sábado, outubro 16, 2010

Matajusi corre solto pela ancoragem...

Conforme previsto, chegamos a Bali no dia cinco de Outubro, depois de treze dias de travessia desde Port Moresby, na Papua New Guinea. Fomos direto para a Bali Marina, onde ficamos por oito dias. A marina é a mais cara que o Matajusi já ficou (US$23/dia), mas sem muitos recursos, água doce paga e ruim, muito sujo o mar em volta, com internet de dez dólares por 50 MB, com diesel caro e ainda estavam sem, mas cobram se você comprar de fora, ou seja, não vale a pena ficar lá. A única razão seria que a marina fica próxima de quatro dos cinco lugares que se tem que fazer documentação quando se chega de barco a Bali, Emigração, Customs, Quarentena e Harbor Master. Só a Marinha (Navy) fica em Serangan. Da para fazer os primeiros quatro a pé mesmo, mas fomos de taxi.
Uma vez feita toda a documentação, começamos a explorar Bali, nossa primeira experiência com a cultura Indonésia, Hindu, e Muçulmana. Alugamos uma motocicleta e estamos explorando muito por aqui, uma mistura de shopping centers, grandes baladas, artes locais, e algumas das melhores características geográficas e turísticas de Bali, incluindo os campos de arroz nas montanhas, alguns parques com animais, um vulcão, muitos restaurantes, artesãos de esculturas em madeira e jóias em prata, enfim, o máximo que podemos aproveitar enquanto aqui estamos.
Ontem fomos com o Manu, William e Baptiste, os garotos do QOVOP, que re-encontramos aqui em Bali depois de estarmos juntos em vários lugares a partir do Panamá , a uma danceteria no marco zero da cidade. Marco zero é onde uns terroristas explodiram uma bomba no dia doze de Outubro de 2002, matando umas duzentas pessoas, na maioria turistas, incluindo dois brasileiros. Isso depois de termos ido de moto até Ubud, a área artesanal de Bali, onde passamos o dia. Voltamos de madrugada para o barco, e hoje passamos o dia meio de molho no barco, cansados de tanta coisa que fizemos ontem.
Aproveitei para trocar a água doce do motor, pois a que estava lá estava muito enferrujada. De novo, pela lei de Murphy, exatamente na hora em que drenei a água do motor, assim sem poder ligá-lo, sentimos um impacto no barco acompanhado de um barulho de alguma coisa esmagando.
Corri para fora e vi um barco de pesca atravessado na proa (frente) do Matajusi. Perguntei para eles o que havia acontecido com eles para baterem no meu barco, e no inglês que eles conseguiam falar, responderam que fui eu que bati no barco deles... Olhei ao redor e percebi que não estávamos mais na bóia, que continuava no mesmo lugar, ou seja, o cabo que amarrava a bóia ao Matajusi e ao QOVOP, pois estamos amarrados de través, rompeu, nossa primeira experiência com esse tipo de problema. Parece que o cabo foi roçando dentro da amarra da bóia e acabou rompendo. Foi um corre-corre danado, primeiro amarrando mais cabos ao Matajusi e pedindo aos pescadores para segurarem os barcos na mão, enquanto corri para fechar os drenos da água doce do motor e encher de água sem mistura mesmo, para poder ligar o motor e poder sair de cima deles. Quando consegui fazer isso, e no meio dos outros muitos barcos ancorados ou amarrados em bóias na ancoragem, não consegui manobrar o barco de volta para a bóia, pois o peso e arrasto do QOVOP amarrado no través do Matajusi forçava os dois barcos a irem para a direita, o lado que estava o QOVOP. Fui manobrando para frente e para trás para ir evitando os outros barcos e deixando a corrente e o vento fazerem o resto, enquanto pedi para a Lilian pular para o QOVOP para ajudar com o leme dele também. Ai, juntos, conseguimos dirigir os dois barcos de volta para a bóia, e amarramos de novo, agora com dois cabos, um no Matajusi e outro no QOVOP. Aproveitei para limpar a cráca da amarra da bóia, a razão do corte do cabo.
Depois que o pessoal do QOVOP chegou em Bali e pudemos conversar sobre os nossos planos, desistimos de cruzar o Indico ainda esse ano, pois já estávamos duas semanas dentro da estação dos ciclones no Indico, e isso, se tivéssemos ventos bons até a África. Nosso novo plano agora inclui explorarmos mais da Indonésia, e depois do Sul da Ásia, passando por Singapura, Malásia e Tailândia, antes de voarmos de volta para o Brasil, deixando o Matajusi na Malásia.
Na próxima estação de travessia do Indico, voltamos para pegar o Matajusi na Ásia e levá-lo para a África, e de lá, de volta para o Brasil.
-----
At 15/10/2010 09:01 (local) our position was 08°43.17'S 115°14.39'E, our course was 048T and our speed was 0.0.
No dia 15/10/2010 as 09:01 horas (local) nossa posição era 08°43.17'S 115°14.39'E, nosso curso era 048T e nossa velocidade era 0.0.
----------
radio email processed by SailMail
for information see: http://www.sailmail.com/