segunda-feira, outubro 25, 2010

Milhares de pescadores no caminho:

Zarpamos de Gili Air as sete da manha, rumo a uma ancoragem no Norte de Bali. Saímos juntos, mas fui um pouco mais ao sul, e acabei tendo vento e corrente melhores do que as que o QOVOP pegou, e com isso o Matajusi ganhou velocidade mais rápido, deixando o QOVOP para trás, chegando mais cedo na ancoragem programada. Na chegada, fui surpreendido por uma escotilha de jangadas sem ninguém a bordo. Achei aquilo muito estranho, pois elas pareciam estar alinhadas pela costa inteira, até perder de vista. Fui chegando devagar e com cuidado, procurando um barquinho com dois pescadores a bordo, para perguntar se eu podia passar para a costa por aquele rumo. Eles responderam que sim, e me aproximei mais da costa, procurando por uma área onde haviam dois barcos a motor, um ancorado e outro amarrado em poita. Procurei por uma área rasa perto de onde eles estavam, e achei um platô com profundidade na área de cinco a oito metros, logo descendo para mais de vinte. Soltei ancora, com quarenta metros de corrente em profundidade de oito metros, e mergulhei para ajudar o QOVOP a lançar ancora próximo do Matajusi.
A ancoragem era segura, mas a ondulação entrava de lado causando um pouco de desconforto a bordo. Ficamos duas noites em Amed, o nome daquela área de Bali, com um mergulho no segundo dia embaixo das jangadas, que a associação dos pescadores locais lançou ao mar para promover peixes a se agruparem em volta dos cabos com muitos sacos plásticos cortados em fatias que eles amarram embaixo das jangadas. Os peixes de passagem vem caçar por volta das jangadas, e nós acabamos com uma bela pescaria incluindo oito olhetes e mais uns seis peixes parecido com atuns.
Depois de dois dias em Amed, zarpamos com destino a Lovina Beach, uma área turística na costa Norte de Bali. O QOVOP fez a pequena travessia de cinqüenta milhas saindo a noite, e nós saímos as cinco e meia da manha. Com pouca luz, liguei o radar para ter certeza de que não ia atropelar nenhuma das dezenas de jangadas fantasmas em frente à baia que estávamos, e fiquei surpreso com o numero de alvos que o radar identificou. Fui saindo devagar, "costurando" os alvos vistos pelo radar, que acabei identificando, como as pequenas embarcações que os pescadores locais usam para a pesca. Com o raiar do dia, tudo que víamos até o horizonte, em qualquer direção, eram centenas desses pequenos barcos de pesca. Tive que ir com cuidado para evitar atropelar algum. Eles usam uma linha longa, com muitos anzóis, e corricam com essa linha, parando quando sentem que a linha pesou. Rapidamente eles recolhem dezenas de peixes da família dos atuns, menores que o bonito.
No caminho, ainda pegamos a chuva mais intensa que já tivemos em uma travessia, lavando de enxurrada o barco. Aproveitamos e escovamos o deck, mastro, retranca, velas, canvas e cockpit.
De longe já víamos onde o QOVOP havia ancorado, e nos dirigimos para perto deles, pedindo pelo VHF as coordenadas de entrada e ancoragem da área que eles estavam, e ancoramos em cinco metros de profundidade com fundo de areia, com quarenta de corrente.
Essa ancoragem fica próxima da Lovina Beach, e é bem segura e calma, proporcionando boas noites quando conseguimos dormir tranqüilos, sem muito balanço.
Na primeira noite nessa ancoragem, fomos assistir a uma dança Balinesa em um restaurante perto da ancoragem. Já no segundo dia, alugamos três motinhos e passamos o dia inteiro conhecendo o interior de Bali, lugares onde muito poucos turistas já foram, somente freqüentados pelos nativos locais. Ficamos maravilhados com o que vimos, e principalmente pela camaradagem como fomos tratados por todos, inclusive alguns batalhões de policia em treinamento nas montanhas de Bali por onde passamos. Vimos plantações, incluindo os terraços de arroz, comuns nessa área, muitos templos, inclusive um templo hindu no meio de um lago que fica no alto das montanhas de Bali, outros lagos no alto das montanhas, e o principal foi uma cachoeira com mais de cem metros de altura e umas seis quedas d'água, onde aproveitamos para um belo banho de cachoeira. No caminho, tivemos todas as estações do ano, começando com quente e abafado enquanto estávamos no nível do mar, passando para agradável a meio caminho do topo das montanhas, depois para quase frio no topo, pegando chuva torrencial e secando no caminho de volta para o barco. Para finalizar o dia, jantamos em um restaurante bem em frente onde estamos ancorados, experimentando mais alguns sabores da comida de Bali. Bali tem alguma coisa na água ou comida, que todos nós estranhamos, pois todos tivemos desarranjos intestinais desde que chegamos aqui. Alguns menos e eu, mais. Foi difícil descer os mais de quinhentos andares altos a caminho da cachoeira, nadar na correnteza e subir os andares de volta, somente no arroz e batata sem tempero que tenho comido! Estou exausto...
Amanha os QOVOP zarpam para outra ancoragem no nosso caminho para a Malásia, e nós ficamos mais um dia nessa ancoragem para passar um meio dia em algum SPA a ser ainda escolhido. Depois vamos nos encontrar com eles novamente...
Veja nossa localização no Google Maps
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At 25/10/2010 23:21 (local) our position was 08°07.66'S 115°03.49'E, our course was 081T and our speed was 0.1.
No dia 25/10/2010 as 23:21 horas (local) nossa posição era 08°07.66'S 115°03.49'E, nosso curso era 081T e nossa velocidade era 0.1.
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