Pinang a Phuket
Tem também uma área similar chinesa, onde tudo é chinês. O trafego é intenso, e perigoso para os pedestres e bicicletas.
No dia vinte e cinco, aproveitando a maré e o vento a favor, partimos para Langkawi, uma ilha dutty-free, a última da costa da Malásia, distante sessenta milhas de Pinang. Saímos depois do meio-dia, ajudando com o motor até o meio da tarde, quando entrou um vento entre vinte e vinte e cinco nós, que nos levou rapidinho para a área de Langkawi.
Chegamos às vinte e uma horas e trinta minutos no Sudoeste de Langkawi, e fomos entrando baia adentro, procurando uma área coberta para se esconder do vento Noroeste que continuava acima dos vinte nós. Como a carta e o radar não batiam, corrigi a carta pelo radar (chart-offset - Velejar Dezembro/2011), mas achei estranho que a carta continuasse tão fora de lugar, tanto, que nem com o offset eu conseguia ajeitar a carta. Fui muito devagar, entre radar, carta e olhos nus, procurando um lugar para ancorar, pegado a uma montanha relativamente alta, e ancorei em cinco metros, com cinquenta metros de corrente para garantir uma ancoragem segura durante a noite. Pelo radar conferi uma distancia de no mínimo trezentos metros entre o barco e qualquer outro obstáculo identificado pelo radar, liguei o pequeno GPS com alarme de ancora garrando (desgarrando) a mais de cento e vinte pés, e fomos dormir. Acabamos dormindo mal por conta das rajadas que sacudiam muito o barco, fazendo a corrente bater forte na proa (frente), o que causa um barulho enorme dentro da cabine de proa, onde dormimos.
Pela manha, levantamos ancora e fomos velejando a contra-vento, que continuava entre vinte e vinte e cinco nós, somente com a staysail aberta, até o Royal Yate Clube de Langkawi, onde atracamos em um dos piers disponíveis.
Assim que o barco estava bem atracado, fomos fazer a documentação de entrada em Langkawi e já aproveitamos e fizemos a de saída da Malásia, com destino à Tailândia. Compramos bebidas, que por conta do dutty-free são vinte e cinco por cento do preço normal em outros lugares, e voltamos para pegar as bicicletas e ir pedalar para conhecer a ilha. Pedalamos até a noite, parando em algumas áreas que também eram dutty-free, somente para ver que mesmo com desconto, havíamos pago bem mais caro na área da balsa onde fomos primeiro, do que nas áreas mais para dentro da ilha. Eu tenho a tendência de comprar a primeira que acho, mas sempre compro. Já a Lilian, procura muito, e às vezes fica sem comprar, pois não acha a mesma coisa nos próximos lugares nos quais foi procurar.
A ilha de Langkawi tem ótimas ancoragens, e está repleta de veleiros, que procuram essa área por conta do preço barato de tudo que se precisa. O povo vem das origens mais diferentes, e a maioria são turistas.
Acabamos ficando somente três dias em Langkawi, um lugar que merecia mais tempo de exploração, mas, queríamos passar o ano-novo com nossos amigos do Cat-Mousses que já estavam na Tailândia, então, no dia vinte e oito, partimos para Phuket na Tailândia. Velejamos a noite toda driblando os muitos barcos pesqueiros da região, e pela manha estávamos chegando em Ko Phi Phi, umas ilhas onde o Leonardo de Caprio fêz o filme "A Praia", mas acabamos parando dentro de Ko Phraya Nak, uma área com montanhas a pino, relativamente altas, mas com um passe pelo Oeste que da entrada para dentro da ilha. Lugar lindo, mas muito procurado pelos barcos que levam turistas a conhecer lugares como esse, pois foi o tempo de jogar ancoras e dar uma mergulhada, que teve que ser interrompida bem rapidamente por conta das minúsculas água-vivas que infestavam o lugar. Com algumas queimaduras que tiveram que ser tratadas com vinagre, fui tentar uma soneca, interrompida por uma horda de barcos chegando e fazendo a baia inteira ondular, sacudindo o barco em todos os sentidos.
Levantamos ancora e partimos para Chalong Bay em Phuket, um dos portos de entrada da Tailândia e onde iríamos encontrar nossos amigos do Cat-Mousses. Chegamos em quatro horas, ajudados pelo motor e velejando somente com a genoa, ancorando em cinco metros com trinta metros de corrente, e fomos rapidinho para o prédio onde operam simultaneamente a emigração, capitania dos portos e aduana, mas eles haviam acabado de fechar (quinze horas). Voltamos às nove horas do dia seguinte, já dia trinta, e fizemos a documentação de entrada na Tailândia, com uma autorização de ficar trinta dias. Talvez tenhamos que voltar para a Malásia antes de partir para Chagos, pois só podemos ir para Chagos em Março, então temos Janeiro e Fevereiro para ficar por aqui. Não me incomoda voltar para Langkawi, mesmo porque, talvez eu precise comprar uma transmissão nova para o motor Yanmar, pois o problema dos cones derrapantes esta cada vez pior.
No final do dia encontramos com o Cat Mousses e fomos juntos para terra, para fazer provisionamento dos barcos. Combinamos a comemoração para a passagem do ano, eu fazendo molho de macarrão com dois pacotes de rabada que comprei no supermercado local, a Lilian fazendo uma maionese de batatas, cenouras, maça e passas, a Dani do Cat-Mousses fazendo três pacotes de espaguete, e a Magali do catamaran Pirata, fazendo aperitivos para antes da ceia. Fomos, os três barcos, para a praia de Patong, para ver as comemorações por lá, que começaram as dezoito da tarde com balões de ar quente enchendo o céu, mais fogos de artifícios dos mais variados, e continuaram até as três da manha! Tudo correu muito bem e tivemos uma ceia maravilhosa, com ótima comida e bebidas, ótimos amigos, e apreciando um espetáculo ao mesmo tempo que diferente dos habituais, maravilhoso por conta dos balões e fogos, que não paravam e isso, acompanhados por muitos outros barcos também ancorados em Patong . Toda essa costa de Phuket, foram as áreas mais atingidas pelo Tsunami de 2004, e muita gente morreu por aqui. Não consegui parar de pensar sobre isso... Por conta disso, ancoramos bem fora, com doze metros de profundidade e cinqüenta de corrente.
Muito diferente o povo da Tailândia do povo da Malásia, mas muito simpáticos e prestativos, quando se consegue falar. O inglês é mais escasso por aqui.