sexta-feira, maio 11, 2012

07/05/2012 Saimos de Chagos com destino a Rodrigues

No ultimo dia sete, saímos de Chagos juntos com o Mr Curly, e começamos nossa travessia do oceano Indico até Rodrigues, uma viagem de mais de mil milhas, que deve durar uns oito a nove dias. Escolhemos o dia sete pois as condições previstas promoviam uma travessia com menos ventos, então mais demorada e com algum uso do motor, mais em compensação, com mar menos agitado, uma característica comum no Indico Sul.
Nossa estada em Chagos foi ótima, com grandes mergulhos e explorações de todas as ilhas onde constatamos uma abundancia enorme de côcos e caranguejos do côco. Os pássaros não estão acostumados com humanos, e nos deixam aproximar. Fizemos muitos pick-nicks e encontros em terra com o pessoal dos outros barcos e curtimos muito os mergulhos e as pescarias, nunca deixando faltar peixe nas refeições. As garoupas e os xareis existem em abundancia, assim como os tubarões, que estão por toda a parte.
A navegação dentro do atol só pode ser feita com sol a pino, pois os cabeços de coral não estão nas cartas. Sempre se vai com alguém na proa olhando o caminho e sempre com óculos polarizado.
O fundo é de uma mistura de areia com coral e não segura bem. Uma sugestão é se ancorar entre dois cabeços com mais de quatro metros de profundidade mínima, assim se a ancora garrar, se prende no cabeço.
Tem vários barcos afundados dentro do atol, em geral, com um squall de Sudoeste que entra varrendo tudo e empurra os barcos contra a ilha de Takanaka ou Fuquet. Na ilha de Boddan, tem-se que escolher bem o local da ancora para, uma, ficar protegido dos ventos do quadrante sul, e duas, não ter nenhum cabeço na rodada do barco, que chega a dar a volta completa na ancora no período de um mês que ficamos por lá. Nunca levantamos a ancora, mas na saída tivemos que limpar metro por metro, pois estava toda enferrujada, com cracas e mariscos. Os barcos que já conhecem bem Chagos, montam pôitas em corais já conhecidos para esse fim, e não tem manutenção de corrente para fazer na saída. Mas, a pôita do Scorpio, Swan Finlandês, soltou e ele teve que navegar a noite, sem visibilidade e com vento forte, e jogou ancora do meu lado.
Enquanto estávamos em Chagos, eu ajudei a consertar o alternador do Scorpio e o leme do Elaine, demonstrando que esses anos navegando me proporcionaram um conhecimento muito bom dos problemas comuns aos barcos.
Enfim, mais um lugar visitado, mas eu não diria que o lugar mais bonito que já fomos, por conta das proibições e nóias dos britânicos que tratam o lugar com normas militares. Isso acaba tirando o encanto natural e único do lugar, e a liberdade e inspiração de se escrever mais sobre o mesmo. Um dos barcos que estava lá com a gente, postou algo no blog deles, e os militares vieram expulsá-lo de Chagos por isso... Para visitar Chagos todos os barcos tem que preencher formulários que dizem claramente que os brits podem mover ação contra qualquer contravenção ás normas, em qualquer território.
Por outro lado, temos provavelmente os dois únicos passaportes brasileiros com carimbo de Chagos, pedido que fizemos aos brits na sua ultima visita antes de partirmos, e que foi atendido... Nos próximos dias posto o relato sobre essa travessia, incluindo os furacões que eram, não eram, eram de novo e talvez já eram...

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