segunda-feira, agosto 17, 2009

Aprendendo a tocar musicas Tahitinianas:



Posição Amarrado em poita na Fazenda de Perolas

Dormimos bem apesar do vento forte que esta por aqui, e levantei umas sete e meia para falar nas nets do SSB. Depois do café da manha e das nets, fui nadar um pouco e aproveitei para pegar duas conchas benitier em Frances e pahua em tahitiniano. Eram maiores do que as que eu tinha pego antes, mas também mais duras. Experiência nos diz para colhermos as menores que são mais saborosas e tenras.
Hoje foi um daqueles dias que vai dar saudades, que nos faz ao mesmo tempo feliz e triste, pois conforme combinado ontem, preparei um macarrão com polvo, e fomos almoçar com o Philippe e a Myrna que conhecemos ontem. Eles contribuíram com alguns peixes, pescados ali mesmo na frente da casa deles, e um arroz. O Philippe nasceu em Fatu-Hiva, então o presenteamos com limões, torranjas e bananas de lá.

Conversamos muito, sobre o lugar, os costumes, os problemas, e os ciclones. Em 1983, cinco ciclones atingiram essa área, e Apataki foi arrasado por pelo menos um deles. A água passou por cima do atol na direção Leste/Oeste, e depois, de novo, na direção oposta, de Oeste a Leste, na passagem do furacão. O avô dele ficou amarrado no alto de um coqueiro por dois dias e duas noites seguidas para não ser levado pelas ondas. Enquanto falávamos, notei que ele havia amarrado a casa em algumas arvores. Levantamos para ir observar a amarração, e notei que ele usava nós comuns, que podiam correr, e que havia amarrado no meio da arvore. Eu sugeri que ele amarrasse na base da arvore, pois, se amarrasse no meio, a arvore iria se movimentar com o vento e acabaria danificando mais a casa do que protegendo. Depois, o ensinei alguns nós como o de emenda de dois cabos de mesma espessura ou espessura diferentes, e o lais de guia, que não corre. Enquanto a Lilian e a Myrna conversavam sobre coisas como comidas, temperos, entre outras, eu e o Philippe tocamos juntos, ele violão e eu flauta. Praticamos uma musica Tahitiniana sobre Bora Bora, que no final da tarde a Lilian filmou para guardarmos no coração.

Ficamos contentes de fazer mais uma amizade relâmpago, e tristes por saber que amanha ou depois seguimos caminho e talvez nunca mais nos veremos. Quem sabe um dia eles vêm nos visitar no Brasil, ou voltemos à Apataki... Espero que aqueles que nos seguiram, carreguem consigo uma lista dessas pessoas maravilhosas que conhecemos pelo caminho, como o Felix em Los Testigos, a Nelly em Los Roques, o Leonardo na aldeia Tigre de Kuna Yala, o Roger e Benny em Linton, o Teko e a Marie Christine, Henri e Anne de Fatu-Hiva, o Philippe e Myrna de Apataki, e que quando passarem por esses lugares, que dêem um abraço apertado nesses nossos amigos, que contribuíram para fazer nossa passagem marcante.

Temos que seguir caminho, se não amanha, depois. Vou preparar a rota, planejando saída para coincidir com maré vazante na saída de Apataki e chegada de dia, de preferência com maré alta, à Papeete, estudando os ventos pelos próximos dias, preparando o barco para a próxima perna.

Temos funcionado o motor uma meia hora por dia, para esquentar a água e ajudar na carga das baterias, pois tenho dessalinizado água por uma a três horas durante o sol forte, então as baterias não ficam no topo no final do dia. Parece que tudo esta funcionando bem. Por que será que os problemas aparecem sempre nas horas mais complicadas? Será que é para testar nossas habilidades?

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