segunda-feira, julho 13, 2009

Posição 12/07



09°48'212S 139°01'909W
Baie Vipihai, Atuona, Hiva-Oa, Marquesas.

Deu dois mergulhos na baia de Fatu-Hiva e em cada mergulho peguei uma garoupa. No primeiro mergulho tive um tubarão com a ponta da galha branca, de uns dois metros nadando próximo. Ele não era tímido então em uma passada que deu a menos de dois metros, dei uma cutucada nas costas dele com o arpão, e ele passou a guardar maior distancia que era o que eu queria.

A maior garoupa ficou comigo e a outra dei para o Ciriaque do Ascalia. Ele nos convidou para almoçar com eles e preparou a garoupa em um ceviche muito bom, cheio de temperos. Guardamos a receita para nosso próximo ceviche. Eles fizeram também peixe frito com arroz, e nós levamos cabra assada, limonada e patê de atum com um tempero que preparei. Usei o mesmo tempero na cabra que assei, no peixe que comemos (wahoo) e para misturar com o atum em lata. Ficou bom de lamber os dedos! Foi uma cebola, quatro dentes de alho, azeite, pimenta forte e sal, batidos no liquidificador, como minha mãe fazia.

Na sexta-feira teve uma feira nativa que acho eles fazem toda sexta-feira quando chega um navio com uns cem turistas. Os nativos expõe seus artigos para ver se os turistas compram, e servem alguns pratos locais, que também experimentamos. Um prato que gostei muito foi uma banana madura frita, com côco ralado. Você pega a banana com a mão e mistura ela no côco ralado. Muito bom mesmo! Acabamos não comprando nada, pois queríamos trocar.

Na feira encontramos com a Anne, aquela mulher simpática que lavou nossas roupas em troca de alguns cremes. Ela estava expondo suas esculturas.

Ontem finalmente chegamos à cachoeira. Meio longinho, mas sem qualquer arrependimento, pois o lugar é meio divino, com uma cachoeira tão longa, que parece que a água cai do céu. Na base, uma piscina natural, cheia de pitus. Usei minha camisa para pegar alguns, que comi cru mesmo. Arranca o rabo e a cabeça, e manda para dentro. Bem saboroso, mas os nossos companheiros olharam meio que achando que eu podia ser canibal também, não conhecendo muito dos hábitos no Brasil (não que todo mundo come pitu cru)! Pelo caminho de uma hora por trilhas na floresta marcadas por pilhas interessantes de pedras pequenas em cima de pedras grandes, como pequenos monumentos de pedras, todos diferentes uns dos outros, fomos encontrando bananas e cocos e deixamos para o caminho de volta uma coleta para todos. Estávamos com o Ciriaque e Izabel do Ascalia, e o Peter e Rose to Green Coral.

Na volta tentamos mais algumas trocas, mas não deu certo. Queria trocar um cabo extra de 10 metros por um tiki (deus local esculpido em madeira ou pedra) ou uma tapa (casca de arvore batida até ficar fina como uma tela de pintura, pintada com motivos locais), mas não achei o Teco. Ele fabrica os tambores usados nas danças locais, e precisa dos cabos para esticar a pele de cabra para afinar os tambores, e eu queria um dos cabos do Matajusi eternizado em um tambor de Fatu-Hiva, mas não encontramos o Teco.

Cansados, fomos dormir cedo ontem e acabamos não indo para a cidade para ver os festividades. Acordamos cedo para falar na net do SSB, e logo depois ouvimos o Ascalia partindo. Ele passou pelo Matajusi e disse estar indo para Mohotani, uma ilha sem habitantes na frente de Hiva-Oa. Decidimos ir com ele e fomos preparar o barco para partir. Em seguida passou o Green Coral, também partindo, eles indo pata Hiva-Oa. Em meia hora estávamos prontos para partir e levantamos ancora na direção de Mohatani. Mar alto, com vento entre vinte e trinta nós, e não demorou muito para chegarmos lá, mas não conseguimos ancorar devido ao vento e mar estarem batendo dentro da única ancoragem da ilha, então seguimos adiante e viemos para Hiva-Oa, na cidade de Atuona. Chegamos umas quatro da tarde, ancoramos com duas ancoras, uma na popa (traseira), junto com outros cinco barcos que por aqui estão. O Galapagos do DuFre e da Lulu, o Leon Del Mar do Yhogan, O Green Coral do Peter e Rose, e o Ascalia do Ciriaque e da Izabel. Tem mais dois barcos, um catamaran de Houston chamado Pura-Vida, e um barco sueco com um casal bem jovem, que quero conhecer amanha.

Uma coisa que não tive tempo para fazer em Fatu-Hiva foi ir caçar porco do mato com os nativos de lá! Eles caçam com cachorros e lanças. Eu acho que daria para tentar uma arpoada com minha espingarda de caça submarina!

Vamos ficar uns dias por aqui, ver se conseguimos mandar umas fotos para o blog, mas quero sair logo, ir pata Tahuata, uma outra ilha ao sul - oeste de Hiva-Oa onde dizem ter uma praia bem mansinha para se ancorar, onde quero trabalhar no guincho antes de ir para a Tuamutus, pois lá vou usar mais o guincho e ancora.