha a boreste, em rumo que cruzaria a minha popa. Não consegui visualizar qualquer luz ao algo que me identificasse aquele ponto no radar e pensei até em chamar outros barcos que estavam passando por perto para ver se eles também viam o ponto. Botei um alvo Marpa naquele ponto e deixei quieto, me ocupando com outras tarefas do barco em movimento. Mas, notei que depois que aquele ponto passou pela proa a umas seis milhas, ele deu um 180° e passou a andar em paralelo com a gente. Como acho que estou muito impressionado com esses ONNI'S do mar, deixei para lá. No turno da Lilian ela notou que ascendeu uma luz verde onde aquele ponto estava no radar. Quando acordei para meu turno, ela me passou a luz verde, que coincidia com o ponto que eu já estava vendo no radar há muitas horas. Nisso entrou outra tempestade, e enquanto eu domava o barco, o ponto aumentou sua velocidade e passou a interceptar a minha proa a meia milha. A fobia voltou e passei a monitorar o ponto, agora com luz verde e em rota de intercepção ao Matajusi. Quando ele estava a uns 350 metros na minha proa, comecei a chamar pelo radio. Sem obter resposta, irradiei a situação pelo canal 16 com 50W e pedi confirmação de outro barco ter recebido a mensagem. A confirmação veio e pedi para aquele barco irradiar a situação também, pois ele estava a umas quarenta milhas de onde eu estava. Pequei meu holofote, e passei a iluminar o barco, agora pela curta distancia reconhecido como um barco pesqueiro com os varais para fora, além de iluminar as minhas velas, para mostrar que eu tinha direito de passagem. Além disso, ajudei com o motor, e subi no vento uns 30 graus, para passar na frente do pesqueiro. Nisso, como se nada estivesse acontecendo, o pesqueiro mudou seu rumo em 180°, assim pude continuar no mesmo rumo que eu já estava, o que fiz por alguns minutos até ficar mais longe da visão ocular do pesqueiro, então desliguei todas as luzes e virei 180°, para passar por trás dele e ir para o outro lado, pois desse lado havia terra pela frente e o outro lado me ajudaria nos ventos para Galapagos. Ficamos assim o resto da noite, e de manha já não tínhamos contato ocular com o pesqueiro. Ou essa brincadeira de gato e rato faz algum sentido para esses pescadores, ou eu estou precisando de uma terapia! Será que estou muito desconfiado? Ora, um barco no escuro, que cruza a sua rota, muda 90° e passa a te acompanhar, no meio do nada passa a interceptar a sua proa, e depois da arruaça pelo VHF simplesmente vira 180° e vai fazer outra coisa com certeza não cheira bem, só que isso esta acontecendo comigo muitas vezes!

Bom, o resto da velejada até Galapagos não teve mais nada de excepcional, a não ser que pudéssemos entender como excepcional encontrarmos um barquinho menor que vinte pés, com motor de uns quarenta cavalos, a 340 milhas da costa! Quando vi, ele estava a uns 200 metros no meu través de boreste! Não fizeram qualquer sinal, não responderam no radio, então segui adiante, mas com a minha consciência me questionando se eu não deveria ter parado e oferecido ajuda! Pensei em chamar alguém no SSB para reportar o fato e dar a posição, mas a total aparência de calma dos pescadores não promoveu essa atitude e deixei de lado.

No dia seguinte, descansando no cockpit, noto algo seguindo o Matajusi por baixo d'água! Não! De novo não! Não a 3.000 metros de profundidade! Olhando na popa, noto um cabo verde embaixo d'água. Peço a foice para a Lilian, a vamos ao trabalho, agora entendendo o porque do barquinho a 340 milhas da costa! Estava com o motor ajudando, pois o vento estava a 29°, e não havia nada preso no hélice, então desengatei o motor enquanto ia trabalhar com a foice, mas esqueci de travar na ré, para o hélice não virar sozinho com o movimento do barco pelo vento, e aí, os cabos presos à quilha de enroscaram também no hélice!

Quando me preparo para por a foice na água, noto algo GRANDE debaixo do barco. Tinha mais de três metros, de cor cinza, mais claro que a dos golfinhos. Nisso vi um golfinho solitário vindo por bombordo para a festa no Matajusi. Chamei a Lilian para ver aquilo, e cheguei mais perto da água, sentado em cima da plataforma. Notei primeiro que o rabo era vertical, então não era um golfinho ou baleia, e sim um tubarão, e notei também o golfinho, um terço do tamanho do tubarão do lado dele. Agora sim a festa estava completa. Um tubarão grande, que pelo formato do rabo parecia um tigre, um golfinho, um espinhel preso na quilha, e agora também no hélice, e eu tendo que sair daquela, de preferência ileso para prosseguir viagem!

Bom, o que quer que o golfinho “falou” para o tubarão funcionou, pois eles foram ficando para trás, e pudermos ver o golfinho nadando em cima do bicho lá para trás. Eu tirei a roupa, vesti o pé de pato e a mascara, peguei um alicate de corte, soltei a escada e mais um cabo longo com um laço na ponta, depois de baixar as velas e deixar o barco em capa (de lado para o vento e ondas). Foi bom, sempre tive a curiosidade de ver o que aconteceria com tentar por um barco de fundo flat em capa. Até que funciona, só que o barco continua com algum movimento, e mais rápido do que eu conseguia mergulhar.

Pulei para dentro d'água, segurando na escada, e primeiro olhei em volta para ver se a festa continuava. Vi uma lula grande, mas não vi tubarão nem golfinho por perto. Então dei o primeiro mergulho, me puxando pelo fio do espinhel preso ao hélice, e cortei todos os cabos que saiam para fora da hélice.

Voltei para a escada, descansei um pouco, sempre olhando à minha volta, e dei um segundo mergulho para cortar o que mais pudesse daqueles cabos. Tinha muito cabo de nylon verde e linha de pesca muito grossa. Cortei o que pude, voltei para a escada, e fora da água.

Muita comoção para mim em pouco tempo! Tentei por o motor e hélice em movimento de novo, funcionou, levantei ancora, e agora, ancorado na Baia do Naufrágio na ilha de San Cristobal em Galapagos ainda não fui ver o que restou do espinhel no hélice.

Vimos terra às 9h20min do dia 4/6, fomos chegando mais perto e costeando a ilha, olhando de binóculos as suas características, certamente diferente de qualquer ilha que eu já tenha visto.

Um pouco antes de entrar no porto, a linha que estava na água há uns 6 dias sem qualquer sinal de peixe, anunciou peixe fisgado, e foi o maior stress trabalhar aquele peixe. Ele era o maior que eu já havia fisgado na linha, e levou ¾ da linha da carretilha. Começamos a abrir velas, tiramos motor, e fomos reduzindo velocidade, mas mesmo assim ele ia levando mais linha. Ai resolvi dar a volta, e ir “buscar” o peixe ao invés de arrastá-lo. Isso deu certo e consegui recuperar quase toda a linha. O peixe mudou de direção muitas vezes e o fomos seguindo de veleiro, se vocês conseguirem imaginar o que é seguir um peixe de veleiro, com as velas para cima! Então baixamos as velas, de qualquer jeito, e fomos no motor. Quando já estávamos prontos para trazer o bichão mais perto, senti a linha folgar com um tranco. Recolhi, e pela primeira vez, vi uma rapala quebrada na metade! O bichão gostou tanto do anzol que resolveu levá-lo consigo!

Bom, chega de aventuras e vamos ancorar depois de nove dias no mar, mas não antes de acabar o diesel bem na entrada do porto!

Estava com a capitania no VHF, pedindo sugestão de local de ancoragem, quando o motor parou. Para quem mexe com diesel, sabe o que isso significa, muda chave do tanque, tira ar do sistema, e vê se pega de novo, e isso, na boca do porto, com recifes de todos os lados, e por sorte, vento e corrente arrastando a gente para fora, e não para dentro.

Bom, seria por de volta as velas e velejar até a ancoragem, mas, conseguimos fazer o motor pegar depois de muitas bombadas e voltamos ao procedimento de ancoragem.

Escrevo esse relato sob o olhar da Monique, a foca que resolveu assumir como seu o cockpit to Matajusi. Chegamos ontem, fizemos a papelada hoje, via um agente local, mandatório por aqui, fomos jantar fora ontem, comemos muito e passei muito mal também, acho que com alguma manteiga em um dos frutos do mar que comi, provavelmente a cavaquinha.

Estamos ancorados com 40 metros de corrente, usando minha bruce de vinte quilos, que nunca me falhou. A baia não esta muito cheia, tem boa ventilação, mas às vezes um swellzinho chato. A água é fria e os tanques de água doce do barco já esfriaram também, assim o banho de ontem foi mais gelado do que o de costume. Lembrei que o ultimo banho quente que tomei foi no meu apartamento em SP em Janeiro!

A papelada nos custou em torno de US$200, incluindo US$80 para o agente. A tonelagem do barco influencia em quanto se paga.

A ilha nos surpreendeu! Parece um pouco com Ilha Bela, mas super bem tratada, tudo bem desenhado, jardins maravilhosos, gente muito simpática em prestativos, com boa comida, boas frutas e vegetais.

Amanha combinamos um tour pela ilha, mas não quero adiantar muito o relato da nossa estada em Galapagos, então fica para o próximo.

No próximo relato vou contar sobre nossa estadia na Ilha de San Cristobal em Galápagos.

Convido meus leitores a se comunicarem comigo pelo e-mail matajusi@gmail.com, e a acompanharem notícias sobre o Matajusi no site do projeto, www.matajusi.blogspot.com.

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sexta-feira, junho 05, 2009

Chegamos a Galapagos


Ancorado em Banquerizo Moreno, Bahia dos Naufragios, Isla San Cristobal, Galapagos
0°53.534S 089°36.713W
Preparando relato e fotos para mandar.

Esse lugar é lindo!!! Não esperava tanto...
Abração,
Silvio
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quinta-feira, junho 04, 2009

Atravessando pela segunda vez o Equador!!!


0°00.001S 88°07.474W - ATRAVESSAMOS pela 2ª vez o Equador!!!
Com lua nos mostrando o caminho, aterragem em Banquerizo Moreno, Ilha San Cristobal, Galapagos, estimada para 16h de hoje,
aguardem relato cheio de novas aventuras, incluindo baleias, raias voadoras, albacoras saltadoras, lulas, peixes voadores, gaivota escravizada, pescadores com barco de 20 pes e motor de popa a 340m de terra com mar em viração, espinhel preso no helice, tubarão de mais de 3 metros debaixo do barco, golfinho salvador da patria, mergulho mais fundo que ja fiz, entre outras aventuras mais.
Forte abraço,
Silvio

quarta-feira, junho 03, 2009

Posição 3/6 9:08 (UTC-6)


00°38.472N 086°41.557W
Ventos de 15 a 25 a 30° de bombordo, rumo 223°, mar grosso com ondas entre 1 e 3 metros.
Entrou uma frente fria, navegando de gorro no Equador!
Estimamos cruzar Equador em 15h e chegada a Porto Maquerizo, Ilha Sta Cruz, Galapagos entre 20h de amanha e 02h de 5/6.
Todos bem a bordo.
Muitas goteiras e estai de proa solto.
Forte abraço,
Silvio

terça-feira, junho 02, 2009

Posição 2/6 9:44 (UTC-5)


1°41.280N 84°23.953W
A 350 milhas de Galapagos, com ventos de 10-18 a 35° de Bombordo, rumo 233°.
Mar picado, ondas de 1 a 2, pressão 1008.

Barco fazendo agua nos dois bordos, tiramos mais de meio litro de dentro do painel eletrico, na fralda de plastico que instalei...

Estimativa boa ate amanha, virando para preocupante em 72 horas. Nessa altura ja devemos estar proximos a Galapagos, onde teremos que lidar com as fortissimas correntes.

Abração

segunda-feira, junho 01, 2009

Posição 01 de junho


A 480m de Galapagos, com vento de 10-14 a 60° de Bombordo, mar crespo, ondas curtas e baixas.
Chegada estimada em 72h.
2°31´856N 082°17´907W
Tudo e todos bem a bordo.
Abração