18/02/2012 Aterragem e experiências em Galle
Chegamos a Galle no dia doze, nosso oitavo dia de navegação, mas como chegamos depois das dezoito horas, e de acordo com as informações que tínhamos, não pudemos entrar, então esperamos a noite toda ao largo, em uma ondulação considerável, até o amanhecer, preocupados com a possibilidade dos Tigers (guerrilheiros do norte) mergulharem e grudarem uma carga explosiva no nosso barco! Pela manhã, quando conseguimos falar com Port Control e os Windsor´s, os agentes mais conhecidos e influentes de Galle (que se diz Gol), seguimos para o porto, para fazer as documentações de praxe. Primeiro ancoramos do lado da bóia amarela, de quarentena, até vir a marinha que vistoriou o barco superficialmente, e autorizou a entrada ao porto. Eles nos acompanharam dentro do barco e ajudaram com seleção de local e amarrações. A atracagem é feita com uma ancora de proa, e duas amarras de popa em um píer de plástico flutuante. Minha ancora que nunca garra, garrou quatro vezes seguidas, durante uns squalls, então lancei uma segunda ancora, uma fortress com dez metros de corrente e sessenta de cabo, no meio do porto, segurando bem o barco no píer. Fizemos entrada no pais, um processo relativamente simples, sempre acompanhados do nosso agente, e logo estávamos saindo do porto para visitar um ATM e ter dinheiro para pagar o agente (US$250), e foi ai que conhecemos o Batu, mas depois conto mais sobre o Batu... Nossa visita ao ATM foi nossa primeira entrada em um banco HSBC fora do Brasil, e por incrível que pareça, nada funcionou! Nem cartão de debito, nem de credito! Do HSBC para o HSBC! Tendo os mesmos cartões funcionado e muito bem, em Doha, Singapura, Malásia e Tailândia, não entendemos porque não funcionou em Sri Lanka, mas depois da ajuda muito cordial do gerente da agencia Premier em Galle, e depois de uns quatro telefonemas para o HSBC Brasil, soubemos que o banco desconhecia minhas viagens e portanto não tinha autorização para eu estar usando meus cartões em Sri Lanka. Informamos o banco do nosso trajeto e cinco minutos depois o dinheiro jorrou da maquina ATM. O dinheiro local é o Rupia, e vale 100 rupias para um US$, então a conversão fica fácil. A vida por aqui é bem barata, se ficarmos fora da área turística. Uma refeição local, o Rice and Curry, custa na ordem de oito reais. A comida em geral é apimentada, mas pode-se pedir com menos pimenta. Já passeamos bastante por aqui, de bicicleta e de tuk-tuk, as motos triciclos cobertas tanto usadas na India, que por aqui estão também por todos os lados. O Batu é nosso tuk-tuk driver e tem nos acompanhado em todos os nossos passeios. Um passeio muito bom foi a visita ao Yala National Park, uma área reservada com muitos animais selvagens, nativos em Sri Lanka, como elefantes, o veado manchado, elke, porco selvagem, búfalos, leopardos, entre outros. De todos, só não conseguimos ver um leopardo. No caminho passamos pelo mais bonito templo budista que já vimos, chamado Wewurukannala. Depois as fotos vão explicar melhor. Estamos em uma situação delicada, pois para seguir adiante, e sem passar pela zona de piratas, precisamos ir para Maldivas, depois Chagos e depois Madagascar ou Mauritius (esta parecendo mais Mauritius por causa dos piratas!), mas só hoje consegui finalizar com uma agente das Maldivas, e ainda não conseguimos permissão para ir para Chagos! O pessoal do BIOT (algo relacionado a territórios britânicos) esta me procrastinando e muito! Agora eles querem até minha declaração de imposto de renda para provar o quanto eu tenho e se poderia pagar para remover o barco de Chagos em caso de afundamento! Precisamos implementar reciprocidade na nossa política de tratamento de barcos estrangeiros, tipo, barco da Nova Zelandia chegando no Brasil, tem que entregar toda a comida a bordo, barco inglês, tem que pagar 50 libras esterlinas por semana que passar no Brasil, exatamente o que estão me cobrando para passar por Chagos! Enfim, só posso passar a latitude dez sul, a partir de 1 Maio, por conta da estação dos ciclones no Indico Sul, só posso ficar trinta dias em Sri Lanka, e depois mais trinta nas Maldivas, pois se passar dos trinta, o valor cobrado aumenta consideravelmente, e se não puder ficar trinta dias em Chagos, eu estaria adiantado na rota e sem lugar para esperar. O custo de passar um mês nas Maldivas é de US$1000, o maior que já pagamos em qualquer lugar que já estivemos. Então, só vamos sair de Sri Lanka quando pudermos, para que a nossa rota não coincida com a estação dos ciclones.