domingo, agosto 16, 2009

Sábado, 15/08/09, ainda na fazenda de pérolas

Foto: Apataki escrito com pérolas negras.
Posição S15 33.344 W146 14.364
Hoje limpamos o casco, apertei a correia do alternador Balmar, chequei o sistema de alimentação de diesel do motor para ver se não tinha nada entupido e troquei o parafuso do rolo por onde passa a ancora na proa do barco, pois o que estava lá entortou com o esforço do vento em Fatu-Hiva. Pus um com o dobro da espessura do anterior. Vamos ver se agüenta. Aproveitando o mergulho para limpar o casco, pus mais um cabo prendendo o barco à corrente da poita, só por segurança, pois estamos vendo o vento aumentar.
Consegui pela primeira vez receber faxes de tempo via o software do sailmail, mas usando somente o SSB e conectando a alguns dos locais que transmitem esses faxes. Fácil de ver os dois furacões no norte, e um aviso de tempestade abaixo do equador mas bem mais a leste do que onde estamos.

Depois de limpar o casco fomos para terra para pagar a Polina as compras de perolas que fizemos, e aproveitamos e compramos mais algumas de reserva. Depois fomos caminhar pela praia de dentro do Atol por umas três horas, e no caminho,com a maré baixa, achei algumas conchas que agora sei o nome, em francês é benitiez, e em polinésio é poahua, e confirmado que elas são comestíveis. Abri umas cinco, limpei e comi. Para abrir, enfiei o canivete enquanto ela estava aberta, e cortei o músculo que abre e fecha a concha de um lado, ai fica fácil cortar o outro lado. Essa concha se prende ao chão onde está por um músculo que por sinal é duro demais para se comer. Peguei umas cinco entre os corais na maré baixa, nada mal.

Na volta da caminhada, passando pela frente da única casa fora da do Assam desse lado do atol, vi um senhor tocando violão, então entrei e fui conversar com ele. Era o Felipe, um tahitiano aposentado que veio morar com a mulher naquele paraíso! As terras eram do bisavô dele, e tinham passado de pai para filho já por quatro gerações. Ele me mostrou como pesca usando caranguejos eremitas como isca, como faz copra para vender, e falamos um pouco em como eles vivem ali. Ele mesmo se chama de Robinson Crusoé! Que delicia. A mulher dele veio se apresentar para a gente, e ficou conversando com a Lilian enquanto o Felipe me mostrava o lugar. Ele nos ofereceu um drink, e enquanto bebíamos ele cantou algumas musicas brasileiras, do Tahiti, e americanas. Combinamos de preparar um polvo para o almoço de amanha, e ele ia ver se pegava um peixe para fazer.

De lá voltamos para a casa do Alfred, marido da Polina, para fechar o negocio com as perolas, e nisso vi o Alfred com uma espingarda de chumbinho. Achei que ele ia matar ratos, mas na verdade tinha ido caçar caranguejos. Fiquei com água na boca quando vi os caranguejos que eles pegaram, amanha quero ver se vou caçar uns.

Vamos ficar por aqui mais uns dias, pois prefiro esses lugares pequenos aos grandes centros comerciais.

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