domingo, setembro 06, 2009

Servico porco do estaleiro ataca de novo!!!

Posição S16 46.191 W151 02.296 05/09/09 17h Local (-10 UTC)
Passei os últimos dias curando da gripe e esperando o vento forte acalmar. Saímos da ancoragem de Fare e descemos rumo ao sul da ilha, entrando na baia da vila de Haapu, que é praticamente cercada de morro por todos os lados. O fundo é de areia, com quatorze metros de profundidade no centro da baia, onde jogamos ancora. Ancoramos com sessenta e cinco metros de corrente, e lá ficamos por dois dias, tomando uma rajada atrás de outra o tempo todo. O Matajusi segurou bem, mas o Azzar que estava à nossa frente na baia foi garrando devagar durante a noite até se aproximar a menos de dez metros do Matajusi, então usei a buzina e a lanterna para acordar o pessoal de lá e avisar que eles estavam garrando. Eles reposicionaram a ancora e fomos todos dormir.
Durante o dia demos um pulinho de botinho até a baia ao sul da ilha, mas o vento era forte demais para tentar levar o Matajusi para lá. Tinha lido no blog do Pagé que eles estavam ali, mas não os encontramos. Aproveitamos e fomos até a vila de Haapu para caminhar um pouco. Subimos a encosta toda até um belvedere mas qualquer esforço estava me pegando, então voltamos ao barco e fui descansar mais.
Combinamos de sair para Raiatea hoje pela manha, mas quando estávamos tomando café da manha, uma rajada muito forte pegou o barco de lado e arrastou para o outro lado, forçando o leme, que estava com a trave de movimento apertada até o fim, mas não foi o suficiente para impedir que o leme virasse com toda força para o outro lado. O batente do volante bateu contra o batente fixo que impede o leme de virar demais, entortou e passou para o outro lado, travando o leme naquela posição. Eu vi o movimento de dentro da cabine, e escutei o tranco, e sabia que aquilo iria dar trabalho.
Quando tentei voltar o leme, ele não saía do lugar. Primeiro desmontei as bussolas para ver como estavam as engrenagens, depois entrei no sub-mundo para tentar entender porque o leme não voltava. Foi aí que vi que o batente do volante havia entortado e passado por cima do batente fixo na parede traseira do barco.
Dos cinco centímetros disponíveis para os batentes se tocarem, o porco que instalou esse equipamento no barco deixou somente ¼ de centímetro disponível, e eu estúpido, não havia notado mais essa porcaria no meu barco. Imaginem o que aconteceria se eu estivesse em mar aberto, com ventos e ondas fortes, e o piloto soltasse, deixando o volante rodar até o final, batendo como aconteceu essa manha. O leme ia ficar travado até eu conseguir primeiro entender o que tinha acontecido, e depois identificar como eu iria consertar aquilo. A única opção seria entrar em capa (deixar o barco correr solto de lado), se tivesse espaço para isso (não ter terra daquele lado).
Como eu estava ancorado, tive mais tempo para definir a melhor saída, que foi refazer a furação do batente da parede traseira do barco e subir um centímetro e meio, pois era o máximo que se podia subir sem deixar o volante raspar no suporte do batente. Tive também que desentortar o batente do volante, o que não foi nada fácil, pois é feito de aço inox e não tinha espaço para usar uma alavanca para ter força suficiente para desentortar. No final, deu tudo certo, mas perdemos o dia, pois ficou tarde para atravessar para Raiatea. Mesmo assim, tentei, mas logo vi que ia ficar em situação perigosa se a noite chegasse e eu não estivesse dentro da barreira de corais de Raiatea, então voltei para Huahine e ancorei no mesmo lugar que já havia usado antes, entre as baias de Fare e Fiti.
Amanha cedo saímos para Raiatea.
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