Depois de alguns comentarios e sugestões dos meus leitores o desenho escolhido ficou conforme o desenho abaixo:
"Dei ao projeto o nome de MaTaJuSi, pois não existe nada no mundo com esse nome, além de ser a primeira sílaba dos nomes dos meus dois filhos, Marcio e Tatiana, mais a do nome da minha ex-mulher e companheira de mais de 20 anos, Julie, mais a do meu nome, carregando assim comigo nessa empreitada, o que havia de mais importante na minha vida até aquele momento."
terça-feira, outubro 31, 2006
segunda-feira, outubro 23, 2006
As Modificações do Barco:
Segunda-feira,
Outubro 23, 2006
Eu pedi que algumas modificações fossem
feitas na construção do Matajusi. Isso porque o barco vai passar por situações
como, por exemplo, velejar durante um ano seguido com ventos quase sempre
vindos da mesma direção e ficando às vezes mais de 30 dias sem vista de terra.
Os barcos de cruzeiro precisam de muito
mais autonomia do que barcos que ficam em águas costeiras.
Para tanto, estamos usando algumas das
cavernas que são vistas nos contramoldes para a armazenagem de 300 litros
extras de combustível. Como parte do tanque original vai dar espaço a um
armário maior, o barco vai terminar com capacidade de armazenagem de 410 litros
de combustível, contra os 160 litros originais.
Além disso, o barco terá também espaço
para 500 litros de água doce, 100 litros a mais de água potável do que o
previsto no projeto do RO 400. Essas mesmas cavernas servem também para
armazenar mantimentos e equipamentos, e tudo o mais que fará parte do conjunto
de grandes travessias do Matajusi.
Além dos reforços originais do RO 400, o
Matajusi tem outros reforços adicionais, tanto no casco quanto no deck. Um
desses reforços serve para a instalação da tormentim, uma vela para
tempestades, que está sendo adaptada à estrutura original do RO 400. O
estaiamento da tormentim será montado de uma maneira que ele pode ser armado e
desarmado. Assim, o estaiamento só será usado quando a tormentim for
necessária, permitindo assim, o livre movimento da genoa nas mudanças de bordo.
Esse estai sobe até cerca de dois terços da altura do mastro, paralelamente ao
estai de proa, no qual fica enrolada a genoa. Essa força é compensada na parte
posterior do mastro por estais volantes na popa. Esses estais volantes são
armados em condições de tormenta ou, às vezes, para auxiliar no suporte do
mastro no caso de qualquer outro problema no estaiamento.
O deck terá reforços
para receber os estais volantes e a targa. O espelho de popa terá reforços para
receber uma plataforma e, possivelmente, um leme de vento ainda a serem
definidos. Em todo caso, o casco já estará pronto como se fôssemos usar
realmente esses itens.
Eu vou precisar também de uma targa,
para instalação das placas solares, antena de satélite, antena SSB, luz de
trabalho, e para pendurar o caíque quando estivermos parados em baías ou
navegando pequenas distâncias. Por isso os púlpitos de popa estão sendo
modificados e vão formar a estrutura da targa. Em cruzeiro, o caíque será
esvaziado, dobrado e guardado dentro do paiol, para evitar desgastes
desnecessários do sol, ou de ondas. A capota bímini será construída a partir da
targa, dando assim um aspecto mais estético, alem de aumentar o espaço
protegido contra a exposição solar e chuva. O barco terá também um dog-house,
para proteger os tripulantes de chuva, vento e respingos de água vindos da
proa.
O paiol de popa, oficina de bordo e
escritório, serão construídos depois do barco pronto, pois não fazem parte do
projeto original do barco. No lugar onde vamos construir esses itens importantes
de um barco de cruzeiro, estamos deixando inacabada a finalização original do
RO 400.
A âncora principal será uma Bruce, em
aço galvanizado a fogo, com 20 quilos, ou seja, um número maior do que o
recomendado para um barco de 40 pés, presa por 60 metros de corrente. O barco
tem um guincho elétrico com comando duplicado no cockpit, para ajudar a
recolher a âncora. Teremos também uma âncora menor, para acorrentarmos à âncora
maior, para ajudá-la a ficar agarrada, quando existir risco de arrasto por ventos
ou maré muito fortes.
As lâmpadas serão de led da Optolamp,
para economizarmos energia. Como referência, uma lâmpada comum gasta tanta
energia, quanto todas as lâmpadas do barco juntas, quando se usa a lâmpada led.
Outra vantagem é que as lâmpadas para navegação em led, são vistas à distância
maiores do que as lâmpadas comuns de navegação, facilitando a visualização do
barco por outras embarcações.
O enrolador de genoa, que no RO 400
original fica dentro do paiol da âncora, será posto para fora, para facilitar
sua manutenção assim como para levantar a saia da genoa, evitando-se que essa
fique roçando no guarda-mancebo, causando desgaste. A genoa com saia alta
também é melhor para quando se navega com ondas muito grandes, que podem passar
por cima da proa, rasgando a genoa.
A vela mestre terá três rizos, com dois
adaptados para serem risados de dentro do cockpit, não sendo assim necessário
para o comandante sair do cockpit para ajustar as velas. Somente em caso de
tormenta, as velas seriam recolhidas e a tormentim preparada para uso. Essa
vela é a única que é montada com mosquetões, terá 3 risos para poder ser
dimensionada de acordo com a intensidade do vento, e será também de saia alta
para deixar as ondas passarem por baixo.
Na parte de energia elétrica, o barco
terá três bancos de baterias, com uma para a arrancada do motor, uma para os
induzidos e outra para os eletrônicos, sendo esse o maior banco, pois vai
manter o radar e o GPS ligados durante travessias noturnas ou de pouca
visibilidade. As baterias poderão ser recarregadas, pelo motor quando ligado,
pelas placas solares durante os dias de sol, por um gerador de arrasto quando
em cruzeiro, por um gerador a gasolina em emergências, e por um carregador
ligado à corrente AC quando em marina. Estamos optando por não instalar os
medidores de água e gasolina eletrônicos, para reduzir risco de perda de
energia e evitarmos manutenção desnecessária. Ao invés de medidores, vamos usar
linhas de visualização de nível. O barco terá vários conduítes elétricos
adicionais, para serem usados por todos os outros equipamentos que ainda serão
instalados depois do barco pronto.
Para termos sempre água doce a bordo, um
item importante nas grandes travessias, teremos dois dessalinizadores, um de
arrasto para quando em cruzeiro, que pode ser usado também manualmente na
balsa, no caso de necessidade de abandono do barco, e outro portátil, com placa
solar ou ligado à bateria, para quando em baías sem água potável.
No caso da necessidade de abandono do
barco, teremos uma balsa de sobrevivência no mar para 6 pessoas, juntamente com
um barril com todas as necessidades que teremos para caso de abandono do barco.
Isso inclui mantimentos, remédios, um dessalinisador manual, GPS, além de um
EPIRB, um localizador de naufrágio por satélite, que avisa às autoridades
marítimas da ocorrência de um naufrágio e identifica o local e o barco
naufragado, possibilitando a busca de possíveis sobreviventes.
A comunicação do barco inclui dois
rádios VHF, um rádio SSB marítimo, com a capacidade de emitir sinal de perigo
de naufrágio pelo simples apertar de um botão, além da capacidade de recolher
automaticamente os e-mails mandados para o barco.Incluido nas comunicações
automáticas, virão as previsões de tempo. Essas comunicações passarão
diretamente para um notebook usado para ajudar na navegação do barco. Teremos a
capacidade de receber essas previsões e projetá-las diretamente sobre as cartas
digitais, para uma melhor escolha de alternativas de rota em caso de
tempestades, ou mesmo para procurar áreas melhores de vento e corrente.
Além do radio SSB, teremos também
comunicação por satélite, permitindo e-mails, acesso a internet, incluindo
previsões de tempo. Por uma questão do custo de comunicação por satélite, essa
opção esta dependendo de patrocínios, para podermos seguir em frente com ela.
A pia de cozinha terá três torneiras,
uma para água filtrada, somente para beber, funcionando por bomba de pé, a
segunda com água potável, funcionando por pressão ou bomba de pé, e a terceira
para água salgada, funcionando somente por bomba de pé. Teremos também água
salgada por bomba de pressão no paiol da âncora para lavar a corrente e a
âncora antes de embarcar, quando ancorado em baias de fundo lodoso. Quando em
cruzeiro, todas as bombas de pressão de água ficarão desligadas, para evitarmos
perdermos água preciosa em caso de vazamentos ou mau funcionamento.
Os tanques de combustível extra terão
filtros duplos para a passagem de combustível dos tanques extra para o tanque
principal. Os tanques extras somente serão usados quando em cruzeiro e tem boca
de alimentação separada da do tanque original. Isso para evitarmos problemas no
motor com o uso de combustível duvidoso, embarcado em lugares com poucos
recursos ou mesmo na eventualidade de precisarmos combustível de barcos de pesca.
Todas as portas terão prendedores
magnéticos, para mantê-las sem bater quando navegando. Para preservarmos a
natureza, o banheiro de proa terá opção de holding tanque e será o banheiro
usado quando em baias ou marinas. Será esvaziado no mar quando em travessias.
A construção do Matajusi começou, e
estimamos vê-lo na água pela primeira vez em Novembro de 2006.
domingo, outubro 22, 2006
よい旅行 Matajusi
よい旅行 Matajusi - Boa Viagem Matajusi
Esta é a mensagem que recebemos de um visitante do Japão aos nossos sites. E esta é exatamente a idéia deste projeto. Navegar o mundo integrando as pessoas que poderão nos acompanhar dia a dia, participando de nossa idéia de que é possível fazer um cruzeiro num veleiro escritório e continuar a trabalhar, contatar as pessoas, fazer e manter amizades.
Obrigado leitor do Japão
sexta-feira, outubro 20, 2006
Grafico de acessos, depois do ultimo email!
Notem que interessante os picos de acesso depois de cada email que distribuo sobre novas informações no site!
Minha lista de distribuição esta crescendo, mas no email de ontem, muitos não receberam, pois o nosso IP estava registrado em um dos sites de spam! Problema corrigido, depois mando novamente para os que foram excluidos.
Essas medições, são um excelente argumento para que potenciais patrocinadores se interessem pelo projeto, pois o nivel de exposição do projeto esta crescendo bastante.
A Nautica Online tambem teve uma chamada na primeira folha, mas para a nova coluna sobre a construção do MaTaJuSi na Nautica, então isso não refletiu aumento de acesso nesse blog.
Mas, sintam a vontade em distribuir esse blog para seus amigos, e não se esqueçam de me deixarem seus comentarios com sugestões e pedidos.
Minha lista de distribuição esta crescendo, mas no email de ontem, muitos não receberam, pois o nosso IP estava registrado em um dos sites de spam! Problema corrigido, depois mando novamente para os que foram excluidos.
Essas medições, são um excelente argumento para que potenciais patrocinadores se interessem pelo projeto, pois o nivel de exposição do projeto esta crescendo bastante.
A Nautica Online tambem teve uma chamada na primeira folha, mas para a nova coluna sobre a construção do MaTaJuSi na Nautica, então isso não refletiu aumento de acesso nesse blog.
Mas, sintam a vontade em distribuir esse blog para seus amigos, e não se esqueçam de me deixarem seus comentarios com sugestões e pedidos.
quarta-feira, outubro 18, 2006
O Casco do MaTaJuSi!
Foto do casco do MaTaJuSi sendo "descolado" da fôrma.
Pedaço a pedaço, o sonho vai se materializando!
Agora estou envolto com alguns componentes que vou precisar na viagem, como as cartas digitais de todos os lugares por onde posso passar, o gerador de arrasto, com uma novidade encontrada nas minhas pesquisas sendo o DuoGen, um gerador que trabalha tanto com o vento, qdo o barco esta ancorado, qto com a agua, qdo o barco esta navegando.
Na especificação do DuoGen consta que ele gera mais de 20 amperes qdo o barco esta navegando a 8 nós! Isso seria mais do que suficiente para manter o Piloto automatico, Radar, GPS, e medidores de vento e velocidade, ligados, sem acabar com o banco de baterias dos eletronicos. Mas, temos que testar toda essa teoria para provar que realmente funciona!
Pedaço a pedaço, o sonho vai se materializando!
Agora estou envolto com alguns componentes que vou precisar na viagem, como as cartas digitais de todos os lugares por onde posso passar, o gerador de arrasto, com uma novidade encontrada nas minhas pesquisas sendo o DuoGen, um gerador que trabalha tanto com o vento, qdo o barco esta ancorado, qto com a agua, qdo o barco esta navegando.
Na especificação do DuoGen consta que ele gera mais de 20 amperes qdo o barco esta navegando a 8 nós! Isso seria mais do que suficiente para manter o Piloto automatico, Radar, GPS, e medidores de vento e velocidade, ligados, sem acabar com o banco de baterias dos eletronicos. Mas, temos que testar toda essa teoria para provar que realmente funciona!
Matéria publicada na revista Mercado Brasil:
Outubro de 2006 - Mercado Brasil - Pág. 46
www.editoramercadobrasil.com.br
Velejar e trabalhar
Lidar com altos níveis de risco. É assim que Sílvio dos Passos Ramos, gerente comercial da Harte-Hanks para a América Latina, define a ousadia que fará em 2007 a bordo de um RO 400 sem deixar de trabalhar. Numa fase de resultados, uma vida confortável e da prospecção da aposentadoria, Ramos decidiu diminuir o ritmo de adrenalina que ele gosta como dirigir carros, motos, barcos e tudo que inclui alta velocidade.
Incluindo as corridas de Kart há cinco anos – tempo de conquistas em alguns campeonatos – e participar das 500 milhas de Kart da Granja Viana com os melhores pilotos da atualidade como Rubinho Barrichello, Felipe Massa, Kannan e Juan Pablo Montoya. “Quero usufruir daquilo que construí até então, mas continuo agregando bastante valor à empresa para a qual trabalho e, por isso, não quero parar agora. Portanto, a única opçãoseria montar um escritório a bordo” , explica. A escolha pelo mar vem de uma paixão antiga, desde os 17 anos ele mergulha em muitos lugares do Brasil e do mundo, pratica também apnéia e caça submarina. “Minha idéiaé diferente de outros velejadores como Aleixo Belov, que conheci há pouco em Bracui e que já deu sua terceiravolta ao mundo a vela, e da família Cecon, que decidiu morar num barco ao dar a volta ao mundo”. Ramos afirma não ter nascido e crescido com esse objetivo.
Ele conta que tudo começou como resultado do crescente interesse pela navegação à vela, combinado pelo gosto por risco. “O risco da alta velocidade vai diminuir, mas outros riscos a serem discutidos nos próximos capítulos devem substituir a alta velocidade”, acredita. A maior experiência na vela Ramos realizou no Caribe em 2003, da ilha de Granada até a Ilha de Union, quando, sem nunca ter saído sozinho em um barco à vela, alugou um de 40 pés, e, na companhia então da esposa, Julie, passaram 10 dias navegando entre Granada, Carriacou, Union, PSV, e de volta a Granada.
O projeto atual chamado Matajusi – iniciais dos nomes dos filhos Márcio e Tatiana e da ex-mulher e companheira de muitos anos, Julie. “Já encontrei o barco e fiz a seleção de estaleiro. Estamos no momento finalizando o desenvolvimento da rota”.
Atualmente, o gerente comercial intensifica os estudos e pesquisas necessárias para preparar a realização do projeto, somado aos ajustes iniciais, documentação, seguros e outras providências do ponto de vista financeiro. Nos preparativos finais está a partida oficial, que será do Guarujá, em São Paulo, estimada para o início do próximo inverno. Ramos deseja aproveitar ventos e correntes mais favoráveis para a subida da costa do Brasil.
Aos 58 anos e com muita disposição para encarar mais uma aventura, ele conta que a família está acostumada com os projetos dele, considerado perigosos. "Coincidentemente, com esse eles estão mais apreensivos. Mas também me conhecem e sabem que quando decido por um projeto, tem duas posições que eles podem tomar, vem comigo, ou saem da frente", brinca.
Quanto ao nome do projeto – Matajusi –, foi uma forma que ele encontrou para carregar a família junto nesta empreitada.
Para montar um escritório dentro do barco de 40 pés, construído no estaleiro ILS, foram necessárias algumas modificações. “As principais alterações são com relação aos reforços de vela, mastro e estaiamento, a inclusão de uma vela de tempestade (tormentim), a preparação dos conduites de cabos para as diferentes opções de cargas das baterias e conexões via satélite para ter acesso a e-mail durante toda a viagem”, explica.
Ramos também fala da atenção especial aos equipamentos de abandono do barco em caso de necessidade, como uma balsa, mantimentos e um dessalinizador manual. “Estou treinando um recurso na empresa onde trabalho, para centralizar toda a correspondência de mim e para mim, assim os e-mails que vou ler e responder já terão sido filtrados e sumarizados, para facilitar na comunicação via satélite e diminuir custos de comunicação”. Outras necessidades são os espaços para guardar os mantimentos e equipamentos que levará, além do uso de uma das três cabines do barco como uma oficina e paiol.
www.editoramercadobrasil.com.br
Velejar e trabalhar
Lidar com altos níveis de risco. É assim que Sílvio dos Passos Ramos, gerente comercial da Harte-Hanks para a América Latina, define a ousadia que fará em 2007 a bordo de um RO 400 sem deixar de trabalhar. Numa fase de resultados, uma vida confortável e da prospecção da aposentadoria, Ramos decidiu diminuir o ritmo de adrenalina que ele gosta como dirigir carros, motos, barcos e tudo que inclui alta velocidade.
Incluindo as corridas de Kart há cinco anos – tempo de conquistas em alguns campeonatos – e participar das 500 milhas de Kart da Granja Viana com os melhores pilotos da atualidade como Rubinho Barrichello, Felipe Massa, Kannan e Juan Pablo Montoya. “Quero usufruir daquilo que construí até então, mas continuo agregando bastante valor à empresa para a qual trabalho e, por isso, não quero parar agora. Portanto, a única opçãoseria montar um escritório a bordo” , explica. A escolha pelo mar vem de uma paixão antiga, desde os 17 anos ele mergulha em muitos lugares do Brasil e do mundo, pratica também apnéia e caça submarina. “Minha idéiaé diferente de outros velejadores como Aleixo Belov, que conheci há pouco em Bracui e que já deu sua terceiravolta ao mundo a vela, e da família Cecon, que decidiu morar num barco ao dar a volta ao mundo”. Ramos afirma não ter nascido e crescido com esse objetivo.
Ele conta que tudo começou como resultado do crescente interesse pela navegação à vela, combinado pelo gosto por risco. “O risco da alta velocidade vai diminuir, mas outros riscos a serem discutidos nos próximos capítulos devem substituir a alta velocidade”, acredita. A maior experiência na vela Ramos realizou no Caribe em 2003, da ilha de Granada até a Ilha de Union, quando, sem nunca ter saído sozinho em um barco à vela, alugou um de 40 pés, e, na companhia então da esposa, Julie, passaram 10 dias navegando entre Granada, Carriacou, Union, PSV, e de volta a Granada.
O projeto atual chamado Matajusi – iniciais dos nomes dos filhos Márcio e Tatiana e da ex-mulher e companheira de muitos anos, Julie. “Já encontrei o barco e fiz a seleção de estaleiro. Estamos no momento finalizando o desenvolvimento da rota”.
Atualmente, o gerente comercial intensifica os estudos e pesquisas necessárias para preparar a realização do projeto, somado aos ajustes iniciais, documentação, seguros e outras providências do ponto de vista financeiro. Nos preparativos finais está a partida oficial, que será do Guarujá, em São Paulo, estimada para o início do próximo inverno. Ramos deseja aproveitar ventos e correntes mais favoráveis para a subida da costa do Brasil.
Aos 58 anos e com muita disposição para encarar mais uma aventura, ele conta que a família está acostumada com os projetos dele, considerado perigosos. "Coincidentemente, com esse eles estão mais apreensivos. Mas também me conhecem e sabem que quando decido por um projeto, tem duas posições que eles podem tomar, vem comigo, ou saem da frente", brinca.
Quanto ao nome do projeto – Matajusi –, foi uma forma que ele encontrou para carregar a família junto nesta empreitada.
Para montar um escritório dentro do barco de 40 pés, construído no estaleiro ILS, foram necessárias algumas modificações. “As principais alterações são com relação aos reforços de vela, mastro e estaiamento, a inclusão de uma vela de tempestade (tormentim), a preparação dos conduites de cabos para as diferentes opções de cargas das baterias e conexões via satélite para ter acesso a e-mail durante toda a viagem”, explica.
Ramos também fala da atenção especial aos equipamentos de abandono do barco em caso de necessidade, como uma balsa, mantimentos e um dessalinizador manual. “Estou treinando um recurso na empresa onde trabalho, para centralizar toda a correspondência de mim e para mim, assim os e-mails que vou ler e responder já terão sido filtrados e sumarizados, para facilitar na comunicação via satélite e diminuir custos de comunicação”. Outras necessidades são os espaços para guardar os mantimentos e equipamentos que levará, além do uso de uma das três cabines do barco como uma oficina e paiol.
segunda-feira, outubro 16, 2006
Rota Prevista:
Encontros no São Paulo Boat Show
Há um mês estreou no site da Nautica o colunista Sílvio Ramos. Ele está construindo um veleiro no Brasil e vai usá-lo para dar a volta ao mundo. Só que, ao contrário de outros bravos navegadores, ele não pretende entrar em férias durante o tempo que vai passar no mar. Por isso está construindo um barco-escritório (coisa dos novos tempos, internet e comunicação via satélite). Sílvio aproveitou o Boat Show para trocar idéias sobre sua viagem. E, entre uma ostra e outra, ele encontrou aqui Centauro Navegador, que está cobrindo o Boat Show para a revista argentina Bienvenido a Bordo, a famosa BAB.