sábado, agosto 15, 2009

Fazenda de pérolas em Apataki


Posição S15 33.344 W146 14.364
Amarrado em poita
Depois da extensa manutenção ontem à noite, dormimos bem, e hoje pela manha resolvi aproveitar a água clara e vento fraco e tirar o barco do meio dos corais. Demorou um pouco, mais conseguimos soltar dos corais, comigo manejando a ancora e a Lilian manejando o barco. Procurei por outro lugar para ancorar, e atravessei o canal de volta para frente da vila, onde a água estava clara e vimos até tubarão embaixo do barco. Acabou que não achei nenhum lugar que me apetecesse e, coincidentemente, vi um veleiro vindo da direção da fazenda de perolas do Assam do lado leste do atol, então o chamei no VHF e ele respondeu. Pedi instruções sobre como ir para a fazenda, e achei fácil para ir direto, então seguimos para lá. Tem-se que desviar das bóias de viveiros de ostras, e tem um baixio no meio do caminho, mas a água estava muito mais clara e era fácil identificar.

Chegamos à fazenda, amarramos em uma bóia e preparamos o botinho para ir para terra. Chegando lá conhecemos a Polina, casada com o Alfred, filho do Assam, uma senhora muito simpática que nos sugeriu uma caminhada pela ilha enquanto ela preparava o mostruário de pérolas negras. Fomos para uma caminhada, e atravessamos a ilha até o lado onde o mar bate forte. Lá encontrei alguns ouriços roxos, e peguei dois para experimentar. Aprendi em Fatu-Hiva uma forma fácil de limpar ouriço para comer os ovos, e testei minhas novas habilidades. Funcionou bem, mas os ovos estavam um pouco passados, então era o mesmo que comer pequenos ouriçinhos... desisti do ouriço. Depois passamos por uma plantação de côcos, e estávamos morrendo de sede, mas eu não havia trazido meu canivete Vitorinox que meu amigo CaCa me deu então, pela primeira vez, tive que abrir um côco na unha mesmo. Demorou mas depois de jogar o côco muitas vezes contra um coqueiro, consegui abrir um pouco da pele dele e segurando nela, bati o côco contra a raiz de uma arvore caída, que tinha uma ponta dura. Não demorou e estávamos saboreando a água do côco, e logo depois sua polpa.

Chegamos de novo à sede da fazenda do Assam e a Polina veio nos mostrar as perolas, depois de nos oferecer água de chuva, pois aqui não tem água. Eles fazem um poço no meio da ilha, e a água do mar filtra para chegar ao poço e acaba sendo meio que dessalinizada, mas para beber usam água da chuva, filtrada.

Ela abriu muitos pacotes de perolas, de todos os tipos, tamanhos, formatos e cores e escolhemos as que queríamos para levar. Vai ter muito presente de aniversario e Natal de pérolas negras, que na verdade não são negras. As verdes são na minha opinião as mais bonitas. Nunca havia visto perolas verdes. Mas tem desde prata claro até quase preto, passando pelo verde.

Voltamos para o barco quando já estava anoitecendo, e mortos de fome! Lilian preparando um arroz com lentilha, um prato sempre bom a bordo, e vou abrir um dos pacotes de contra-file uruguaio que comprei congelado, separei em porções e mantive congelado. Quando estou com vontade de comer uma carne, ataco um deles. A Lilian come ovos.

Amanha vamos limpar o casco do barco e mergulhar para pegar umas conchas e o que mais a natureza nos oferecer. Na troca de óleo e filtros de ontem a noite, notei a correia do alternador Balmar meio frouxa, então vou ajustar. Durante a travessia de Fatu-Hiva a Apataki, quando estávamos andando no motor sem vento, aproveitei para desmontar o encaixe da retranca no mastro, pois a retranca esta com um movimento lateral que podia ser desgaste do parafuso que a segura ao mastro. O parafuso estava bom, e só re-apertei, mas a operação me deu a oportunidade de ver uma área de desgaste suspeita na adriça da mestra. Os cabos do topo do mastro estão muito duros, e desconfio que eles possam estar entrelaçados dentro do mastro, e esse desgaste mostra que algo na está bom lá dentro. Cortei fora o pedaço com o desgaste e amarrei a adriça à manilha com um lais de guia. Acho que vai segurar, vamos ver.

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