terça-feira, outubro 27, 2009

Ancorado em Pangaimotu, TongaTapu, Tonga:




Exibir mapa ampliadoPosição: S21 07.583 W175 09.722 28/10/09 06:15h Local (UTC +13)
Levantamos ancora cedo em Uoleva e velejamos em direção a Nomuka Iki, a umas quinze milhas de distancia. Vento forte, quase na cara, e logo o Cat Mousses e o Alexander IV mudaram de rota e foram mais para Oeste, enquanto que o Matajusi e o Wassabi continuaram pela rota traçada pelo Brian do Wassabi, que ia costurando um monte de baixios e recifes. Essa rota permitia fazer a distancia quase que somente no vento, com um pequeno trecho ajudando no motor, com o vento a menos de 30° da proa. Chegamos a Nomuka Iki, uma das ultimas ilhas do grupo de Haapai, e logo fomos fazer um reconhecimento da pequena ilha completamente desabitada, não fosse pelos morcegos gigantes, comedores de frutas, comuns por essa região. Interessante, que era uma das coisas que eu tinha na lista de coisas que eu queria ver, os Fruit Bats. Agora só falta ver um caranguejo de côco, os já raros Coconut Crabs.

A pequena ilha tem muitos coqueiros, então subi em um carregado de côcos e fui cortando vários para bebermos a água. Depois, nós homens fomos explorar a ilha, atravessando para o outro lado pelo meio da mata, enquanto as mulheres faziam seus exercícios na praia e as crianças de vários barcos brincavam na areia. Dizem os livros que tinha uma prisão nessa ilha, mas não conseguimos encontrar os escombros dela. As arvores tomaram todo o terreno. São arvores que dão um fruto como o do chapéu de sol, comum nas praias do Brasil, e que os morcegos gigantes gostam de comer, e pude ver de perto alguns desses animais.

Logo chegaram os outros barcos brasileiros, e nos reunimos de novo com o grupo. Ficamos entre esses dois grupos, os dos brasileiros e agora também o dos canadenses. Eu gosto dessas mudanças, pois elas nos permitem conhecer mais cruzeiristas pelo caminho, além do que, os canadenses adoram mergulhar, que é mais a minha praia, enquanto que o grupo de brasileiros prefere o kite surf e o surf. Depois de explorarmos a ilha, o Jack e o Rene foram explorar os recifes de fora da ilha com o GPS para marcar o ponto de mergulho para a noite, enquanto eu fiquei um pouco com o grupo de brasileiros que estavam na praia.

Às oito da noite, o Rene e o Jack passaram pelo Matajusi para me pegar, e fomos os três mergulhar nos lugares que eles haviam marcado. Eu fui o primeiro a entrar na água, e fui verificar se a ancora estava presa, e logo de cara vi uma cavaquinha, um tipo de lagosta sem antenas. Pensávamos que esse era um bom sinal, e íamos encher o barco delas, mas depois de mergulhar em três lugares diferentes por quatro horas seguidas, só conseguimos sete cavaquinhas, uma lagosta de antena, três budiões e uma garoupinha. Mesmo assim, nada mal. Dessa vez eu pedi uma roupa dupla emprestada, e usei dois gorros, e não senti o menor frio.

Voltamos para os barcos à meia-noite, e fui buscar a Lilian no Sarava, que estava ensinando a Mariana a fazer aquele pão que aprendemos a fazer com a Nelly, em Los Roques. Aperfeiçoamos a receita e esta cada vez melhor. Anida voltamos ao Matajusi, onde assamos o pão e cozinhei as lagostas, comi um pão quente com geléia de uva, tomei um banho quente e fomos dormir.

Os canadenses saíram na noite seguinte para TongaTapu, e eu preferi vir junto com o Sarava e o Bicho Vermelho ontem cedo. Saímos as seis da manha, com um vento que chegava aos vinte nós, que começou vindo aos quarenta e cinco graus da proa, excelente para nossa travessia, mas com um mar crespo e alto que não permitia que o barco deslanchasse com o vento. Com o tempo o mar foi abaixando e o vento mudando mais para Sul Este, ficando a trinta graus da nossa proa. O Matajusi navega bem a trinta graus, mas os outros dois barcos foram derivando. O Sarava derivou umas treze milhas, e eu e o Bob preferimos ajudar no motor. Pelo radio ouvimos que o Bicho Vermelho tinha duas linhas na água, e decidi jogar uma, que em alguns minutos rendeu um dourado de uns dez quilos. Chegamos todos juntos a TongaTapu e ancoramos no Pangaimotu as quatro e meia da tarde. Com vinte metros de profundidade e bem coberto dos ventos de Leste e Sul, mais comuns por aqui, usei sessenta e cinco metros de corrente para ancorar.

Convidamos o Marcelo e a Mariana e o Bob e a Bel para um sashimi a bordo, mas os dois casais tinham outros compromissos, então combinamos com o grupo dos canadenses que logo toparam. Eu limpei o peixe e passei os files limpos para o Rene cortar o sashimi, enquanto eu preparava uma ova de dourado com batatas, cebolas e pimentão vermelho no forno, e com a cabeça e espinha, um pirão. A Josie do Alexander VI preparou um arroz e um bolo, e fomos todos para o Cat Mousses para saborear nossas guloseimas. Os quatro filhos do Rene e da Dany do Cat Mousses topam experimentar qualquer coisa, e conseguimos acabar com toda a comida que fizemos. O pirão e a ova no forno foram o alto da janta!

O Rene ensina flauta doce para os quatro filhos, então levei minha flauta e tocamos um pouco juntos. Depois da janta o Rene serviu uns licores e eu tomei café quente com Baileys, meu aperitivo preferido. Para minha total surpresa, quando estávamos nos preparando para sair, o Rene perguntou se eu queria conhecer o Coconut Crab que eles criavam a bordo! Lógico que queria, um item na lista de coisas que queria ver! O caranguejo me surpreendeu, não esperava nada parecido com aquilo. Ele é de cores fortes, na maioria azul, com uma barriga marron avermelhada, massivo de forte, e se parece mais com um caranguejo eremita fora da concha do que com um caranguejo normal. Ele é muito forte, sua pinçada é perigosa e pode esmagar dedos. Outro maior que eles também criaram por um tempo, antes de por na panela, conseguiu quebrar vários CDs dentro do estojo de CDs daqueles que se usam em carros!

Depois da janta no Cat Mousses, pegamos uma carona no bote do Jack, e voltamos a meia-noite para o Matajusi. Tem outros vinte barcos ancorados aqui, e mais chegando. Todos vieram para participar do jantar no Big Mama's, um restaurante que promove uma reunião dos barcos que estão partindo para a Nova Zelândia. Hoje vamos cuidar da papelada, combinar comprar diesel dutty-free para encher os tanques, em preparação para nossa travessia de mil e duzentas milhas para a Nova Zelândia. Muitos barcos vão para a Nova Zelândia para se esconder da estação dos furacões do Pacifico, que começa no mês que vem e dura até final de Abril.

----------
radio email processed by SailMail
for information see: http://www.sailmail.com/