sexta-feira, novembro 20, 2009

Nossa vidinha em Opua:

No churrasco oferecido pela Patricia, Silvio na flauta, Sombra no bumbo, Gustavo (Canela) cantando, e Hugo/Talita (Beduina) e Augusto (Canela) de audiência:



Posição: Atracado na Asby’s Marina, 20/11/09, 21:08h Local (UTC +13)
Desde que chegamos temos tratado de uma lista enorme de manutenções alterações que queremos fazer no barco para a nossa volta ao cruzeiro depois da estação dos ciclones no Pacífico, entre Abril e Maio de 2010. Isso e muita convivência social entre os outros barcos, tanto de brasileiros como de outros amigos que fizemos no caminho, além dos brasileiros que por aqui vivem, incluindo o Comandante João Sombra.

O Sombra esta reformando o Guardian, depois da quebra da retranca e mais tarde do mastro. Ele estava em solitário a caminho da Nova Zelândia quando o vento e o mar apertaram e ele foi jogado ao mar quando estava fazendo um riso no mastro. O navegador experiente estava de colete e amarrado à linha de vida, então foi arrastado nas águas geladas até conseguir embarcar novamente, o que demorou um bom tempo. Exausto, voltou ao trabalho de finalizar o riso, mas entrou outra onde grande e com rajada de vento forte, que causou a quebra do mastro. Ficou em seu barco e acionou o EPIRB, equipamento que transmite a posição do barco em perigo para as equipes de salvamento mundiais. Trocou de roupa, se esquentou e foi dormir, sendo acordado algumas horas depois pelos aviões e helicópteros de resgate. Quando o paramédico embarcou descido do helicóptero e quis levá-lo para o helicóptero, Sombra disse que não sairia do seu barco, o que foi publicado nos grandes jornais da Nova Zelândia. Sombra mora no barco no seco, dentro do hangar que alugou para trabalhar no barco, que está completamente desmontado e sendo reformado, repintado e envernizado completamente. Ele espera terminar o barco para navegar a estação do ano que vem. Tomara, pois seria mais um amigo cruzando conosco, e um amigo excepcional, que tem sido extremamente prestativo a todos os brasileiros que por aqui estão. Ele tem um carro que põe a disposição de todos os amigos, quando não nos leva pessoalmente para conhecer lugares. Já nos levou para Paihia, Kerikeri, e Whangarei. Balbina, sua esposa esta passando uma temporada com ele aqui em Opua, mas deve retornar logo para Maceió, onde reside quando não esta embarcada.

Além dos amigos brasileiros de outros barcos como Pajé, Beduína, Bicho Vermelho, Canela, Ituska, Too Much, Azizah, e Lá Masquerade, aqui conhecemos também o Christiano do Vagabond, e o João Pescador, do Zazoo, cada um com suas historias, mas todos com o mesmo objetivo, conhecer mais do mundo, embarcado e vivendo a bordo.

O Christiano, um baiano jovem que era diretor da AMBEV e já acumulou algum patrimônio, largou tudo e foi dar a volta ao mundo em seu BB 36, fabricado no Brasil.

O João Pescador, de Búzios, já fez de tudo, teve pousada, construiu, foi pescador, e viu um anuncio de um barco brasileiro a venda na Nova Zelândia. Não teve duvidas, embarcou e veio checar o barco. Comprou na hora e hoje esta morando a bordo. Deve partir para uma meia volta ao mundo em sua viagem de volta ao Brasil. Continua excelente pescador como é conhecido em Búzios, além de um grande contador de historias e exímio cozinheiro, estando igualmente famoso pelo seu bolo de banana, já famoso em Búzios na sua pousada. Como não tem licença de pescador, distribui seu peixe entre os amigos brasileiros daqui.

Conhecemos também a Patrícia, gaucha agora casada com um neozelandês chefe de cozinha, e vivendo aqui já há sete anos. Ela ofereceu sua casa, com vista magnífica da baia das ilhas, para um churrasco onde foram todos os brasileiros vivendo aqui mais os que chegaram embarcados. Lá conhecemos o casal Ivan e Marizete, ambos brasileiros, ele mecânico da Yanmar e ela chefe de cozinha, e o Davi e a Silvana, ele dono da oficina Yanmar daqui, e ela é sua sócia na loja.

Além dos brasileiros ainda temos todos os nossos outros amigos que fomos fazendo pelo caminho, Canadenses, Americanos, Ingleses, Franceses, Neozelandeses, Austríacos, Suíços, Suecos, Argentinos, Sul-Africanos, Alemães, entre outros, e com isso nossa vida social está intensa, mas ainda temos muito trabalho para fazer no barco, uma para prepará-lo para hibernar até a nossa volta do Brasil no final de Março de 2010, e outra para melhorar o barco para a continuidade da nossa viagem de volta ao mundo.

Minha lista de manutenção e alterações no barco é razoável e já comecei a trabalhar em algumas coisas. Refiz e revisei o suporte de inox do piloto, agora adicionando uma junta feita de garrafa pet entre a base do piloto que é de alumínio e o suporte que é de inox, aproveitando para re-apertar o pino de conexão do braço do piloto no quadrante, que mandei fazer em inox em Curaçao.
Tirei a genoa, que vou mandar revisar e reforçar a amura que esta meio gasta, e vou tirar a mestra e consertar o moitão da bicha no topo da vela que esta descosturando a vela ao seu redor.

Mandei fazer dois roletes novos para a âncora no bico da proa e vou rejuntar todos os parafusos e equipamentos no deck para tentar parar com os vazamentos internos.

Vou tirar o barco da água, lixar e pintar o fundo de novo, lubrificar e revisar a hélice da kiwi-prop e refazer o ajuste do eixo do leme com peças novas que vou mandar fazer por aqui, além de instalar mais um furo no casco debaixo da proa para usar como entrada de água do dessalinizador, hoje utilizando a saída de águas negras do tanque de águas negras, que esta inoperante por causa disso. Aproveito que o barco esta fora e troco o óleo da rabeta. Além disso vou tentar instalar um cortador de cabos no eixo do hélice, se possível.

Estou procurando por um enrolador para adicionar ao babystay para não mais ter que ir para a proa quando quiser usar a trinqueta. Vou reformar a vela para tirar os garrunchos e incluir o encaixe no perfil de alumínio do enrolador novo. Vou também instalar um tensionador no estai de popa, trocando os terminais duplos por um estai flexível que passa por um moitão na base do estai principal. Isso vai me permitir folgar o estaiamento quando o barco estiver parado, além de caçar mais para ter uma orça melhor.

Tenho que mandar fazer um pino novo para o pau de spinaker pois o pino original caiu na água.

Vou revisar o VHF principal e se preciso for, trocar a fiação da antena desde o mastro até o painel elétrico.

Além disso, faz parte dos planos a instalação de mais três baterias Óptima Marine no lugar da bateria de arranque, adicionando mais cento e cinqüenta amperes de carga de energia nas baterias. Se possível, ainda instalo mais uma placa solar de cento e trinta watts repondo a única de trinta e dois que ainda esta instalada. Se necessário, refaço a antena do SSB.

Vou instalar um painel de controle do E80 no salão, para não ter mais que sair para fora em temporal para cancelar mensagens do E80. Se conseguir, vou separar a fiação do SSB da do piloto automático numa tentativa de resolver o problema do piloto soltar quando falo em algumas freqüências do SSB, principalmente quando o motor esta ligado.

Como podem ver, não vai ser por falta de trabalho que vamos ficar de papo para o ar por aqui...

Notem que adicionei uma lista de links aos sites de outros barcos brasileiros, nossos amigos, viajando pelo mundo, além de uma lista técnica do Matajusi que muitos leitores já me pediram.

Chegamos ao Brasil no dia seis próximo e já temos nossa primeira palestra que será no Iate Clube de Ilha Bela no dia 6/12, onde a Tatiana minha filha também vai se apresentar, com voz e violão, cantando algumas das suas musicas próprias entre outras musicas de seu repertorio e aproveitando para vender seus CDs.