Posição 09°56'271S 139°06'660W
De manha, ainda encontramos mais um verme no meu olho, agora totalizando dez praguinhas! Meu irmão Sergio, médico, respondeu meu pedido de help, e disse que eu tinha que ver um médico e tomar um remédio contra um tipo de verme parecido com o nosso bicho de pé, ou bicho geográfico.
Depois da caça aos vermes, fomos mergulhar, pois considerei que enfiando os olhos debaixo d'água poderia ajudar a limpar meu olho com a água salgada do mar. Acho que isso ajudou, pois arranhou menos depois do mergulho. Fomos eu e a Lilian para um mergulho por perto para ver os peixes. Na duvida, levei um arpão havaiano bem longo como proteção contra algum eventual cação metido a chegar perto demais. Não vimos cação, mas vi um cardume de tainhas, ou algum peixe muito parecido com elas. Tinham os olhos maiores, eram um pouco mais gordos, mas exatamente o mesmo comportamento, andando em cardumes, mamando nas pedras, etc. Atirei e acertei umas três vezes, mas o peixe arrebentava e fugia. Com o arpão havaiano é difícil pois tem-se que chegar muito próximo ao peixe para atirar, e a borracha que eu estava usando era um pouco fraca para o peso do arpão. No fim, sem peixes, retornamos ao barco, mas não antes de eu aproveitar e ir dar uma checada na ancora... e não gostei do que vi! A ancora tinha arrastado de lado dentro de uma areia que era mais de coral do que areia, e o barco já estava muito próximo das pedras, com somente um metro e meio de água abaixo da quilha... Foi o maior estresse, pois o vento estava fortíssimo e a corrente emperrou em baixo do guincho, então a Lilian não conseguia recolher, e o barco continuava indo para as pedras. Acabei acelerando por cima da corrente, meio de lado para ela, e virei o barco de ré, e sai da enseada de ré, arrastando a ancora. Ancoramos de novo, agora com a Chantal e o Etienne ajudando, ela na água e ele de botinho. Quando o barco perdia a proa para o vento, ele empurrava de volta com o botinho. Depois de ancorado de novo, a Chantal disse que a ancora não estava segurando, então preparei mais uma ancora, a fortress, com quinze metros de corrente de oito milímetros e sessenta metros de cabo de nylon de dezesseis milímetros, e fomos de botinho com o Etienne lançar. Lancei em V com relação a outra ancora que já estava na água, e voltamos ao barco. Fomos tomar um lanche no Gabian, e depois voltamos ao Matajusi, somente para notar que algo estava errado com as ancoras, pois o barco ficava de lado, esquisito.
Mergulhei e fui ver do que se tratava, e notei que o cabo de nylon da segunda ancora havia enrolado na quilha, e estava segurando o barco pela quilha.
Lá fui eu e o Etienne de novo recolher a segunda ancora, e agora a lancei diretamente na frente da Bruce, uns 20 metros. Com isso fiquei com duas ancoras na mesma direção, e assim passamos a noite. Decidimos sair daquela baia no dia seguinte e navegamos para Vaitahu, uma outra aldeia de Tahuata um pouco mais ao norte que Hapatoni. O desembarque em Vaitahu é complicado pois o swell lança o botinho para cima do porto, então, tem-se que jogar uma ancora de popa e esticar até o bote chegar perto da área de desembarque, ou, no nosso caso, subimos o botinho acima do porto. Desembarcamos e fomos procurar por mantimentos e provisões. Achamos dois mercadinhos e compramos alguns itens. Aproveitei e fui ver um médico no posto de saúde local. Ele examinou meu olho e disse que não tinha mais nada, e que o tratamento que eu estava fazendo era muito bom, pois nem cicatriz tinha mais. Eu usei Garasone, um antibiótico ocular.
Tiramos algumas fotos na igreja local, onde as portas são esculpidas a mão com motivos das crenças locais.
À noite, convidamos o Etienne e a Chantal para uns aperitivos no Matajusi, que acabou virando um jantar completo. Preparamos uma salada de batatas com ovos, polvo ao vinagrete, uma verdura local refogada, salada de palmito com tomates e vagem de lata, limonada e cerveja, e de sobremesa, chocolate e mini-bolo de morango que havíamos comprado no mercado local. Terminamos lá pelas onze e meia da noite depois de um cafezinho. Aproveitamos a visita deles para trocar fotos, guides e pilot-charts.
No dia seguinte, fomos cedo comprar baguetes na aldeia, e, depois de passar pelo Gabian e deixar um baguete quentinho de presente para eles, e de combinar umas freqüências SSB para falarmos a noite, zarpamos e fomos novamente para Hanamoenoa, a baia com praia e areia branca no fundo, nosso primeiro ancoradouro em Tahuata, pois queríamos encher o barco de limões antes de partir para as Tuamotus. Combinamos com o Gabian de irmos juntos para Fatu-Hiva, nossa primeira ilha das Marquesas, e visitarmos a ilha de novo, mas dessa vez com o Etienne e a Chantal. Depois, de lá, nós vamos para as Tuamotus e eles sobem novamente para as Marquesas do Norte. Temos que ir andando, pois o caminho para a Nova Zelândia é longo, e o vento continua apertando...
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