sexta-feira, novembro 06, 2009

Primeiro dia da travessia entre Minerva e Nova Zelandia:


Exibir mapa ampliadoPosição: S26 02.000 E179 28.000, 06/11/09, 16:05h Local (UTC +13)
Depois de navegar cento e quarenta e oito milhas desde ontem, quando saímos do Minerva Reef Sul, ainda temos seiscentas e dezessete milhas pela frente antes de chegarmos à Nova Zelândia. O vento tem ajudado, mantendo entre dez e dezoito nós nessas primeiras vinte e quatro horas e estamos conseguindo uma boa singradura, com mares calmos e dias ensolarados.

A previsão diz que teremos pouco vento nos próximos dois dias, e depois um dia de vento na cara, mas isso não me preocupa, pois quando nossa velocidade baixar dos cinco nós, eu ajudo com o motor e temos diesel suficiente para chegar à Nova Zelândia somente no motor.

Na nossa frente vão o Bicho Vermelho e o Sarava, que fizeram rota direta sem parar no Minerva, e atrás vem o Canela, Pajé e Beduína. Pelo SSB falamos duas vezes ao dia na freqüência 8143 USB, as 9h e 19h local (UTC +13) então sabemos que todos estão bem e animados com esse mar calmo, mesmo com pouco vento.

Hoje fui o Net Controller da Big Mama's Net, minha primeira vez como Net Controller, usando a freqüência oito alpha e oito bravo como backup, respectivamente 8294 e 8297. Cadastrei a posição e condições de vinte e três barcos, e o único problema foi uma NET Australiana que pisou em cima da nossa NET, então mudei para a freqüência de backup no meio da NET.

O Cat Mousses e o Alexander VI, meus companheiros de mergulhos, que saíram do Minerva Sul umas quatro horas antes de mim, pois tive algumas manutenções para fazer antes de partir para uma travessia que poderia usar acima de duzentas horas de motor, se fosse o caso, estão à algumas milhas na minha frente, no mesmo rumo de 200° que estou indo. Esse rumo me leva direto para Opua. Muitos outros barcos usam um rumo onde eles primeiro vão para Oeste, e só viram para Sul quando chegam a uma posição diretamente ao norte da Nova Zelândia. Observando o Grib (previsão) todos esse dias, cheguei à conclusão que poderia ir mais a Leste e pegar ventos melhores. Ainda vamos ter que ver se essa estratégia vai dar certo, pois tem uma corrente de Oeste para Leste no norte da Nova Zelândia que pode me empurrar mais para fora da rota direta, ou posso pegar ventos do quadrante Norte, o que me empurraria também para fora da minha rota direta, mas se esse for o caso, ajudo no motor.

De manutenção, tive que trocar o óleo do motor, pois estava grosso e não seria bom ir nessas condições se tivesse que motorar muito durante essa travessia. Quando abri a tampa para limpar o filtro de combustível, aproveitei para dar uma olhada geral, e percebi a correia do alternador secundário, o Balmar, meio solta. Quando fui apertar, notei que o parafuso que segurava o braço de ajuste do alternador havia quebrado. Deu um trabalhinho, pois o parafuso quebrado ficou dentro do suporte, e tive que improvisar para tirá-lo de lá. Mas no fim deu tudo certo e quatro horas depois eu estava partindo do Minerva Sul...

Sempre critico o que acontece de ruim no meu barco, e sou muito conhecido (acho até que odiado por uns) por isso, e quero também comentar sobre os equipamentos que não me deram trabalho e funcionaram conforme minha expectativa. O mastro e retranca do Matajusi são da Farol, o estaiamento, enrolador, carrinho, traveler, burro, moitões e catracas são da Nautos, o motor é Yanmar e não tenho a menor reclamação desses equipamentos. Acho que o estaiamento é um dos pontos fortes do Matajusi, pois agüentou muito bem todos os meus maus tratos por falta de experiência, principalmente no começo.

Bom, tenho mais uns quatro a cinco dias pela frente, então vou parar por aqui e guardar um pouco para os próximos dias...

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