quinta-feira, março 12, 2009

De Ilheus a Salvador - Texto:

De Ilhéus a Salvador:
(Fotos por Lílian Monteiro, Silvio Ramos, Sergio Ramos, Marcelo Lacava, Mario Fuchs).

Dia 18 de Agosto, completamos nossa viagem do Cruzeiro Costa Leste 2008 com a chegada a Salvador, vindos de Camamu. Foram quase 900 milhas navegadas, saindo do Bracuhy em Angra dos Reis, com paradas no RJ, Búzios, Vitória, Abrolhos, Ilhéus, Camamu e Salvador. Em geral, a viagem inteira foi muito boa onde pudemos aprender muito e fizemos muitos novos amigos.

Ilhéus:

Nossa estadia em Ilhéus não foi muito longa, pois queríamos conhecer e explorar a baia de Camamu. Em Ilhéus, ficamos ancorados no Iate Clube de Ilhéus, um lugar pequeno mais muito acolhedor. O pessoal do clube fez o possível para tornar nossa estadia agradável. O Travolta, que trabalha para o clube, tem uma Kombi e essa é uma forma muito barata de se ir a supermercados, ou simplesmente conhecer os arredores. Do lado do clube tem um posto desativado, e lá conseguimos água para encher os tanques e lavar o barco, enquanto o pessoal de terra ia até um posto ativo para pegar galões de 80 litros de óleo diesel. Completamos nossos tanques para o final da viagem, pois em Camamu é difícil chegar próximo a um fornecedor de diesel.

Saímos de Ilhéus no dia 13/08 as 05h00min em uma flotilha de 4 barcos formada pelo Matajusi, Terra Natal do Rodrigo, Talismã do Carlos Alberto e Piatã do Hamilton, todos do grupo dos 40 pés. Com a saída do Ricardo Montenegro do Veleiro Nirvana do grupo dos 40 pés, esse ficou sem sub-comodoro e se desintegrou. Eu havia preparado uma rota e iria liderar o nosso pequeno grupo, mas na última hora percebi que essa rota não havia sido transferida do PC para o E80. Quando preparei a rota no Raytech, sistema que uso no PC para acessar a rede SeaTalk Raymarine do barco, não reparei que esse estava em modo de simulação e, nesse modo, não transfere para o E80 as rotas preparadas. Então, como já estávamos saindo pedi para o Rodrigo do Terra Natal liderar, pois ele havia gravado a rota sugerida na cartilha do CCL2008 no seu sistema de navegação.

Tínhamos 64 milhas a percorrer, o que estimamos fazer em menos de 10 horas. Preparamos a saída para chegarmos a Camamu com a maré ainda enchendo, para evitar corrente forte contra, além de baixios que causam ondas a estourarem em algumas áreas da baía. Nossa rota sugeria as primeiras 22 milhas até Itacaré no rumo 30°, para evitar a saída do Rio das Contas que pode conter objetos flutuantes, dali, seguiríamos as últimas 24 milhas até Camamu no rumo 27°. Acabei seguindo um pouco mais aterrado, e o Talismã um pouco mais para fora, e presenciamos uma situação muito interessante, onde, com pouca distância um barco do outro, o Matajusi velejava com vento terral vindo de bombordo, e o Talismã com vento Leste vindo de boreste, estando, portanto, os dois barcos navegando lado a lado, mas adernados para bordos diferentes. Às vezes o terral aumentava e o Matajusi ganhava altura, e outras vezes o Leste aumentava e o Talismã ganhava altura. Imagino que se estivéssemos no encontro desses dois ventos contrários, ficaríamos parados ou navegaríamos para cima!

Minhas cólicas renais melhoraram muito depois que passei uma pedra no caminho para Camamu! Essa era a segunda em um mês e não pude medir o tamanho dela, pois foi para o mar e era muito fundo! Não consigo parar de pensar o que seria se uma dessas entalar e eu estiver no meio do oceano!

Camamu:

Entramos na baia de Camamu sem problemas, com o Talismã liderando, seguido do Terra Natal, depois Matajusi, depois o Piatã e nos dirigimos ao Campinho, lugar escolhido para ancorar toda a flotilha Costa Leste. Logo ao chegar percebemos que a corrente era forte, e que, devido aos muitos barcos ancorados ali, poderia ter incidentes de âncoras garradas (quando elas não seguram). Dito e feito tivemos vários incidentes de barcos soltos batendo em outros barcos. Em um deles, um dos barcos Argentinos garrou e bateu no Bora Bora. Até aí tudo bem, só que o comandante ligou os motores para sair e acabou cortando o cabo da âncora do Bora Bora, que saiu descendo a corrente. Coitado do Marcio, comandante do Bora Bora! Ele já havia sido arrastado pelo Nirvana em Búzios e agora de novo! O comandante do outro barco ainda tentou dizer que não tinha culpa, mas emprestou uma âncora com cabo para o Marcio ancorar novamente. Como a âncora era pequena, o Marcio jogou duas âncoras e ainda amarrou o barco de popa nos coqueiros da margem, e assim ficou por toda sua estadia em Camamu. Um dia antes da nossa partida, o comandante do barco Argentino veio pedir sua âncora de volta! Além de não ter feito nada para tentar recuperar a âncora que ele cortou, e de não ter se prontificado a reparar os danos que causou, ainda queria sua âncora de volta, uma atitude que deve ser reavaliada por ele, pois é contraria a atitude de camaradagem conhecida pelos navegadores, além da lei internacional de danos causados a terceiros.

Reconhecendo que o Marcio estava em uma situação complicada, sem âncora, me ofereci para mergulhar e procurar por ela. Pedi ao Marcio um desenho de como estavam os barcos quando ele havia ancorado, e pelo desenho fiz um plano de mergulho. Esperei pelo estofo da maré baixa, pois com isso ganhava mais 1 ½ metro de profundidade e não tinha que brigar com a corrente. Preparei-me com minha roupa de mergulho, mas esqueci o pé de pato! Mesmo sem pé de pato, desci pela corrente da âncora do Veleiro Marrano, e fui até o fundo, tateando, pois a visibilidade era de menos de meio metro. Quando cheguei ao fundo, percebi que era de areia e que teria uns 50cm de visibilidade, e que não haviam obstáculos que eu pude notar, o que seria um risco para um mergulho cego. Subi e pedi ao Marcio para ir ao Matajusi pegar meu pé de pato. Mas, enquanto esperava me preparei para um mergulho mais longo, e desci novamente pela corrente da âncora do Marrano. Quando cheguei à uns 9 metros de profundidade e uns 30 metros adiante do Marrano, resolvi ir me puxando pelo fundo com as mãos, na direção que havia traçado no meu plano de mergulho, e a uns 4 metros adiante, dei de cara com a ponta cortada de um cabo, que por sorte era o cabo da âncora do Bora Bora! Subi com o cabo, com receio de chegar ao final deste sem alcançar a superfície, onde meu irmão esperava no bote do Matajusi. Mas, sorte continuando, o cabo deu, mesmo eu tendo que ir forçando um pouco, pois ele estava esticado e amarrado na corrente da âncora do Bora Bora, e assim consegui recuperar os 20 metros de cabo, 30 metros de corrente e uma Bruce original com mais de 10 anos. Fiquei muito contente de ter ajudado o Marcio, podendo devolver a âncora do barco argentino.

Durante nossa estada em Camamu, passamos uma tarde no Piatã, onde fomos próximos da cachoeira de Tremembé. Lá, tomamos banho de cachoeira e dei uns mergulhos para conhecer o fundo do lago onde a cachoeira termina. Muito interessante, pois a cachoeira é de água doce, mas termina em um lago de água salgada! Nunca havia visto nada parecido! No mergulho, encontrei baiacus, embaixo da queda d’água. Fizemos um churrasco e voltamos pelo rio de água salgada, evitando uma coroa onde havíamos encalhado na ida.

Na volta de Tremembé, paramos em Maraú para um passeio pela cidade e acabamos ficando até tarde da noite, pois encontramos um lugar para comer comidas locais que acabaram sendo as melhores de toda a nossa viagem! Foi no restaurante da Luzia, na rua de frente ao rio em Maraú, onde a mesa é arrumada na própria rua. Dona Luzia cria caranguejos guaiamus e pedimos um para cada um de nós e mais alguns extras. Estávamos em seis, eu, Lilian, meu irmão Sergio, Hamilton e Vera do Piatã e Oscar, um advogado tripulante do Veleiro Triunfo II do João e da Zilda. O Hamilton, Oscar e João, todos tem um veleiro de aço de 40 pés com o mesmo projeto do Cabinho. Os guaiamus estavam deliciosos, de lamber os dedos, e para encerrar, Dona Luiza nos trouxe um prato de “catado” para experimentar, e que delícia! Ficamos de voltar para comer mais, pois, além de já estarmos cheios com os guaiamus, pirão e arroz, já era tarde e teríamos que navegar somente pela trilha que gravamos no sistema de navegação do Piatã durante a vinda, pois estávamos com quase zero de visibilidade.
Eu assumi o comando, por conhecer melhor o sistema de navegação do Piatã, idêntico ao do Matajusi, e levei o barco até perto do Campinho, onde o Hamilton assumiu de novo. Aliás, durante nossas viagens, dei vários cursos de uso dos equipamentos da Raymarine, pois meu conhecimento era melhor do que de alguns dos outros comandantes.

Durante nossa estada em Camamu, alugamos barcos para passeios. A melhor combinação que encontramos foi no Guerreiro do Jorge quando fomos para a cidade de Camamu, em uma festa local. O Jorge foi explicando tudo pelo caminho. O conhecimento e destreza dele foram notáveis e a simpatia, seu ponto forte. Ele conhece tudo por ali e já foi mergulhador, mas teve problemas no ouvido e teve que parar. Em uma próxima oportunidade, quero ficar mais tempo em Camamu e ir mergulhar com o Jorge para conhecer melhor o lugar e quem sabe, pegar algumas lagostas e peixes grandes.

Um dia antes de nossa partida, encomendei um balde de “rala-côco”, uma concha local pouco conhecida pelos turistas, pois a mais servida é a “lambreta” que se assemelha a um vôngole, só que maior. Na noite anterior à ida para Salvador, preparei as conchas, mas meu irmão ficou tão desconfiado que elas não fossem boas e poderiam ser um problema para nós na viagem do dia seguinte, que acabei por guardá-las e comê-las em Salvador, o que acabamos fazendo com o Marcio e a Daniela do Bora Bora. As preparei com um espaguete e confirmamos que elas eram realmente deliciosas!

Partimos para Salvador as 4:30 da manhã do dia 18/08, depois de 5 dias em Camamu. Seriam as últimas 62 milhas para finalizarmos o CCL 2008, e seguimos pelo rumo 41,50° até a entrada da Baia de Todos os Santos. Tivemos ventos de Leste o tempo todo, que variou entre 15 e 26 nós, com alterações quando passava algum Pirajá, como são chamadas as pequenas tempestades que passam rápido pelo caminho. Em 15 a 20 minutos e acabou! Em uma delas, tivemos que virar de frente para o vento e rizar as velas, o que me arrependi logo em seguida, pois depois de 15 minutos, tudo voltou ao normal. Voltei a abrir todo o pano, e fomos o primeiro barco da flotilha a chegar a Salvador, ganhando 7 milhas com relação aos outro barcos que saíram juntos, com exceção do Simbad, do Victor e Suzy, que nos acompanharam o tempo todo.

Salvador:

Em Salvador, ficamos 3 dias no Terminal Náutico, e, pela primeira vez durante todo o CCL 2008, atracados a um píer com água e luz em abundância. Ficamos os primeiros 2 dias a bordo, arrumando e lavando o barco, e no dia 19, depois do churrasco em comemoração ao aniversário do Zanella do Veleiro Guga Buy, fomos com o Ricardo Montenegro e Ana Lécia, sua esposa que é natural de Maraú, para o Pelourinho, assistir um show que o Jerônimo, um artista local, dá gratuitamente todas as terças-feiras, para o povo de Salvador.

Infelizmente, pois acho que isso podia e devia ser evitado, como explico a seguir, fomos assaltados por um grupo, onde calculo terem mais que 20 trombadinhas trabalhando em conjunto para cercar e assaltar turistas que vão à Salvador para gastar seu dinheiro e, portanto trazer benefícios ao local.

Explico. Eram umas 21hs e fomos seguindo o Ricardo, que por conhecer bem o local nos levou ao meio do povão da festa, sem saber que o lugar era um antro de bandidos que, se aproveitando da concentração dos turistas e volume de pessoas, assaltam descaradamente aos mais desprevenidos. Estávamos no meio do povo, na escada da Igreja da Glória, com o Jerônimo cantando em um palanque improvisado em baixo da escada. A Lilian, não acostumada a esse tipo de concentração, ficou perturbada com o número de gente fumando maconha. Eu lhe disse que isso não era motivo de preocupação, mas percebi que ela estava ficando passada com a situação e pedi ao Ricardo para irmos saindo. Eu já havia percebido muitos olhares dirigidos para nós com alguns indivíduos começando a fazer um cerco em nossa volta. Fui promovendo nossa saída o mais rápido possível, quando um dos ‘olhantes’, enfiou a mão no meu bolso tentando tirar meu celular. A mão dele travou na saída do bolso e eu a segurei. Ele puxou com força e entrou no meio da multidão, comigo indo atrás e gritando “safado”! Ainda voltei para o grupo onde ele estava com várias meninas bem apessoadas, e lhes falei que elas estavam andando com um “safado”! Nessa altura, a Lilian já estava uns cinco degraus abaixo, e o cerco agora estava em torno dela e da Ana Lécia! Corri para lá, tirando, a cada 3 segundos, mais uma mão dos meus bolsos! Nessa altura um tinha tirado a carteira da bolsa da Ana Lécia, que começou a gritar. Aproveitando a confusão, outros 4 cercaram a Lilian e um arrancou da mão dela a câmera, quase levando a mão dela junto e a jogando no chão! A coisa estava preta e piorando! Agarrei pela camisa um dos que haviam cercado a Lilian e o puxei, segurando ele bem próximo de mim, à minha frente, mas minhas costas estavam descobertas e fiquei só esperando uma estiletada nos rins!

Nisso, ouvindo os gritos e vendo a correria, vieram 3 guardas escada abaixo, e o lugar se esvaziou em segundos! Eles acabaram prendendo o garoto que eu havia segurado, juntamente com mais outro que estava com ele e encontraram crack no bolso de um deles. Fomos embora, mas no caminho peguei uma pedra em forma de machado medieval do piso do Pelourinho e fui armado com ela até o barco. Essa foi uma experiência muito desgastante, além de termos perdido a câmera do Matajusi com todas as fotos da última perna. Por sorte havia copiado as fotos anteriores para o PC, formatando o disco da câmera. Resolvemos não sair mais da área do terminal náutico, até irmos embora para Aratu.

Acho mesmo uma pena que Salvador sendo tão bonita e tendo tanto para mostrar, esteja recebendo seus turistas dessa forma, pois do mesmo jeito que eu, que não sou local e não sou treinado em serviços de policiamento, reconheci o cerco e as intenções dos trombadinhas, a policia deveria ser proativa em retirar das ruas essas pestes urbanas que infernizam os turistas. Saímos no dia seguinte para Aratu e acabamos sem conhecer Salvador além do Pelourinho, que, se cada turista assaltado levasse uma pedra, deixaria de existir e isso talvez resolvesse o problema!

Aratu:

Quando a flotilha saiu para Aratu, eu fiquei no posto da BR completando os tanques de combustível e, quando terminei, eles já haviam sumido na chuva fina que caia, então, sem conhecer o lugar e sem ter preparado uma rota como sempre faço, tive que pedir por radio a posição do grupo, rumando naquela direção até conseguir me achar nas cartas náuticas. Haviam muitos navios ancorados pelo caminho, mas isso não é problema para o meu AIS reconhecer e plotar no E80, assim, passamos pelo meio deles e rumamos para as bóias de entrada do canal de Aratu.

Chegamos ao Aratu Iate Clube e pegamos uma das muitas poitas preparadas para receber os barcos participantes da regata Aratu-Maragogipe. Aliás, Aratu foi o único lugar que estivemos onde haviam poitas suficientes para todos os veleiros! Além disso, fomos recebidos com uma festa regada a acarajé entre outros pratos baianos, mais apresentações de capoeira e som com DJ, quando aproveitamos para esquentar as pernas e dançamos muito.

Considerei bastante em inscrever o Matajusi na regata Aratu-Maragogipe, uma regata que sobe um rio que vai se afinando e exige muitos ajustes de velas pelo caminho, mas, no fim, resolvi não inscrever e somente acompanhei os veleiros competindo. Pois foi quando me arrependi de não ter inscrito o Matajusi oficialmente, porque andamos muito bem na perna do mar, com ventos fortes e propícios ao Matajusi, e passamos quase todos os barcos inscritos, chegando ao rio na frente. Somente no meio do rio foram os barcos armados com balão ultrapassando o Matajusi. Como estávamos somente eu e a Lilian, e ela muitas vezes na cabine preparando algo para comermos, eu não quis arriscar em armar o balão sozinho. Com isso, acabamos perdendo para uns 4 ou 5 barcos que nos ultrapassaram no final da regata. Mesmo assim, chegamos bem colocados. Se tivéssemos tido um time maior a bordo e nos inscrito na regata, tenho certeza que teríamos tido um final entre os barcos premiados. Então, como quem não arrisca não petisca, fica para a próxima vez.

Maragogipe:

Em Maragogipe, fomos convidados para jantar no Piatã e, depois do jantar, desembarcamos para ir à festa, que a essa altura já havia terminado! Fomos a pé para o centro, evitando andar nas carroças a cavalo, pois o cheiro era, hum, como podemos dizer, forte!

Logo voltamos para bordo, dormimos, e saímos cedo no dia seguinte, com destino à ilha de Itaparica.

Itaparica:

A vila de Itaparica fica na ilha de mesmo nome, e lá tem o Iate Clube de Itaparica, que nos recebeu muito bem, provendo um lugar para atracarmos onde aproveitamos para encher nossos tanques de água com a água natural de bica própria, enquanto fomos fazer mais um churrasco no Piatã.

Saímos em algumas horas, rumando de volta para o Aratu Iate Clube, onde deixaríamos o barco com os rapazes da BarlaSota, uma lojinha que vende produtos náuticos e presta serviços a barcos do Iate Clube. Contratamos uma limpeza completa do casco, com pintura de fundo nova, a terceira em um ano e meio de uso do barco, além de uma revisão completa no leme para identificarmos o problema que estava fazendo com que o leme ficasse duro além de bater muito, fazendo o deck vibrar a cada batida. Daqui a algum tempo, vamos fazer uma revisão com comentários sobre as 3 pinturas de fundo que já fizemos no Matajusi nesses primeiros 1 ano e seis meses de uso do barco.

Contratamos também o pessoal da Refrialto, o Otavio, conhecido localmente como “Figo”, para um acerto em algumas partes do motor Yanmar que estavam apresentando problemas. Uma dessas peças é o flange do escapamento que esta suando água salgada e essa pinga no motor, enferrujando por onde passa. O outro foi o coletor quebrado. A instalação que o técnico da Yanmar de Joinville fez do alternador adicional das baterias de serviço quebrou o coletor com a vibração. O Otavio desenhou um suporte novo e refez a instalação do alternador secundário, e soldou o flange que suava água salgada, tudo isso com o aval do Diretor Técnico da Yanmar, o Sakai. Posso dizer que sou um cliente feliz por ter comprado um motor Yanmar e que o suporte que tenho recebido da Yanmar tem sido exemplar, muito ao contrario do suporte, ou falta de suporte que recebi da OptoLamp. A terceira leva de lâmpadas de lead da Optolamp instaladas no Matajusi já estão começando a queimar também, a exemplo das duas levas anteriores, tornando claro que essas lâmpadas não servem para veleiros. Desconfio que porque esses têm uma variação muito grande de carga das baterias, que roda entre 10,80V até 14,20V, e isso parece estar queimando essas lâmpadas. As lâmpadas de lead que o Assis do Craca-A-Toa fez para meu barco funcionam bem, passando pelo mesmo problema de variação de carga que as da OptoLamp, mas sem apresentar problemas. Ah! E a lâmpada de mastro da OptoLamp, também queimou, depois de somente alguns meses de uso!

Na próxima coluna vou relatar a nossa viagem da Bahia a Recife, nossa participação nas regatas de Recife a Fernando de Noronha, a REFENO, e de Fernando de Noronha a Natal. Estamos voltando para Aratu de avião no dia 19/09, com planos de velejar para Recife a partir do dia 20, então vou passar meu primeiro aniversario a bordo do Matajusi, pois no dia 21/09, completo 60 anos!

Convido meus leitores a se comunicarem comigo pelo e-mail matajusi@gmail.com.