sábado, maio 29, 2010

Dia 2, Travessia Nova Zelandia a Fiji

Dormimos muito bem, com mar calmo e quase sem vento, vindo do sul, pela popa. Já navegamos mais de trezentas milhas e já sentimos o calor se aproximando. No primeiro dia eu estava com meias de frio, duas calças, três camisas mais um blusão. Hoje, já sem meia, uma calça e uma camisa. Oba! De volta para o sol! A previsão é para ventos fracos, do leste, o que já esta acontecendo, com virada parta ventos de ate vinte e cinco nós, começando pelo leste mas dando a volta completa anti-horário. Vamos no rumo 15V (verdadeiro) na velocidade media de seis nós e meio, com motor a mil e oitocentos giros, mas com hélice de no mínimo pitch vinte e quatro (curva do hélice) o que empurra o barco a mais de seis nós. Aproveito o alternador ligado e uso tudo que preciso que usa energia, carga dos notebooks, fazendo água, e mesmo assim ainda sobra amperes na bateria. Tirei o alternador Balmar para reduzir carga do motor, e por não precisar, pois o alternador do motor, com oitenta amps, da conta do recado. Guardei o Balmar como backup. Fiz mais uma modificação na parte elétrica, passando todos os fios negativos por um ponto só, antes do shunt do medidor de amperes, e agora, finalmente, tenho o resultado entre consumo e geração de energia, positivo ou negativo. Antes, na instalação do eletricista do estaleiro, só via o que era gasto e mesmo assim, nem todos os equipamentos estavam ligados no shunt. Próximo problema de construção identificado é com o poceto do banheiro de proa. Muitos problemas lá. Primeiro, usaram um filtro com dimensão muito pequena, que mal dava para puxar a água do poceto. De tão fino, ele entupia sozinho com cabelo, mesmo antes de chegar ao filtro. Segundo, eles nem fecharam os furos por onde passa a mangueira, assim a água do poceto vazava para dentro do casco. Terceiro, como o estaleiro já estava quebrado e faltando peças e dinheiro, eles usaram o que tinha disponível, ou seja, fizeram nada mais do que quatro conexões de três bitolas diferentes para passar uma mangueira entre o poceto e a saída do barco, em um espaço de menos de um metro e meio. Fica aí a resposta de quantos porcos são necessários para se passar uma mangueira! Hum... Lógico que vou trocar tudo. Já havia refeito o banheiro de popa, o que usamos mais, mas agora chegou a vez do de proa. E tudo começou com a descarga que ia para dentro ao invés de para fora do barco...
Se tudo continuar assim, temos entre quatro e seis dias de viagem pela frente, com uma frente entrando daqui a dois dias. O enrolador e a vela novos facilitaram muito a nossa vida, assim como o teclado remoto. Mudamos completamente nossa rotina de bordo com esses dois equipamentos.