segunda-feira, março 12, 2012

12/03/2012 Maldivas

Chegamos a Uligamu depois de quatro dias de navegação, três dos quais empurrando com o motor, pela completa falta de vento. As últimas três noites passadas no mar ficamos em black-out total, evitando sermos vistos por algum barco pirata caçando por essas áreas. A bem da verdade, não existem registros de atividades piratas por essas áreas, mas o guia que todos os navios seguem diz que acima de Lat10N e a Oeste de Long78E é zona pirata, então achamos mais prudente ficar no escuro mesmo. A cada quarenta e cinco minutos ligávamos o AIS para ver se tinham navios por perto. Vimos somente um navio nos quatro dias de viagem. Na chegada a Uligamu, postei um SMS pelo celular com ship da Malásia para o representante local da agencia que contratei, a Antrac, a assim que ancoramos, la veio o barco com cinco representantes das autoridades locais. Estavam Custom, Navy, Healthy, Emigration, and Harbor Master, mais o Assad, nosso agente. Fizemos os papeis de entrada das Maldivas a bordo do Matajusi, e distribuímos cinco copias da nossa lista de tripulantes. Passaportes carimbados, e estamos legalizados nas Maldivas. Nossa primeira ancoragem foi com vinte metros de profundidade, bem ao sul da ilha, mas, por recomendação dos locais, mudamos mais para Norte. Acabamos mudando mais algumas vezes a ancoragem, ora por mudança do vento e marolas, ora para ficar mais longe ou mais perto da praia e dos recifes. Fomos muito bem recebidos pelos locais, que organizaram comermos juntos duas vezes durante a nossa estadia por lá. Nós levamos um pirão de cabeça de garoupa, e eles levaram peixes e salsichas fritas com pimenta, e macarrão frito com muitas coisas, inclusive pimenta. Boa troca de experiências. Na vila de Uligamu moram Quatrocentas e Oitenta pessoas e quase todos trabalham para o governo. As duas maiores fontes de renda das Maldivas são o turismo, e a venda de peixes. Realmente, os peixes são abundantes. Com a permissão dos locais, fui caçar garoupas para o nosso jantar comunal, e trouxe duas na ordem de cinco quilos cada. Uma terceira, errei o tiro por conta de um tubarão galha preta que apareceu do nada e tentou morder a garoupa que já estava na linha do meu arpão. Como não tinha onde pô-la, a deixei na linha e armei novamente para pegar a outra. Esse tubarões não são agressivos, mas deixar comida fácil para eles e eles chegam bem perto. Na expectativa de recebermos nossos convidados Miguel e Andrea, amigos de Juquei e donos do Enfarta Madalena, ontem começamos nossa viagem para Male que fica a cento e sessenta milhas de Uligamu. Traçamos uma rota quase toda por dentro dos vários atóis das Maldivas, e vamos parando a cada quarenta milhas. No final da tarde chegamos ao Porto de Kulhudhuffushi, uma aldeia maior, com uns dois mil habitantes. Deixamos o barco atracado ao paredão do porto, mais próprio para navios, e fomos andar pela cidade. A exemplo de Uligamu, os locais nos tratam muito bem e são sempre muito prestativos. Fomos a procura de um ATM para pegar moeda local, e depois disso feito, fomos a procura de um bar/restaurante para comermos algo local. Como havíamos almoçado antes de sair do Porto, acabamos comendo um sorvete de creme misturado com frutas frescas picadas, uma de
licia!
 Hoje saímos as nove da manhã e estamos a caminho de uma ilha que esta a venda (ou aluguel). Depois contamos como foi. O Miguel e Andrea chegam no dia dezessete pela manha, e já queremos estar ancorados em algum lugar calmo próximo ao aeroporto para recebê-los...