segunda-feira, outubro 22, 2007

Manutenções e Novos Equipamentos!

Depois de dois meses e meio atracado no Joinville Iate Clube, preparei esse relato com algumas das correções de problemas na parte eletrica/eletronica do barco, além da instalação de novos componentes.

Nos nossos relatos temos citado as inúmeras melhorias e correções que temos identificado nos testes feitos até o momento no MaTaJuSi. Nesses próximos relatos, vou discutir essas melhorias e o que esperamos conseguir com essas mudanças. Esse é um assunto extenso, então vamos dividir em múltiplos relatos.

A minha lista tem mais de 70 itens, desde correções e modificações, a equipamentos e funções novas. Para ajudar a organizar os trabalhos, preparei uma planilha com cada item, e identifiquei a característica desses itens para definir que tipo de prestador de serviço seria preciso para cada área de trabalho. As áreas identificadas foram: elétrica, hidráulica, marcenaria, fibra, mecânica e mastreação.

Nesse relato vamos nos ater à área elétrica.

A mudança mais importante e necessária foi a troca do fio de alimentação de energia do piloto por um fio exclusivo e de maior dimensão (10mm), pois um dos piores problemas com o barco era o piloto perder o rumo com freqüência. Ainda não testamos o resultado dessa mudança, mas estaremos discutindo isso nas próximas colunas na medida em que voltamos aos testes com o MaTaJuSi. Coincidentemente, a revista Yatching World do mês de Agosto reporta esse tipo de problema principalmente nos pilotos modelo ST600x e sugere a revisão na dimensão dos fios.

A troca do cabo do radar, que desconfiamos ter sido pinçado quando a antena se soltou na Semana de Vela de Ilhabela. A placa queimou e, por segurança, decidi trocar o cabo. Troquei também o suporte basculante da antena do radar, para diminuir o perfil da antena, principalmente quando a genoa troca de bordo.

A instalação do VHF principal, um Icom M504. Esse rádio suporta também intercom, hailer, e um comando remoto com acesso a todas as funções do rádio (Command III) permitindo o uso do rádio de dentro da cabine e do cockpit. O hailer pode ser usado como buzina ou apito, assim como para falarmos dentro e fora do barco em altura que possa ser ouvida a distâncias mais longas. Isso vai ajudar às instruções do comandante serem ouvidos pelos tripulantes. O intercom permite a intercomunicação entre a cabine e o cockpit. Com isso, agora temos VHF nas duas rodas de leme. Como temos o rádio a bombordo e o acelerador a boreste, tínhamos que usar um VHF portátil quando manobrando o barco dentro de marinas e portos, hora em que queremos ter o VHF disponível.

A instalação de luzes, principalmente dentro da área do motor, paiol de popa onde todo o sistema de leme funciona, dentro dos armários e no painel de eletricidade. Isso facilitará qualquer manutenção nessas áreas. Até então, eu estava usando uma dessas lanternas presas com elástico na testa. Nessas áreas mais escuras, instalamos uma luz de led a pilha (roxa) que acende com um toque, para o caso de acabar energia e precisarmos trabalhar em acertos no escuro.

Instalamos também mais uma bomba de porão, uma Rule 2000, com capacidade de 2000 galões/hora. Ela foi ligada com automático, mais ligação direta chaveada e servirá para esgotar volumes altos de água no barco. Até então, estávamos somente com uma bomba de 1500 galões/hora. Usamos duas saídas diferentes, uma para cada bomba, para evitar afunilar muito o volume de água, reduzindo assim a capacidade total de esgotamento.

Instalamos mais dois ventiladores, um na sala, apontado para a cozinha, que, além de refrescar o barco internamente, também vai ajudar a empurrar a fumaça e cheiro da cozinha para fora da cabine e o outro instalado na cabine de proa.

Fizemos uma ligação direta do exaustor do compartimento do motor, pois antes, quando se desligava a chave do motor, o exaustor era também desligado e com isso, não conseguíamos expelir os gases e o ar quente do compartimento do motor, depois do motor desligado.

Foram adicionadas mais algumas tomadas de DC, do tipo acendedor de cigarro, para suportar o uso de equipamentos como aspirador de pó, GPS portátil, carregador de celular, entre outros equipamentos.

Refizemos a instalação dos alternadores, baterias e chaves de baterias, pois um problema que tive algumas vezes foi perder a bateria do motor, mesmo com ela desligada. Outro problema foi não conseguir determinar que carga estivesse mandando cada alternador para cada banco de bateria. Como temos dois alternadores, dedicamos o original do motor (80 amps) para a bateria do motor e o Balmar (100 amps) para os dois bancos das baterias de serviço. Temos a opção de chavear cada um dos alternadores para todos os bancos, no caso de perdermos um alternador. Outra modificação foi a instalação de dois amperímetros de 100 amps cada, para medir a carga de cada alternador para seu banco dedicado de baterias e de um voltímetro dedicado para a bateria do motor, assim conseguimos ver quanta carga ela tem antes de dar a partida. Além disso, temos um medidor que nos diz quanta carga tem cada banco de bateria de serviço, e quantos amps estamos gastando de consumo. Podemos também conectar os bancos de serviço para ajudar a bateria do motor no caso desta estar baixa demais para dar a partida.

Para ajudar com o consumo de energia, instalamos 3 placas solares Unisolar US-32 de 32W ou 2 amperes cada. Isso nos dará 6 amperes de carga no pico do sol e deve ser o suficiente para tocar os eletrônicos sem tirar carga das baterias. Preferimos separar as placas para evitar problemas com ventos mais fortes.

Instalamos um equipamento de som, com CD, FM/AM, Estações de Tempo, dois alto-falantes internos e dois no cockpit; um monitor flat LG 15, que funciona com 12 volts, assim podemos conectar ele direto na tomada DC e não precisamos ligar o inversor. Com isso, agora temos reprodução dos equipamentos eletrônicos fora (no E80) e dentro (no monitor) do barco, além de podermos usar o notebook também para monitorar o barco. Usamos o DVD do notebook e já assistimos muitos filmes no barco durante Agosto, onde passamos praticamente o mês todo embarcados e atracados no Joinville Iate Clube. Outro equipamento instalado foi a tomada do microondas na cozinha. Quando atracados, podemos usar a energia da marina para cozinhar, economizando assim o precioso gás de botijão.

Para suportar o terra do SSB e do antena tuner, instalamos um Dynaplate grande embaixo no casco, na altura do poçeto de exaustão de água no centro do barco. Conectamos também cabos de terra de 10 mm em todas as ferragens abaixo da linha d’água. Esses cabos foram conectados ao fio terra puxado para uso somente do SSB e do Antena Tunner, separando-os assim do terra do barco, que serve aos outros instrumentos. Com isso esperamos acabar com a interferência que o SSB estava tendo nas lâmpadas de led que indicam equipamentos em uso, pois elas piscavam quando acionávamos o botão de transmissão do SSB. O correto para esses terras seria uma fita de cobre de 3 polegadas, mas como o barco não foi construído já com elas posicionadas, fica impossível passá-las depois dos contramoldes colados ao casco. Tendo a possibilidade de se construir um barco novo, não esquecer desse item. Foram também puxados cabos de força diretos da bateria para servir o SSB, evitando-se assim, roubar corrente dos outros instrumentos do barco quando transmitindo.



Para a identificação de navios, instalamos um AIS passivo, interconectado com nosso radar e equipamento de navegação, assim podemos ver os navios identificados pelo AIS representados na tela do radar, juntamente com outros alvos captados pelo sistema MARPA. O AIS utiliza uma antena VHF, então instalamos uma segunda antena VHF, essa última na targa, servindo o AIS e o rádio VHF Raymarine, de uso no cockpit. Além disso, para se conseguir acordar a tripulação em caso de qualquer alarme, instalamos um alarme de alta potência dentro da cabine.



O barco foi construído com suporte para energia externa apenas de 110V, mas, muitas marinas, principalmente fora do Brasil, usam somente 220V, então instalamos um transformador de 220V para 110V e vice-versa, que permitirá o uso de qualquer fonte de energia. Na popa, instalamos duas entradas de energia, uma 110V e uma 220V. Internamente, o barco usa equipamentos de 110V, principalmente porque um choque de 110V tem menos potência do que um choque de 220V, mas também porque quando montamos o barco, ficava mais fácil encontrar equipamentos 110V em São Paulo.

Trocamos a luz de navegação e ancoragem, que era de luz incandescente, por uma luz led com estrobo. Com isso esperamos reduzir em 2 amps/hora o consumo da luz de navegação. Além da lâmpada de navegação, que veio quebrada de fábrica, trocamos também 5 das 23 lâmpadas Optolamp de bordo, pois queimaram. Interessante essas lâmpadas queimarem com tão pouco uso, afinal, a literatura diz que são lâmpadas para 3000 horas. Com a política da Optolamp de somente trocar as peças em garantia pelo correio, acabamos ficando sem saber por que essas lâmpadas estão queimando. Depois da ultima troca, já tenho mais 5 lâmpadas piscando, sinal de que vão também queimar. Do lado do barco, já medimos tudo relacionado às instalações dessas lâmpadas, mas elas continuam queimando. Fica aqui um novo convite à Optolamp para uma necessária revisão da sua política de garantia dos seus produtos, e para me garantir, vou trocar metade das lâmpadas de led por lâmpadas incandescentes, onde posso pelo menos trocar as lâmpadas que queimarem, sem ter que trocar a luminária inteira.

Para finalizar, instalamos um marcador led de quantidade de água nos tanques, que com um toque, mostra leitura de cada tanque além de um controlador de cargas vindas de equipamentos como placas solares, geradores eólicos e geradores de arrasto movidos a hélice, além de uma placa de fibra feita sob medida pela ILS para ficar em cima da targa e receber antenas de GPS, satélite, VHF reserva, placas solares, o hailer, e outros equipamentos mais que venham a ser necessários para nosso conforto e segurança.