terça-feira, agosto 18, 2009

A caminho de Papeete:

Posição s15°38'784 w146°53'362 18/08/2009
Ontem fomos mergulhar de manha e voltamos com cinco garoupinhas (as pequenas são menos perigosas quanto à ciguatera) e duas pahua (conchas) de tamanho médio, quase um palmo. A Lilian ficou fotografando e nem percebeu um tubarão que chegou mais próximo dela. Eu gritei e ele se assustou e foi embora. Ela conseguiu umas fotos lindas, mas, de alguma forma entrou um pouco de água salgada na câmera.

Voltamos ao barco, lavei a câmera com água doce e lubrifiquei com corrosion X, e pus para secar. Vamos torcer para que não tenha problemas, pois adoro essa câmera que a Tatiana me deu. Mas, câmeras em barcos são assim mesmo, elas não sobrevivem à maresia e as trocamos de quando em quando.

Preparei as garoupinhas para fritar, e comemos com arroz. Interessante um comentário no blog hoje sobre eu comer demais... Emagreci sete kilos desde que vim para o barco e como em geral uma refeição por dia, então, na entendi...

Outro comentário veio do Sergio, perguntando como eu resolvo essas situações por qual passamos de quando em quando. Bom, tento resolver da melhor forma que conheço, e muitas vezes não conheço, então improviso. Experimento de um jeito, se funciona muito que bem, se não, experimento de outro, e vou tentando até acertar. O difícil é lembrar exatamente como eu resolvi, da próxima vez que passamos pela mesma situação, isso vem com mais experiência. Toda vez que saímos de novo, damos umas erradas antes de pegar jeito de novo...

O Paulo me perguntou como consigo conciliar situações do trabalho com a vida que estamos vivendo. Bom, isso testamos por dois anos antes de sairmos de vez. Desenvolvi um método de trabalho e o usamos até hoje. Não conseguiria trabalhar não fosse o uso do email do barco, que me permite múltiplos contatos diários com minha equipe em São Paulo e meu chefe nos Estados Unidos. Não tenho internet a bordo, quando estou ao largo, mas o email é ótimo e funciona muito bem. Lógico que o que eu não consigo fazer é estar cara a cara com um cliente, mas isso eu treinei meu pessoal para me substituir nessas horas.

Depois do almoço fomos nos despedir dos amigos de terra, a Polina e o Alfred, da fazenda de pérolas, e o Phellipe e a Myrna, o casal que vive do lado da fazenda. Sempre trocamos emails e quando estivermos no Brasil, a Lilian vai imprimir alguma foto onde estamos juntos e mandar para esses amigos que vamos fazendo pelo caminho.

Preparamos o barco para sair da fazenda no final da tarde, e quando estávamos prontos para soltar amarras, notei que o sol estaria na nossa cara, e com isso não conseguiríamos ver os cabeços de coral, baixios e bóias de criação de perolas que existem pelo caminho, então, prudentemente resolvi sair na madruga.

Dormimos bem, e acordamos às cinco e trinta. Levamos uma meia hora para finalizar o barco e soltar amarras, e lá pelas seis horas, estávamos velejando e ajudando no motor, pois com isso me atrasei uma hora para a chegada de dia em Papeete. Não seria um grande problema chegar à noite, pois é uma cidade bem sinalizada e iluminada, mas, é sempre bom chegar de dia.

Atravessamos o passe de novo, agora saindo com a maré, e o barco andava a nove nós dentro do passe. Logo fora de Apataki, levantamos a mestra mas continuei ajudando no motor para ganhar tempo. Vamos tentar chegar de dia a Papeete.

O vento esta de popa, entre 10 e 18nós, o que é muito estranho, pois a previsão é de vento leste, o que me daria vento de traves já que estamos rumando quase que direto para o sul. O dia esta ensolarado, mas com pirajas de chuva com pouco vento. Estamos com media de 6.7, mesmo ajudando no motor, o que indica alguma corrente por aqui. Passamos o ultimo atol das Tuamotus e agora é só mar, até amanha no final da tarde.

Enquanto em Papeete, vamos tentar uma entrevista via skype com a Globo do Paraná. Tenho que testar as conexões para ver se conseguimos fazer isso. Minha assistente de Relações Publicas tem negociado com múltiplas emissoras de TV e algumas rádios e revistas, promovendo matérias com nossas aventuras. Uma idéia que se tem cogitado é a de eu fazer reportagens sobre os lugares onde vou, mas para isso temos que ter uma câmera mais apropriada. Vamos ver se resolvemos isso em Papeete.

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