domingo, setembro 20, 2009

A Caminho De Aitutaki, Ilhas Cook:


Posição: S18 32.856 W158 47.420 19/09/09 18:06h Local (UTC-10)
Mais dois problemas para quem gosta de fazer manutenção em barco. O pino da ponteira do pau de spinaker caiu na água. Tentei entender porque, parece que ele estava preso somente com o cabinho que serve para abrir a ponteira para tirar o pau da escôta e o cabinho rompeu. Dois problemas, se era para ser preso somente com o cabinho mesmo, sem uma cupilha, que fosse um cabinho spectra, ou, que tivesse uma cupilha prendendo o pino. Improvisei, usando um cabinho spectra para amarrar a escôta quando uso o pau. Não é a melhor solução porque para tirar tem que desamarrar, e se o vento aperta e tem-se que tirar rápido, pode ser um problema mais do que uma solução. Por outro lado, deixo o pau inclinado em uma posição que se eu enrolar a genoa, ele quase que alcança o estai de proa, então não atrapalha muito se eu recolher a genoa com o pau montado.

O segundo problema tem a ver com a constante porcaria de serviço encontrado em partes da construção do meu barco, dessa vez, de volta com o eletricista, que deve ter ficado com a orelha bem vermelha desde ontem à noite... A luz de navegação e ancoragem do mastro não funciona mais a alguns dias, então estou navegando com a luz de steamer, que é para ser usada quando estamos no motor, em conjunto com a luz de navegação, mas, estou na vela e o certo é usar somente as luzes de navegação. Isso, ao mesmo tempo em que escutávamos um borbulhar debaixo do piso. Ontem à noite, às duas e meia da manha, desconfiei de água nas cavernas e fui verificar, pois isso poderia ter posto as luzes do mastro em curto, visto que o eletricista fez uma serie de conexões no pé do mastro, dentro do poceto que serve para conter água que desce do mastro. Não deu outra, encontrei uma placa eletrônica escondida dentro de um dos conduites, que era a placa de controle das lâmpadas Optlamp do mastro. A placa estava completamente oxidada de ficar em uma área úmida, e um dos fios havia separado da solda, completamente dissolvida pela oxidação. Para piorar, todas as conexões dessa placa com os fios do mastro, foram feitas a mão, sem solda, e somente com um pouquinho de fita isolante comum por cima. Eu sabia que iria ter problemas com o trabalho do Nelson! Eu disse para ele que se eu encontrasse uma sequer conexão feita sem solda e descoberta, que ele iria ficar com as orelhas vermelhas... Lâmpadas, ligações das placas solares, ligação das lâmpadas do mastro, e um monte de ligações dentro do painel de eletricidade, feitas a mão, sem solda e sem fita isolante vulcanizada... Obrigado seu Nelson, por mais essa porcaria de serviço no meu barco! E ele ainda me deve o manual de ligações do meu barco! Não entregou porque eu me recusei a pagar o final de uma conta absurda que ele me cobrou para finalizar o barco, e deixou minhas baterias e conexões todas erradas, que tive que pagar para um eletricista em Angra dos Reis para arrumar. Nada mais justo do que cobrar dele!

Por sorte o Hugo do Beduína conhece esse equipamento e deu umas sugestões pelo SSB hoje pela manha. Eu refiz as conexões tirando fora a placa danificada e vou testar hoje à noite.

Amanha chegamos a Aitutaki nas Ilhas Cook e se não estiver certo, o Hugo me ajuda a finalizar.

Nossa velejada começou desconfortável, com mar muito agitado e vento entre quinze e trinta e cinco nós, depois o vento baixou para abaixo dos vinte, mas o mar continuou grosso, e hoje o vento baixou, entre sete a dez nós, e o mar também baixou, mas continua crespo. Tive que reduzir velas para evitar chegar à noite em Aitutaki, e estou estimando aterragem por volta das sete da manha de amanha. Pelo menos vamos dormir sem sacudir muito.

O Pajé e o Beduína estão umas doze milhas para trás, e não conseguimos falar por VHF, então conectamos duas vezes por dia no SSB 8143 e trocamos posições além de bater um papo.

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