sexta-feira, abril 13, 2012

13/04/2012 Chegamos a Chagos

A travessia para Chagos foi quase que sem ventos e eventos, com mar calmo, ajudando no motor, o que nos custou um dia a mais, porque acelerando para chegar no dia doze, gastaríamos mais diesel do que queríamos pois vamos precisar para chegar à área dos ventos alísios na pela latitude doze a quatorze, umas seissentas milhas daqui, então tivemos que reduzir velas e motor, buscando uma média de menos do que quatro milhas por hora. O único evento foi encontrar água salgada dentro da área do motor, o que me custou alguns mergulhos no submundo para ver por onde entrava, mas não encontrando nada, continuei na busca até que percebi a mangueira de admissão de água salgada no motor furada e vazando água. Fui procurar nessa área pois vi que o filtro de impurezas grossas da água de resfriamento do motor, por onde passa a água salgada que é sugada pelo impeler da bomba de água e empurrada para dentro da caixa de troca de calor do motor, usada para refrigerar a água doce interna do motor, estava com ar, daí percebi que devia haver entrada de ar falsa e dito e feito. Agora, porque usaram uma mangueira de água pressurizada, com fiação de arame dentro para a entrada de água salgada do motor, é a pergunta que não quer calar! Ali não tem pressão, mas como a mangueira era mais longa do que o lugar onde ela foi instalada, fazia uma curva por fora, e ficava apertada pela porta lateral do motor, e com esse vibrando, acabou quebrando a fiação de metal de dentro da mangueira e a fiação quebrada acabou furando a mangueira... pronto, descarreguei mais uma na construção do barco! Mas, por bom planejamento, tinha mangueiras reservas no barco, cortei uma do tamanho correto, instalei, e, barco seco de novo.
Ai foi só controlar a velocidade do barco para chegar exatamente na hora certa, pois já havia lido que as cartas de Chagos estavam fora, e queria atravessar o passe com sol a pino. Usei três cartas diferentes, a Navionics, a CMap e a Blue Chart, e todas estavam fora! Tinha anotado o waypoint da entrada do passe, mas claramente estava errado também, pois com ele, estava indo para cima da ilha! Então foi entrar na raça pura mesmo, estimando pela cor as áreas mais profundas, mas entrar no topo da maré baixa também não foi a melhor opção! Mas, o que fazer? Ou escolhe a hora do sol a pino, ou a da maré cheia, e entrar com maré cheia sem poder ver o fundo, ai ia ficar pior, isso sem considerar que hoje é dia? TREZE! E todos que me conhecem sabem o quanto eu não gosto desse número! Na verdade, o que o dia treze significa para mim é que eu fico muito mais alerta e esperto nesse dia... o que ajuda em uma situação onde se tem que escolher entre cores muito parecidas, e a diferença pode estar no barco flutuando ou afundado, como deixava bem claro um barco afundado que vi por ali...
Passamos pelo passe sem maiores incidentes, e decidi já ir para a segunda e mais segura ancoragem, a da ilha Boddan, onde já podia ver oito barcos ancorados. Ancoramos bem, em quinze metros de fundo, usando cinqüenta e cinco metros de corrente, e firmei bem a ancora, para o caso de ventos mais fortes.
E aqui estamos! A primeira impressão, vindos das Maldivas, foi, que água suja! Mas deve melhorar, pois soube que choveu bastante ontem...
Dormimos um pouco e no final da tarde saímos de botinho para explorar a área, mas não fomos longe, pois logo encontramos o Brian e a Doroty, do Tagish, um barco canadense que havíamos conhecido em Galle, e que já está aqui há uma semana, então ficamos conversando para saber dos vais e vens do local. Marcamos uma caminhada para amanha cedo, e soubemos deles que o caranguejo do côco é abundante por aqui, então estamos estimando um belo risoto para amanha, além de tomar muita água de côco, uma vegetação abundante em todas as pequenas ilhas do atol.
----------
radio email processed by SailMail
for information see: http://www.sailmail.com